Confrontos.

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-4. No meu gabinete.

Ela reconhece a voz do instrutor Irwin e obedece. Não sabia o que tinha feito de errado desta vez.

Dakota senta-se na cadeira do gabinete de Ashton e aguarda que o homem fale. À sua frente, ele finalmente fá-lo:

-Tu achas que podes fazer qualquer coisa à minha frente e não ser penalizada?

-Hm... não? Não sei do que fala, Mr. Irwin. Não o tenho visto sequer nos últimos dias.

Bem, era mentira. Infelizmente, Dakota estava confortável o suficiente para fazer o que bem lhe apetecesse à frente dele. Ela não sabe bem o que lhe deu essa confiança.

-Pára com isso. Sabes do que falo.-ele insiste.-Sei que temos apenas uma diferença de 4 ou 5 anos mas eu sou a autoridade e tens que me respeitar.

Dakota bufa, aborrecida, e confessa:

-Já pedi desculpa pelo pássaro de origami, já foi há 2 semanas. Mas pronto, posso fazer um pedido formal se assim o desejar...

-Estou a ficar farto das tuas atitudes. Sabes perfeitamente que estou a falar do teu beijo com o Hemmings.-Ashton perde a paciência.

-Oh. Isso.

O silêncio instala-se e Ashton questiona:

-Só isso? Não há nada mais a dizer?!

-Bem, já foi há uns dias atrás. Não sabia que tinha visto...

-Estás a mentir.-ele comenta.-Sabias.

-Mr. Irwin, não sei o que quer que lhe diga, honestamente.

-Quero que me digas como é que sobreviveste aqui 10 anos ao ser assim tão idiota! Porque é que estás constantemente a criar problemas que sabes que podem matar-te!

Dakota observa a pequena estátua de um leão na secretária de Ashton, sem querer falar. Ele agarra o objeto e atira-o para dentro da gaveta.

-Mr. Irwin.-ela decide falar, já algo irritada.-Percebo que pareça isso, que não temo a autoridade. Não é verdade. Se analisar tão atentamente todos os outros instruendos, perceberá que a atitude é geral. Apenas... viu demais de mim nos últimos meses. Esta é a unidade mais exigente e isso gera alguns comportamentos de tensão que nunca veria na sua antiga unidade.

-Isso não é verdade. Foste a única a salvar Fleur na piscina enquanto todos olhavam. Ninguém aqui engoliria droga para salvar uma colega que certamente não faria o mesmo por ela.

Dakota suspira e afirma:

-Estou a tentar sobreviver. Fleur protege-me e eu a ela. Precisamos de aliados num lugar como este. Sabe disso melhor que ninguém.

-Então era isso que o beijo era? Uma estratégia de sobrevivência ou uma tentativa de formar uma aliança com o Hemmings? É por isso que aqui estamos.

Dakota não conseguia decifrar se Ashton estava com ciúmes ou genuinamente com receio que quebrassem as regras.

-O beijo.... Não era nenhuma das duas.-ela mente. Ashton não precisa de saber sobre os acordos que ela fez.-Somos miúdos comuns. Sentimos desejo e assim. Todos aqui já beijaram alguém, ou foram mais longe. Sabe, sentiria-me mais confortável a falar sobre isto com um instrutor do se.xo feminino...

-Qualquer outro instrutor já te teria morto por isso suponho que estejas presa comigo nisto. 4, isto não pode voltar a acontecer.

Dakota protesta, irritada:

-Páre de falar comigo como se fosse uma criança!

-Então pára de te comportar como uma!

-Eu estou a comportar-me como uma pessoa normal da minha idade. Já lhe expliquei isso. Isto vai voltar a acontecer porque é normal.-Dakota afirma.-Pronto, na próxima vez que quiser beijar o Hemmings verifico especificamente que você não está presente. Resolvido.

-... Não está resolvido! Tu não entendes a posição em que me colocas! Fizeste isto para me castigar por eu te ter gritado acerca do origami e...

Dakota perde a paciência e atira:

-Jesus, Ashton, achas mesmo que isto é sobre ti?!

O silêncio instala-se e Dakota repara que o rosto dele fica vermelho. Aí apercebe-se. Eram ciúmes.

-Merda. Pensou que era mesmo por sua causa.-Dakota observa, agora mais calma.-Hm... Não era. Não somos.. nada, Mr. Irwin, lembra-se? Amigos ou assim. Era só entre mim e o Hemmings. Lamento que tenha visto. Não é uma relação pelo que não estou a quebrar as regras. Foi só um beijo.

Ashton olha os seus papéis, agora embaraçado. Ela decide provocar:

-Só um beijo. Podia beijá-lo a si agora  mesmo e não significar nada.

-Sai.

Dakota obedece, divertida. Tinha resultado. Ela corre até ao dormitório e senta-se em cima de Fleur, que lia um livro deitada na cama. Ela sobressalta-se.

-Merda, Fleur! Funcionou. Ashton estava passado por ter beijado Luke. Então... devo continuar o plano? Não sei o que fazer... não pensei que resultasse.

Fleur também não acreditava que Dakota tivesse conseguido, mas era bom sinal. Pelo menos Ashton não ia contar nada e acabar por matar Dakota. Fleur vai à sua gaveta e descola um papel da mesma. Era a parte 2 do plano.

Dakota lê, entusiasmada:

-"Para conseguir o coração da sua crush, precisa de mostrar o seu verdadeiro eu." Pfff, Ashton nunca iria gostar do verdadeiro eu por isso vamos inventar um. Ora bem, os meus melhores atributos têm de ser mostrados e tem aqui alguns exemplos: "beleza", sem dúvida...."sentido de humor"? Sim, tenho... "saber ouvir"? Hm, nem por isso mas posso trabalhar nisso. Não é culpa minha que falhe neste: és a minha única amiga e não posso propriamente ouvir-te. Vamos ver mais...ignoramos a parte da honestidade, não posso propriamente dizer-lhe a verdade. Mais... "inteligência"? Tenho.

Fleur revira os olhos e abana freneticamente a cabeça. Não, não era dos seus melhores atributos. Dakota pára subitamente e questiona:

-Espera. O que fazemos se Ashton acabar por gostar mesmo de mim?

Fleur encolhe os ombros e Dakota relaxa e comenta:

-Tens razão. Não vai chegar a isso. Preciso de Luke para continuar o plano com Ashton. Falarei com ele.

Victims Of Authority [afi/lrh] TerminadaOnde histórias criam vida. Descubra agora