Reencontro de natal [Concluído]

63. Se você topar eu topo

Eu pensei em mentir, mas antes de qualquer coisa somos amigos e ele merece saber a verdade, até porque essa vontade de ser mãe só aumenta dentro de mim.

Se ele não quiser ser pai está tudo bem, eu tomo uma pílula do dia seguinte e, sei lá, faço uma fertilização in vitro, mas eu não posso mais guardar isso dentro de mim.

Ele já está desconfiado, se perceber que eu estou tentando esconder alguma coisa aí vai ter uma quebra de confiança.

– Então, eu sei disso, mas tem uma coisa que eu preciso te contar. Desde a morte da minha irmã eu estou me sentindo muito sozinha – aí eu percebi as minhas palavras – quer dizer... Tem você e eu sou muito grata por tudo o que você tem feito por mim, mas eu estou com muita vontade de engravidar.

Respirei fundo e tentei pensar na melhor maneira de falar a próxima frase sem parecer uma piranha abusiva:

– Então eu percebi ontem que a camisinha estourou e percebi hoje que você esqueceu da camisinha, mas eu não falei nada porque eu queria ter essa conversa com você e, se você não quiser ser pai, tudo bem. Eu tomo a pílula do dia seguinte, ainda dá tempo...

Antes que eu pudesse continuar falando de uma forma completamente destrambelhada ele me interrompeu:

– Bri, eu pedi para conversar com você porque eu também tenho me sentido solitário desde que saí da vida de modelo e abandonei a vida de galinha. Eu tenho pensado muito nessa possibilidade desde que você achou que estivesse grávida da última vez e, bom, eu também tenho vontade de ser pai e nós somos uma ótima dupla e eu não menti quando disse que se tivesse que escolher uma mãe para os meus filhos ela seria você.
– Então é isso? Vamos tentar?
– Se você topar eu também topo.
– Então vamos tentar.

Eu e ele nos levantamos em um rompante, nos abraçamos e nos beijamos mais como um casal apaixonado do que como dois amigos coloridos cheios de tesão.

– Pra mim é um prazer ser a mãe dos seus filhos.
– Para mim também é um prazer ser o pai dos seus filhos.