capítulo 23

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Chapeuzinho

Já fazia alguns dias desde que fui conhecer a família de Ace, hoje era sábado e eu estava me preparando para ir ao parque, fazia tempo que eu queria ir lá, eu não costumo sair sozinha então seria divertido ficar sozinha com uma tranquilidade que é aqui. Me arrumei e desci as escadas, logo tomei café e sai de casa, andei por um bom tempo até chegar no parque e lá me sentei em um banco e fiquei olhando para as pessoas, muitas pessoas diferentes de várias espécies, olhei para os lados e de repente vi uma pessoa muito familiar, uma garota que parecia com Alice, fiquei surpresa e então fechei meus olhos, quando os abri novamente ela tinha sumido.

“Acho que estou alucinando”

Fiquei lá por um tempo e depois que olhei para o relógio fui para casa, chegando lá me troquei e fui almoçar. No dia seguinte aconteceu a mesma coisa, eu estava indo com minha mãe a padaria e então vi um garoto muito parecido com Félix Hatter, mas então quando virei o rosto e olhei novamente ele tinha desaparecido.

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Eu estava saindo da escola com os meninos e Ace, todos nós estávamos indo embora, falei para eles que eu tinha alguns doces sobrando e que eles poderiam pegar se quisessem, depois de dar os doces eu iria ir para casa mas foi então que me deparei com um ônibus escolar e uma garota com um megafone.

— Atenção!!! Alguém viu a chapeuzinho vermelho?!!!!– todos por perto apontaram para mim.
— Ah.
— Obrigada!!!

A garota tirou o boné e os óculos que usava revelando… Alice!!!! Alice veio correndo em minha direção e depois me abraçou, fiquei surpresa com isso e não conseguia falar nada, foi então que ela parou e olhou para mim. Meus amigos ficaram surpresos, assim como Ace e seus amigos.

— Alice?– falei confusa.
— É, não me espera por aqui, não é mesmo?– ela falou arrumando o laço na cabeça.
— Não mesmo, está maluca.
— Não tão maluca quanto o Félix, aliás… Podem vir!!!!

Ela chamou o que era um grupo de pessoas que deveria ser da minha antiga escola, umas 7 pessoas mais ou menos. Todos se aproximaram e então Félix estendeu a mão para mim.

— Chapéu vermelho, é prazer enorme revela.– ele falou beijando minha mão.
— Claro, Félix. Mas o que vocês fazem aqui?
— Excursão!!! A gente é do conselho!!!– ela falou animada.
— Como assim do conselho?
— O representante meio que se demitiu e eu e Alice assumimos o cargo, e demos uma modificada no Grêmio.
— É, vejo bem.
— Aliás, esses aqui são os novos membros. Erick, Hanna, Jack, Rodrigo, Vinícius, Amanda e…– quando vi a última pessoa meu coração parou de bater por um segundo.
— Ake.
— Oi Sunny, vejo que não mudou nada.– ele falou com um sorriso no rosto.
— É… Alice, porque essas pe…
— Nossa, são muitos de você chapeuzinho.– Luke falou surpreso.
— Ah, nossa, vocês devem ser amigos da chapeuzinho, prazer, Alice.
— Uma humana já era aceitável, agora mais 9 humanos é… estranho. Vocês são estranhos.
— Vocês que são estranhos, pera… estranhos não, são diferentes.– Félix falou sorrindo.
— Claro, é um prazer conhecê-los.– Ace falou olhando para Ake.
— A menos que isso seja um sonho, ou então isso é um reflexo meu.
— Não é um reflexo.
— Claro que não é, isso estranhamente assustador.

Ake e Ace ficaram se encarando até que eu os separei e então os dois olharam para mim, todos ficaram quietos e então eu puxei os dois para um canto e conversei com eles.

