capítulo 38

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Chapeuzinho

Marcamos de tomar café em uma padaria a qual minha mãe já havia trabalhado, acordamos cedo e logo nos arrumamos para ir. Fomos todos juntos e assim que chegamos pegamos uma mesa, fizemos nosso pedido e após isso ficamos conversando para colocar o papo em dia.

— E mês passado eu fui no bingo, quase ganhei, se não fosse por um número. Charlene ganhou aquela almofada linda.
— Ah vovó, acontece, mas a senhora faz fronhas de almofada lindas.
— Eu sei minha netinha linda, mas aquela almofada era diferente.
— Ok mãe, já sabemos que a senhora perdeu no bingo.– meu tio falou.
— Você sabe que eu perdi, mas essa é a primeira vez que falo para eles.
— Ah mãe, eu adoro suas estórias. Olha só, nossos pedidos chegaram.

Pegamos nossos pedidos e começamos a comer, eu havia pedido um capuccino e um sonho, minha mãe e meu tio pediram latte e duas baguetes com queijo, já a minha vó pediu apenas um café. Ace havia pedido alguns pães de frios e um guaraná 600ml, enquanto comia-mos, minha vó, minha mãe e meu tio conversavam um pouco, eu e Ace apenas comia-mos e ouvíamos o que eles falavam. Após o café, demos uma passeada pela cidade enquanto tirávamos fotos para nos lembrarmos da visita, andando por um tempo, passamos em frente minha antiga escola, aproveitei para ir e ver o campo. Dei a volta na escola junto de Ace e logo vi o campo, estava tendo aula, afinal era dia de semana, de longe pude ver um grupo de pessoas conversando, foi então que reconheci Alice e Félix, chamei eles por um tempo mas eles não ouviram, eu estava muito distante para que eles ouvissem.
Voltamos para casa depois do passeio e passamos a manhã apenas fazendo nada, meu tio tinha saído, até porque ele iria trabalhar. Minha mãe ficou na sala conversando com minha vó e eu fiquei no quarto com Ace, ficamos conversando um pouco enquanto eu mexia no cabelo de Ace, com o mesmo deitado em meu colo. Ele estava assistindo um filme no celular e de vez em quando eu olhava para ver o que acontecia no filme, depois de um tempo mexendo em seu cabelo, ele acabou pegando no sono, logo peguei seu celular e desliguei o filme, foi então que ele recebeu uma mensagem, eu não iria ver mas a curiosidade falou mais alto. Abri a conversa e vi o nome da pessoa “Mina🦝”, pelo jeito era uma garota, e pela foto de perfil ela era bonita, uma guaxinim, vi a mensagem e logo fique surpresa com o que li.

Celular do Ace…

Mina🦝
Não fala pra sua namoradinha humana
Se ela descobrir o que você tá planejando
Vai surtar legal!!!🤯

Fechei a conversa assim que li, Ace estava fazendo algo que não podia me contar, será que ele estava me traindo? Mas faz tão pouco tempo que estamos juntos, eu sei que eu podia ser um pouco reservada, e se era por isso que ele estava conversando com essa “Mina” então eu teria que resolver isso com ele.
Passou um tempo e nós já estávamos almoçando, minha vó tinha feito frango grelhado com purê, uma delícia, a comida da minha vó tinha o mesmo gosto de quando eu era menor, me lembro como se fosse ontem, eu do lado dela, em cima de uma cadeira, observando ela enquanto ela preparava o jantar. Terminamos de comer e logo voltei para o quarto para descansar, Ace apareceu logo depois e se jogou na cama, ele se aproximou e então tentou me beijar, virei o rosto e então ele beijou minha bochecha, depois disso me deitei e virei de costas para ele. Ace achou estranho minha atitude, eu sei que sim, pois logo ele me puxou para que eu virasse para ele, ficamos cara a cara. Puxei um travesseiro e tampei a cara dele, o mesmo agarrou o travesseiro e o jogou para longe, tentei me virar novamente, mas ele me segurou. Ele estava sério, e pelo olhar dele, eu sabia que iria querer uma resposta, uma explicação do porque estava agindo assim.

— Você não vai falar?– ele perguntou sério.
— Falar o que?– disse com a voz um pouco abafada pelo travesseiro.
— O que aconteceu? Você tá agindo assim por que?
— Só por querer, eu não posso mais ficar na minha?
— Pode se não partisse pra ignorância.
— Eu tô sendo ignorante? Talvez você devesse pensar o porquê de eu estar agindo assim!!
— Eu fiz algo por acaso? Porque se fiz, eu não lembro.
— É assim?!!! Sua amiga “Mina” te mandou mensagem, achei que podia confiar em você, mas você tá fazendo coisas pelas minhas costas e eu não tô sabendo. Por que?!!!
— Mina?
— É!!! Mina!!! Sua amiguinha, ou será que eu deveria dizer amante?!!!
— Amante?– então ele começou a rir.
— Isso é engraçado?!!
— Sim.– ele continuou a rir.– A Mina, na verdade é Milena, e ela é minha prima, de consideração, claro.
— Ainda assim, você poderia ficar com sua prima de consideração.
— Isso é loucura.
— Hum, ainda assim. Você está fazendo algo errado, não tá? Na mensagem ela disse pra não contar pra mim sobre alguma coisa.
— Ah, isso… é que se eu te contar vai estragar a surpresa.
— Que surpresa?
— Se eu te contar não é surpresa. Não precisa ficar neurótica.
— Hum…
— Fica tranquila, eu nunca te trocaria por ninguém, você é maravilhosa e perfeita.

Um amor em vermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora