Um amor em vermelho

capítulo 9

Ace

Hoje eu não fui a escola, essa semana está sendo complicada, as noites de lua cheia e o fato da chapeuzinho ter me beijado, estou pensando muito nisso recentemente, queria que a gente estivesse namorando, talvez as coisas fossem mais fáceis. Me levanto e vou até o banheiro tomar um banho, tiro minhas roupas e entro debaixo da água quente, molho meus cabelos e sinto a água descer por todo meu corpo, depois de alguns minutos, saio do banho e vou para meu quarto me trocar, acho que hoje eu vou para a escola, tenho que resolver umas coisas e se eu ficar aqui não vai adiantar de nada.

Chegando na escola vou até a minha sala e vejo meus amigos conversando, me aproximo e me sento em uma mesa, olho para a carteira de chapeuzinho e vejo a mesma vazia, olho para a porta esperando que chapeuzinho apareça, mas não a nenhum sinal dela.

“Acho que alguém fez merda” meu lobo faz questão de me avisar.

Espero por ela por um longo tempo até que o professor aparece e fecha a porta, acho que hoje ela não vai vir por causa do que aconteceu anteontem, era aula de biologia, hoje teríamos duas aulas e como sempre todos começaram a elogiar o professor.

— Bom dia, alunos!! Hoje teremos duas aulas, então vai ser muito bom tanto para mim quanto para vocês.
— Sr. Peacock, já disseram que o senhor está muito elegante hoje?.– falou Clarita, uma borboleta muito irritante.
— Não Srta. Clarita, mas obrigado pelo elogio. Bom, nessa aula vou falar sobre um pouco sobre espécies. Muitos sabem que sua espécie é o que te define e também pode definir sua personalidade.

Jake levantou a mão para fazer uma pergunta, o que não é muito normal considerando que ele quase sempre dorme nas aulas de biologia, Sr. Peacock falou que ele podia falar e logo o mesmo começou a dizer o que queria.

— Professor, é possível que duas pessoas de espécies diferentes fiquem juntas?– todos ficaram surpresos com o que ele havia perguntado.
— Nossa, já começamos bem!!! Ótima pergunta, e bom, pessoas da mesma espécie não devem ficar juntas, porém tem muitos casos onde isso ocorre. Por exemplo, temos um caso onde uma lhama se casou com um camelo, e também tem casos onde uma zebra ficou com um cavalo, o interessante é que os filhos sempre tem nomes da junção das duas espécies.
— Então é normal?!!– Jake falou animado.
— Não, não é normal, mas pode acontecer. Assim como é possível que duas pessoas do mesmo sexo fiquem juntas.
— Ok.
— Bom, então vou começar a explicar.

A aula foi longa e depois ainda tivemos mais duas aulas, depois disso foi o intervalo e nós fomos até o refeitório e ficamos lá conversando, Jake parecia meio pra baixo e então fui falar com ele, até que os amigos de chapeuzinho chegam e se sentam na nossa mesa, Gaspar fica me encarando sério até que começa a falar.

— Chapeuzinho não veio, e tenho certeza que a culpa é sua!!!– ele apontou para mim.
— Ok, e o que te faz pensar isso?
— O fato dela ter se encontrado com você a vida toda. Ela achou que a gente não iria perceber, mas eu senti o cheiro das mentiras que ela contou.
— Isso é estranho, mas é verdade, no então eu também não tô bem, então…
— Você é um cara de pau, chapeuzinho é humana, deveria saber que os sentimentos dela são diferentes!!! Falem pra ele!!!
— Sim...– Oliver concordou e depois ficou quieto.
— Eu sei disso, por que acha que me apaixonei por ela?!!!

Quando falei isso todos me olharam surpresos principalmente Gaspar, foi então que fui tentar me explicar até que ele levantou e me deu tapa, no mesmo momento levantei e fiquei cara a cara com ele, todos no refeitório começaram a olhar para nós, ficamos nos encarando até que eu falei.

— Desgraçado, como ousa fazer isso?!!!
— Você que começou falando que se apaixonou por ela.
— Ah, entendi, você ficou bravinho porque gosta dela!!!
— Que?!!! Claro que gosto dela, mas não dessa forma!!!
— Pois então por que me bateu?!!
— Porque você estragou tudo, deixou ela chateada e por conta disso ela pode não querer mais estudar aqui!!!
— Ok, ok, eu entendi que estraguei as coisas.
— Estragou mesmo, e agora deveria se desculpar com ela.
— Eu vou, mas não posso sair da escola agora.