— Chapeu…
— Agora não.
— Nossa, acho que ficou mais autoritária Sun…
— Você também fica quieto.
— Hum.– Ake cruzou os braços e ficou sério.
— Vocês dois mal se conhecem e já não estão se dando bem, minha vida não poderia ser mais simples.– passei as mãos pelo meu rosto.
— Chapeuzinho, você sabe que não precisa ficar assim.– Ace passou as mãos pelo meu rosto.
— Ah, interessante… Esperta você, está namorando com alguém que é a minha cara, não conseguiu me esquecer?– Ake falou rindo.
— O que você tem haver com isso?!!!– Ace falou encarando Ake.
— Vocês podem parar com isso?!!! Eu já não aguento mais…

Sai de lá correndo e fui ver meus amigos, Alice e o restante do grupo estavam se dando bem com meus amigos, ela sempre foi muito comunicativa e agitada, não tinha medo de nada e era a melhor amiga que eu tinha, mas ainda assim, ela trouxe Ake para cá e agora eu teria que lidar com ele por um tempo. Me aproximei deles e me sentei, fiquei ao lado de Alice e a mesma continuou a falar de como estava lá na minha antiga cidade.

— E tinha uns gêmeos gordinhos que me contaram uma história muito confusa.
— Nossa!!! Isso parece um sonho.– Gaspar falou cruzando os braços.
— Mas não foi um sonho!!! Aliás, vocês podem me ajudar a encontrar meus amigos daqui?– Alice mostrou algumas fotos de três rapazes.– São meus amigos!!! Meu coelho, meu gato e minha lagarta, ou eu falo meu lagarta?
— Eu só acho que talvez não dê, tem muito gente aqui.– Oliver falou passando a mão no cabelo.
— É claro que dá, não dá pra encontrar eles chapeuzinho?
— Acho que dá.
— Então dá.

Me levantei e me aproximei de Félix que conversava com os amigos de Ace, ele estava exatamente como eu me lembrava, aquelas roupas e aquela cartola, era como um personagem de um desenho. Félix era meu amigo e era amigo de Alice, se bem que os dois tinham um relacionamento que não dava para entender. Me sentei perto deles e fiquei ouvindo eles conversando.

— E você pega a xícara e levanta o mindinho, saúde, mas você não fala saúde, e depois bebe.
— Você realmente gosta de chá.– Vitor falou prendendo os cabelos.
— Gostar não!!! Amar chá, e chapéus, e também chaleiras ou chalés.
— É impressão minha ou você gosta de muitas coisas com Cha?– Jake falou olhando para Félix.
— Gosto, muito.
— Porque gosta de chá?– Rudolf perguntou olhando para Félix.
— Chá é universal, existe chá pra tudo, chá deveria ser um remédio, mas infelizmente não tem chá que cure loucura!!!– ele começou a rir.– porém eu não sou louco. Sou intelectualmente diferente!!!
— Ok…?– Luke falou confuso.

Me levantei novamente e então olhei o horário, eu tinha que ir pra casa, me despedi dos meus amigos e fui andando para casa, foi então que Ake decidiu me acompanhar, porém Ace fez a mesma coisa. Nós três andamos por um bom tempo até chegar em minha casa, os dois ficaram se encarando o caminho todo e confesso que isso era muito estranho, meu ex namorado e meu namorado que eram exatamente iguais estavam me levando para casa, será que tinha como piorar? Ao chegar na porta de casa, os dois me deram o beijo na bochecha, e isso foi realmente esquisito.

— Tchau cha…– antes que Ace terminasse, Ake o interrompeu.
— Até amanhã Sunny, te vejo de novo depois da escola.– ele foi embora andando.
— Esse!!!– Ace falou cerrando os punhos.
— Só… deixa pra lá, ele é assim mesmo.– falei dando um beijo nele.
— Mas…
— Tá tudo bem, Ace. Vai pra casa, amanhã a gente conversa.

Me despedi de Ace e entrei em casa. Subi para o meu quarto e fiquei deitada na minha cama enquanto mexia no celular, minha vida estava tão boa assim, porque ele tinha que aparecer de novo? Eu sabia que isso poderia acontecer, ele sempre foi assim, tão… ah, que ódio. Mesmo que eu quisesse esquecer de tudo que aconteceu e perdoar ele, eu não conseguiria, eu acho que eu ainda gostava dele, afinal, eu estava namorando com um cara que é exatamente igual a ele, tudo por que eu gostava dele ainda, e meu relacionamento com Ace não passava de uma ilusão, talvez eu estivesse me enganando, talvez eu devesse… terminar com Ace antes que tudo piorasse.

Um amor em vermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora