Chapeuzinho
Já fazia um tempo desde que vi Ace de novo, a última vez foi no sábado quando ele e os amigos foram no café onde eu trabalho, fiquei um pouco surpresa por conta de nunca ter visto ele lá, mas ele estava diferente, acho que era o efeito dele estar virando um animal. Naquele dia eu havia dado um selinho nele, eu nem me incomodei na hora, só depois que eu percebi o que tinha feito.
Acordei cedo e me arrumei para ir à escola, desci as escadas e depois fui tomar café da manhã, assim que terminei, fui direto para a escola. Entrei na minha sala e esperei a aula começar, já que não tinha muito o que fazer já que os meninos haviam faltado.
No intervalo, fiquei no campo de futebol e logo vi Ace e os amigos dele, acho que Ake havia faltado hoje, já que não tive nenhum sinal dele. Os garotos se aproximaram de mim e se sentaram, Ace não olhou para mim em nenhum momento, acho que eu realmente magoei ele, enquanto isso, os outros ficaram me encarando como se esperassem eu dizer algo.— Oi…– falei me encolhendo um pouco.
— Oi, tudo bem chapeuzinho? Cadê os meninos?– Luke falou olhando para mim.
— Não vinheram.
— Que pena, mas você pode ficar com a gente!!– Jake disse animado.
— Se não for incomodo para vocês…– falei olhando com o canto dos olhos para Ace.
— Imagina.– Vitor falou apoiando a mão em minha coxa esquerda.
— Chapeuzinho, você viu o Ake esses dias?– Jake perguntou erguendo uma sobrancelha.
— Ah não, ele continua igual a antigamente, faltando de mais e quando aparece nem se quer fala comigo. Ele é um idiota.– falei e pude escutar Ace rir baixo.
— Nesse caso, você fez algo de interessante ultimamente?– Rudolf perguntou me olhando sério.
— Não… esses dias eu não tenho feito muito coisa, além de as vezes escutar música. Alice e Félix criaram uma música para mim, disseram que seria um sucesso.
— Que música?!!– os meninos me perguntaram.
— Bom, é tipo assim. 🎶 Pela estrada a fora, eu vou bem sozinha, levar esses doces para a vovozinha. A estrada é longa e o caminho é deserto, e… e o lobo mau passeia aqui por perto.🎶
— Que criatividade.– Ace falou se virando para mim.
— Tipo, parece uma música infantil, então eu gostei bastante.
— Claro, mas deveria ter uma parte mais… interessante.
— Tipo o que, Alice só fala o que vem em sua cabeça, se a letra não combinar com a outra parte, não tem música.– falei cruzando os braços.
— Ainda assim, isso nem é uma música de verdade.
— Que idiotice, você nem entende de música.
— Chapeuzinho!!!– ele chamou minha atenção e então pensei em alguma coisa.
— 🎶 Chapeuzinho!!! Eu sou o lobo mau, lobo mau, lobo mau. Eu pego as crianças pra fazer mingau.🎶
— É sério?– Ace falou com desgosto.
— Se não gosta por que ainda se mete?– falei irritada.
— Por que é divertido te ver assim.– ele deu um sorriso debochado.
— É, eu já imaginava.O sinal tocou e então nós fomos para nossas salas, fiquei a aula inteira pensando em Ace, ele estava diferente hoje, conversou comigo e até sorrio, mesmo que não fosse o melhor sorriso que eu já vi, mas ainda assim foi um sorriso. Só de pensar naquele momento, meu coração bateu mais rápido, senti aquela sensação de borboletas no estômago e então percebi que eu gostava dele de verdade.
O tempo passou rápido, quando fui ver, a aula já havia acabado e o sinal já tinha tocado. Arrumei meu material, peguei minha mochila e sai da sala, andei até o lado de fora e esperei minha mãe chegar, hoje ela viria me buscar, então fiquei esperando por ela. Ace apareceu e me abraçou por trás e depois me virou para ficar cara a cara com ele, seus olhos vermelhos brilhavam um pouco por causa do sol e seus cabelos negros estavam soltos, alguns fios de seus cabelo grudavam em sua testa por causa do suor, hoje estava bem quente, o que explicava a sua roupa, uma regata branca e uma bermuda preta.— Oi de novo.– sua voz um pouco rouca ecoou em meus ouvidos.
— Oi.– falei olhando para seus olhos.
— Você tá esperando sua mãe?
— Como sabia…
— Eu escutei.– ele falou apontando para as orelhas.
— Esqueci que você faz isso.– eu ri baixo.
— Não quer conversar?
— Pode ser, mas…
— Você não tá vendo o Ake?– ele perguntou me segurando pela cintura.
— Não, ele não fala muito comigo, na maioria das vezes ele só me dá um Oi e vai embora.
— Que falta de respeito, ele deveria dar mais atenção.– senti ele aperta minha cintura com suas mãos.
— Eu já tenho atenção, minha mãe me dá atenção, as vezes até de mais.
— Não estou falando desse tipo de atenção.– ele disse, erguendo meu rosto com sua mão, logo depois fez carinho em minha bochecha com seu polegar.
— Eu não precisa de mais atenção do que eu já tenho.
— Tem certeza?
— Acho que… se for a sua atenção, talvez não seja ruim.– falei segurando em seu ombros.
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Um amor em vermelho
Short StoryEra uma vez uma garota, que ganhou de sua vó uma capa vermelha e a usava todos os dias, então nomearam-na de Chapeuzinho Vermelho, porém, um dia sua mãe decidiu se mudar para outra cidade, onde a jovem chapeuzinho teve de se adaptar. Animais evoluíd...