capítulo 30

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Chapeuzinho

Já fazia um tempo desde que vi Ace de novo, a última vez foi no sábado quando ele e os amigos foram no café onde eu trabalho, fiquei um pouco surpresa por conta de nunca ter visto ele lá, mas ele estava diferente, acho que era o efeito dele estar virando um animal. Naquele dia eu havia dado um selinho nele, eu nem me incomodei na hora, só depois que eu percebi o que tinha feito.
Acordei cedo e me arrumei para ir à escola, desci as escadas e depois fui tomar café da manhã, assim que terminei, fui direto para a escola. Entrei na minha sala e esperei a aula começar, já que não tinha muito o que fazer já que os meninos haviam faltado.
No intervalo, fiquei no campo de futebol e logo vi Ace e os amigos dele, acho que Ake havia faltado hoje, já que não tive nenhum sinal dele. Os garotos se aproximaram de mim e se sentaram, Ace não olhou para mim em nenhum momento, acho que eu realmente magoei ele, enquanto isso, os outros ficaram me encarando como se esperassem eu dizer algo.

— Oi…– falei me encolhendo um pouco.
— Oi, tudo bem chapeuzinho? Cadê os meninos?– Luke falou olhando para mim.
— Não vinheram.
— Que pena, mas você pode ficar com a gente!!– Jake disse animado.
— Se não for incomodo para vocês…– falei olhando com o canto dos olhos para Ace.
— Imagina.– Vitor falou apoiando a mão em minha coxa esquerda.
— Chapeuzinho, você viu o Ake esses dias?– Jake perguntou erguendo uma sobrancelha.
— Ah não, ele continua igual a antigamente, faltando de mais e quando aparece nem se quer fala comigo. Ele é um idiota.– falei e pude escutar Ace rir baixo.
— Nesse caso, você fez algo de interessante ultimamente?– Rudolf perguntou me olhando sério.
— Não… esses dias eu não tenho feito muito coisa, além de as vezes escutar música. Alice e Félix criaram uma música para mim, disseram que seria um sucesso.
— Que música?!!– os meninos me perguntaram.
— Bom, é tipo assim. 🎶 Pela estrada a fora, eu vou bem sozinha, levar esses doces para a vovozinha. A estrada é longa e o caminho é deserto, e… e o lobo mau passeia aqui por perto.🎶
— Que criatividade.– Ace falou se virando para mim.
— Tipo, parece uma música infantil, então eu gostei bastante.
— Claro, mas deveria ter uma parte mais… interessante.
— Tipo o que, Alice só fala o que vem em sua cabeça, se a letra não combinar com a outra parte, não tem música.– falei cruzando os braços.
— Ainda assim, isso nem é uma música de verdade.
— Que idiotice, você nem entende de música.
— Chapeuzinho!!!– ele chamou minha atenção e então pensei em alguma coisa.
— 🎶 Chapeuzinho!!! Eu sou o lobo mau, lobo mau, lobo mau. Eu pego as crianças pra fazer mingau.🎶
— É sério?– Ace falou com desgosto.
— Se não gosta por que ainda se mete?– falei irritada.
— Por que é divertido te ver assim.– ele deu um sorriso debochado.
— É, eu já imaginava.

O sinal tocou e então nós fomos para nossas salas, fiquei a aula inteira pensando em Ace, ele estava diferente hoje, conversou comigo e até sorrio, mesmo que não fosse o melhor sorriso que eu já vi, mas ainda assim foi um sorriso. Só de pensar naquele momento, meu coração bateu mais rápido, senti aquela sensação de borboletas no estômago e então percebi que eu gostava dele de verdade.
O tempo passou rápido, quando fui ver, a aula já havia acabado e o sinal já tinha tocado. Arrumei meu material, peguei minha mochila e sai da sala, andei até o lado de fora e esperei minha mãe chegar, hoje ela viria me buscar, então fiquei esperando por ela. Ace apareceu e me abraçou por trás e depois me virou para ficar cara a cara com ele, seus olhos vermelhos brilhavam um pouco por causa do sol e seus cabelos negros estavam soltos, alguns fios de seus cabelo grudavam em sua testa por causa do suor, hoje estava bem quente, o que explicava a sua roupa, uma regata branca e uma bermuda preta.

— Oi de novo.– sua voz um pouco rouca ecoou em meus ouvidos.
— Oi.– falei olhando para seus olhos.
— Você tá esperando sua mãe?
— Como sabia…
— Eu escutei.– ele falou apontando para as orelhas.
— Esqueci que você faz isso.– eu ri baixo.
— Não quer conversar?
— Pode ser, mas…
— Você não tá vendo o Ake?– ele perguntou me segurando pela cintura.
— Não, ele não fala muito comigo, na maioria das vezes ele só me dá um Oi e vai embora.
— Que falta de respeito, ele deveria dar mais atenção.– senti ele aperta minha cintura com suas mãos.
— Eu já tenho atenção, minha mãe me dá atenção, as vezes até de mais.
— Não estou falando desse tipo de atenção.– ele disse, erguendo meu rosto com sua mão, logo depois fez carinho em minha bochecha com seu polegar.
— Eu não precisa de mais atenção do que eu já tenho.
— Tem certeza?
— Acho que… se for a sua atenção, talvez não seja ruim.– falei segurando em seu ombros.

Um amor em vermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora