capítulo 25

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Ace

Se já não fosse o bastante ter que aceitar que chapeuzinho terminou comigo, eu ainda teria que ver todos os dias aquele fdp do Ake, ele estudaria na minha escola, na minha sala, isso durante um mês, durante um fuck mês. Eu estava com um ódio enorme dele e nada poderia ser pior do que ter que aturar aquele idiota.
Entrei na minha sala e me sentei no meu lugar, meus amigos ainda não tinham chegado, mas na verdade eles tinham, e eu fiquei puto quando meus amigos entraram na sala ao lado de Ake, eles se aproximaram enquanto conversavam com ele e depois se sentaram nas cadeiras.

— Sério?!!! Nossaaaaa, eu não tenho irmãos, mas deve ser muito difícil cuidar deles.– Luke falou olhando para Ake.
— Nem me fale, mas meus irmãos já estão grandes, eles tem 14 anos, mas parecem ter mais.
— Eu tenho uma irmã mais nova, mas é claro que ela não faz bagunça porque nós temos educação, não é Rudolf?– Vitor falou olhando para o grandão.
— Educação… eu e meus irmãos temos educação, só é diferente da sua.
— Tem certeza? Quando fui na sua casa seus irmãos nem falaram comigo, e seus sobrinhos acharam que eu era anão!!– Jake falou fingindo estar triste.
— Acontece, cada família cuida dos filhos de uma maneira. De qualquer forma, eu fui criado muito bem.– Ake falou passando a mão pelo cabelo.
— Imagino, deve ter sido tão fácil cuidar de você…– falei olhando para frente.
— A Ace!!! Nós nem te vimos aí.– Jake falou surpreso.
— Eu percebi– falei dando um sorriso falso.
— Ace, eu não perguntei, você tem irmãos?– Ake falou olhando para mim.
— Sim, tenho três, uma irmã mais velha e dois irmãos mais novos.
— Claro que sim, eu tenho a mesma quantidade de irmãos.
— Eu já esperava escutar isso.

O professor chegou na sala e então começou a passar a matéria, prestei atenção na aula, já que meus amigos preferiram conversar com Ake ao invés de conversar comigo. Assim que a aula acabou, o sinal tocou e fomos para o campo de futebol, lá ficamos olhando as líderes de torcida e ficamos conversando, quero dizer, meus “amigos” ficaram conversando com Ake.

— Eu queria ficar aqui, mas tenho que ir treinar com as líderes de torcida.– Jake falou se levantando.
— Não sabia que era líder de torcida?– Ake falou olhando para Jake.
— Ele não é, mas é muito flexível.– Dolf falou bagunçando o cabelo de Jake.
— Ui ui, que amorrrrrr!!!– Luke falou mudando a cor do cabelo para rosa.
— Se você continuar com isso, eu te mato!!!– Dolf falou e Luke engoliu em seco.
— Ei Ace, você tá tão calado, não quer conversar um pouco?– Ake perguntou me olhando.

Eu até poderia me sentar perto deles e conversar como se nada tivesse acontecido, mas Ake me dava um ódio tão grande que eu não conseguia ficar um segundo sem sentir vontade de matar ele, e meu lobo interior também sentia o mesmo.

“Mata ele!!!! Rasga a garganta dele!!! Come as tripas dele!!!!“. Meu lobo falou e sinceramente essa era a minha maior vontade no momento.

Neguei com a cabeça o convite dele e então me levantei e entrei na escola, no corredor vi várias pessoas conversando e algumas olhavam torto pra mim, outras ficavam com medo. Acho que alguém falou sobre eu tentar matar Ake, enquanto eu andava, acabei esbarrando em alguém e quando olhei para a pessoa, vi que era chapeuzinho.

— Chapeuzinho…
— Desculpa, eu já estou indo.– ela foi andando para longe de mim.

Eu estava me sentindo tão mal, as coisas estavam indo tão bem, quando foi que tudo deu errado. Talvez a culpa de tudo fosse minha, talvez se eu não tivesse me apaixonado pela chapeuzinho nada disso teria acontecido. Fiquei o restante do intervalo pensando nisso e em tudo que eu pude ter feito pra acabar nessa situação, passei a aula ainda com isso na cabeça, e na maioria das vezes eu só conseguia pensar que se eu fosse um animal não teria que ficar pensando em tantos problemas. Tentei prestar atenção na aula, mas no meio da aula acabei sentindo uma forte dor de cabeça, e não era uma dor fraca, era realmente muito forte, e olha que eu normalmente não reclamo de dor de cabeça. Pedi para o professor para ir a enfermaria e então ele deixou, fui até lá e chegando me deparei com o médico que aparecia de vez em nunca.

Um amor em vermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora