Look what you've made me do, Taylor Swift

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Dakota tinha finalmente decidido falar com Miranda. Tinham-se passado alguns dias e sabia que tempo não era propriamente uma coisa que possuíam de momento. No entanto, Dakota estava confiante: quem negaria uma oportunidade de liberdade?

Assim, durante os treinos da manhã, Dakota decide oferecer-se para treinar contra Miranda. A rapariga sabia que tinha de a abalar e tornar suscetível à esperança e mudança. Assim, lutou contra ela sem dó nem piedade, deixando-lhe alguns cortes e nódoas negras.

Miranda finalmente pede tréguas, exausta e frustrada, chamando a atenção dos instruendos. Dakota sussurra:

-Não é triste que apenas tenhamos violência e falta de empatia destinados para nós?

-Habituamo-nos.

-Devemos? Há todo um mundo lá fora.-Dakota sorri.-E só nos dão isto. Um pouco egoísta, se me permites. Podíamos ter tanto mais, Miranda. Não queres um cão, um carro, um amigo?

Miranda finalmente olha Dakota, surpresa. A líder prossegue:

-Podia dar-te isso.

-... e imensos problemas.-Miranda comenta.-Achas mesmo que conseguirás chegar à porta com vida?!

-Se fosse a ti tinha cuidado com essa língua. Consegui causar alguns estragos e chatear as pessoas certas.

Miranda perde a cabeça, claramente sensível com a conversa:

-Foste tu?! És uma das veteranas aqui e sempre pensei que o segredo para sobreviver tantos anos aqui fosse ser bom e saber o nosso lugar! Claramente esqueceste-o. Mas eu não esqueço todo o trabalho e esforço que tive para sobreviver aqui para deitar tudo a perder com ilusões. Desaparece da minha frente.

E aí Dakota obteve a resposta à sua pergunta: apenas alguém com medo negaria uma oportunidade de liberdade.

A rapariga decide afastar-se e regressar ao dormitório. Fleur repara no silêncio da colega e atira-lhe a almofada, curiosa. Dakota cumprimenta:

-Hey, Fleur. Não é nada. Pedi a Miranda que se juntasse a nós e não quis. Paciência.

Fleur arregala os olhos e desta vez atira uma faca a Dakota, irada. Porque raio havia sempre algum problema?!
Dakota desvia-se da morte certa e afirma:

-Está tudo bem. Pensei que precisassemos de uma ajuda extra para conseguirmos dominar este lugar. Miranda não é idiota ao ponto de me acusar de nada sem provas. Mesmo que seja e me acuse, Ashton sempre me disse que Marshall tinha um carinho especial por mim, por isso... o que vai fazer, atirar-me para a solitária? Isso são férias para mim.

Fleur revira os olhos e Dakota prossegue:

-Compreendo o teu receio mas vamos sair daqui em duas semanas e nada vai mudar isso: eu tive o cuidado de deixar Miranda num estado miserável porque assim ela lembra-se do que eu lhe posso fazer caso se chibe e, nesse caso, posso sempre dizer que me acusou erradamente porque lhe dei uma coça em frente a todos e provavelmente parti-lhe o braço. Fleur, também tive que passar por este processo de dúvida ao recrutar-te a ti, Mike e Luke. Não tenhas ciúmes. Miranda nunca podia substituir-te no meu coração.

Fleur ignora-a e tenta concentrar-se no treino com facas. Dakota decide dar uma volta pelos dormitórios e dá de caras com Michael, que lhe sorri. Ela mexe no seu cabelo, despenteando-o, e questiona:

-Então, miúdo, está tudo pronto?

-Sim. Botão de destruição desativado. Provas do que se passa aqui. Oh, e temos atualmente 80 mil dólares. 20 mil para cada. Acho que nos sustentará durante algum tempo, até podermos arranjar um sustento e parar de fugir. Espero mesmo voltar a ver-vos...

-Mike, hm... sobre isso.-Dakota interrompe.

A rapariga nunca tinha contado a Michael que os pais não o queriam e foi atirado para um lar devido a abusos. Dakota sempre se sentiu responsável por Michael, pois ele era uma pequena Dakota e ela não podia vê-lo quebrar-se como ela quebrou.

-Eu sei que concordamos que íamos afastar-nos durante tempo indeterminado.-ela começa e Michael assente, visivelmente triste com isso.-Tu... és como se fosses o meu irmão mais novo e não consigo deixar-te ir... abandonar-te no mundo novamente. Mereces melhor. Mereces tudo. Então... eu quero ajudar-te a obtê-lo. Este papel tem uma morada de uma cabana isolada numa floresta afastada daqui.

Michael recebe o papel, confuso, e ela prossegue:

-Comprei-a há uns anos, numa missão, a uma idosa que queria desesperadamente sair dali por causa do frio. Este lugar... é suposto fazer-te sentir seguro. Quero que vás para lá quando precisares de ajuda ou de me ver. Há uma caixa de metal debaixo das escadas, e lá dentro tem um telemóvel com vários números. Tu sabes, para despistar alguém que o encontre. O meu número é o que termina em 100. O teu número de instruendo aqui. Achei que fosse fácil de memorizar.  Liga-me e irei ter contigo. Não digas aos outros.

Dakota não tinha mais nenhuma responsabilidade para com Luke ou Fleur depois de saírem dali: eram adultos e saberiam o que seria melhor para si. No entanto, Michael não, e Dakota não podia fingir que sim.

Michael caminha até Dakota e abraça-a com força. Ela sorri e corresponde, ouvindo-o dizer:

-Eu disse-te que podias ser minha mãe, lembraste? Apenas não querias sê-lo na altura mas parece que consegui dar-te a volta, hm? Obrigado, Dakota. Saber que estarás à distância de uma chamada faz-me sentir muito melhor.

Victims Of Authority [afi/lrh] TerminadaOnde histórias criam vida. Descubra agora