Reencontro de natal [Concluído]

50. Que teste?!

Assim que a Tai se aproximou de mim eu abracei ela como se não houvesse amanhã.

Se tem uma coisa que eu aprendi nessa fase de luto é que a vida é curta e precisamos aproveitar todos os momentos ao lado daqueles que amamos porque sempre pode ser o último:

– Bem vinda de volta.
– Obrigada!

Ela deu uma risadinha e bebericou a Fanta Laranja:

– Você fez muita falta nesses últimos dias...
– Dias?! – perguntei arqueando a sobrancelha.
– Tudo bem, semanas – ela confessou.
– Eu também senti sua falta.
– Promete que nunca mais vai ficar longe por tanto tempo.
– Eu juro de dedinho.

Estendi o meu mindinho para ela e ela agarrou.

– Você cuidou muito bem da empresa e dos funcionários.
– Mas nem por isso você está autorizada a me deixar.
– Eu sei, eu sei...

Ficamos observando o burburinho da festa e todos os funcionários rindo animados por alguns segundos:

– Você é a vitalidade desse lugar.

Peguei um bolinho de carne, então olhei para ela e disse:

– Daqui pra frente eu só quero vida e vitalidade perto de mim.

Então ela fez um olhar malandro e jogou a pergunta:

– Falando em vitalidade, e o Pietro hein?
– Ele tem sido a minha rocha nesses últimos tempos.
– Eu sei. Vocês até estão morando juntos.
– Nós não...

Eu ia negar, mas aí eu me toquei que desde o dia do enterro o Pietro largou completamente o apartamento dele e a própria vida para ficar comigo:

– Eu acho que você tem razão.
– Tá zoando que você não tinha reparado isso até agora?
– Tai, minha cabeça tá nas nuvens.
– Agora só falta você me falar que esqueceu de ver o resultado do teste...
– Que teste?!

Ela se aproximou mais ainda de mim e falou baixinho no meu ouvido:

– O de gravidez, ué...