Leave a light on, Tom Walker

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Dakota caminha para a sala de estudo onde o grupo se reunia e atira a garrafa de tinta a Luke, que a esconde debaixo da camisola.

-Hemmings, preciso que uses essa tinta na tua missão de hoje.-ela ordena.-Como não és monitorizado quando sais, tens de fazer algo em grande mas longe do teu local de missão para não te associarem ao que fizeste. Marshall tem que se sentir ameaçado e ao ver um ataque contra si no exterior isso acontecerá. Precisamos de um nome para assinar esse ataque. Sugestões?

-Acho que Fleur tem uma.-Luke brinca e repara que Dakota não lhe presta atenção.

-Nem por isso. Nada me vem à cabeça.-Michael admite e Devon concorda.

Dakota lembra-se de algo e comenta:

-Há uns meses Marshall disse-me que agíamos como se fôssemos... vítimas da autoridade. Gosto.

O grupo concorda e Luke resmunga:

-Merda, não podes escolher algo mais curto? Vou ter que escrever isso tudo sem me verem.

-Espera.-Michael pede e vê Fleur escrever no teclado do seu computador.-A Fleur diz "muito estúpido, Marshall vai lembrar-se que disse isso a Dakota". O nome Marshall tem dois L.

-Quero correr o risco, Fleur.-Dakota discorda.-Marshall vai lembrar-se que o disse a alguém aqui dentro mas não a quem, especificamente. Vai deixá-lo paranóico ao perceber que o ataque foi organizado a partir do interior do bunker. O nome fica.

Fleur suspira, contrariada, e Dakota prossegue:

-Ashton disse-me que esta semana vão começar a tirar-nos da cama aleatoriamente a meio da noite e fazer-nos enfrentar o nosso pior medo. Aconselho-vos vivamente a dormir durante a tarde e não à noite.

O grupo protesta, preocupado, e Dakota questiona:

-O que encontraste acerca de Ashton?

-Rigorosamente nada. É um fantasma como todos nós. Oh, e cerca de metade dos alvos que vos foram atribuídos eram inocentes. Provavelmente peças dispensáveis que descobriram algo que não deviam.-Michael afirma.

-Procura podres acerca de Marshall. Bem, tenho de ir.

Dakota afasta-se e Luke corre atrás de si. Ele pára-a e questiona:

-Arizona, o que se passa?

-Nada. Não te preocupes.

-Não consegues sequer olhar-me nos olhos.-ele observa.-O que aconteceu na tua missão?

-Muita coisa.

-Queres... resumir e explicar-me porque estás a tentar afastar-me?-Luke é direto.-Sem mentiras, Dakota, prometeste-me isso.

-Sem mentiras, Dakota, prometeste-me isso

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Raios.

-Está bem.-Dakota cede.-Eu... fiz algumas coisas de que não me orgulho. Não houve um minuto em que não pensasse em ti mas... Ashton matou um rapaz que nos viu juntos e percebi que se quisesse ver-te bem tinha de te deixar ir e tirar-te da minha cabeça.

 Ashton matou um rapaz que nos viu juntos e percebi que se quisesse ver-te bem tinha de te deixar ir e tirar-te da minha cabeça

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Luke sorri e agarra a mão dela discretamente. Ele afirma:

-Eu posso esperar por ti. Quando sairmos daqui, saímos juntos. Vemos no que isto pode dar. Não te preocupes, não és assim tão fácil de esquecer. Apenas... não me tires da tua cabeça.

-Okay.-ela faz um sorriso pequenino.

Luke afasta-se com um sorriso e Dakota faz o mesmo. E esse sorriso repete-se quando tenta dormir na sua cama, relembrando o que sentia quando Luke lhe sorria ou tocava.

Ela reconhecia que a sua conexão com Luke tinha sido repentina mas forte. Sentia que era algo tão especial porque nunca se tinha sentido assim em relação a ninguém e, num buraco como aquele, pensou ser impossível; sentia que tinha sido amparada por ele várias vezes sem ele sequer se aperceber do impacto da sua intervenção nela; sentia que eram bastante parecidos e reconfortava-a saber exatamente o que esperar dele; sentia as mãos suadas e borboletas na barriga quando o via, algo que não sabia bem explicar.

Do nada, é retirada da sua cama. Parece que seria uma das primeiras a ser testada. Dakota tenta acalmar-se quando é transportada pelos instrutores para a sala de interrogatório. O seu coração estava agitado mas sabia que não tinham nada contra ela e que ficaria bem. Os instrutores prendem-na a um poste, tanto os pulsos como os tornozelos.

Ela fecha os olhos e tenta imaginar o seu lugar seguro por alguns minutos. No entanto, ao sentir calor, abre os olhos. Enormes labaredas a cercam e Dakota sente pânico. O seu lugar seguro desaparece e é substituído por memórias do incêndio em que foi deixada para morrer. Dakota grita por horas, até lhe faltar a voz, luta, chora. Ela é deixada ali, esquecida, e a raiva que sente é capaz de destruir aquele edifício. Dakota sabe que tem a pequena lâmina de emergência consigo mas o medo impede-a de agir.

Dakota é finalmente libertada pelos instrutores e esta cai, frágil. A rapariga treme e rasteja até um canto da grande sala.

-Deus, recompõe-te.-ela ouve um instrutor dizer.

-D-Dakota.

A rapariga reconhece a voz preocupada de Ashton. Ele aproxima-se dela mas Dakota encosta-se à parede o mais possível e grita, partindo o coração dele:

-A-AFASTA-TE. DISSESTE-LHES.

-Não, eu...

-SAI! AGORA!

Ashton obedece, magoado

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Ashton obedece, magoado. De que outra forma poderiam saber que a sua fraqueza era fogo sem que Ashton lhes contasse? Dakota arrasta-se até ao seu dormitório e deita-se, sentindo uma ansiedade imensa. As suas roupas estavam queimadas, tal como parte do seu cabelo. Fleur tenta obter uma reação da colega mas não consegue.

A francesa corre até ao quarto de Luke e abana-o, sobressaltando-o. Ele protesta:

-Foda-se, Fleur! Mas que raio?!

A rapariga mostra-lhe 4 dedos e, junto com o pânico, Luke percebe que algo está errado. Ele segue-a rapidamente e encontra Dakota num estado miserável.
Ele abana-a com força, tentando retirá-la do estado de transe em que se encontra mas sem sucesso. Luke envolve-a nos braços, desesperado, e balança-a suavemente.

-Estás bem. Já passou.-ele sussurra.-Estou aqui. Podes dormir porque eu vou ficar toda a noite aqui para garantir que nada te acontece.

Dakota fecha os olhos e tenta dormir mas a sua mente prega-lhe partidas e o coração não acalma.

Victims Of Authority [afi/lrh] TerminadaOnde histórias criam vida. Descubra agora