Whatever it takes, Imagine Dragons

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Os próximos dias foram mais calmos, e Dakota tentava introduzir-se na vida dos amigos e no plano lentamente.

Graças à paciência de Fleur, já conseguia dormir no quarto partilhado e comer sem receios. Michael ainda estava reticente relativamente a Dakota pois estava bastante magoado com a sua atitude de desprezo, direcionado a si.

-Eu tive uma ideia. Para o plano.-Dakota finalmente fala, ao almoço, e Michael olha-a, surpreso.

-Qual é?

-Bem, nunca conseguiríamos dominar todos os instrutores, ainda por cima as suas armas.-Dakota comenta, mordiscando a maçã.-Assim, estava a pensar em trancar a sala de munições e a sala de interrogatório, com os instrutores lá dentro. É extremamente resistente. Provavelmente teríamos de provocar uma enorme distração para os atrair para lá e mudávamos o código de abertura e fecho da porta do interrogatório. Consegues fazer isso, Michael?

O rapaz encolhe os ombros, ainda magoado, e Dakota suspira. Ela dá-lhe um pequeno encontrão e diz:

-Percebo que seja demais para ti. Talvez deva fazê-lo eu.

-Já descobriste como se liga o computador?-ele decide alinhar e brincar.

Dakota sorri e Luke anuncia:

-Parece-me um ótimo plano. Enquanto isso, precisaríamos de algumas armas para dominar algum instruendo que eventualmente decida dar-nos luta. Tratarei disso, antes de trancarem a sala de munições. Fleur e Samantha talvez possam avisar as instituições de que há uma situação crítica de crianças abandonadas, e convencer os jornais de que têm provas de que o bunker sobre o qual publicaram existe, para os atrairmos até aqui.

-Quando vamos sair?-Dakota quer saber.

-Estava a pensar depois de amanhã. Estão todos de acordo?

O grupo assente, ligeiramente nervoso, e Luke prossegue:

-Dakota, sei que estás magoada com Ashton e eu não te pediria isto se não achasse pertinente. Achas que consegues falar com ele?... Manter uma relação minimamente cordial e fazê-lo pensar que tudo está bem com ele e contigo? É que nesta fase precisamos de toda a informação possível de que não haverá alterações nos horários, castigos surpresa, entre outros. Sei o que te estou a pedir e compreendo perfeitamente se não o quiseres fazer.

Dakota brinca com o copo, aborrecida. A última coisa que queria era falar com Ashton, mas Luke estava a ser racional e não emocional como ela, e o seu pedido fazia todo o sentido.

-Eu faço-o.-ela garante, surpreendendo Luke e os restantes.-Não me apetece sequer ver a cara dele e duvido que tenha sucesso porque fui bastante rude da última vez que falamos mas tentarei.

O grupo assente e dispersa, de modo a realizar as suas tarefas. Dakota e Michael permanecem em silêncio, e a rapariga decide falar:

-Desculpa.

-Abandonaste-me.-ele sussurra.-Quando prometeste que nunca o farias... mas eu compreendi que estavas a tentar ajudar o grupo quando foste presa, apenas gostaria que tivesses pensado um pouco mais em mim. Quem tomaria conta de mim senão tu?... e eu estava disposto a perdoar-te mas trataste-me como se não significasse nada para ti.

Dakota suspira e garante:

-Sabes que te adoro. Não foi nada pessoal. Tinha acabado de chegar do... inferno e perguntaste-me se queria continuar com o plano. Claro que não: não queria nenhuma das pessoas que amo em risco, a passar por aquilo que passei. Só de pensar que podia ter sido um de vocês naquela prisão por causa do plano que criei .... quis eliminar o plano, que foi responsável por tanta dor, e manter-vos seguros. Desculpa, Mike.

-... tiveste medo?-Michael quer saber.

-Tanto medo. E saber que ninguém podia salvar-me e que a minha vida estava nas mãos de outras pessoas destruía-me. Pensei que fosse morrer mas Luke disse-me que aquele lugar é que devia ter medo de mim, e percebi que tinha tudo para sobreviver ali, só não queria perder a pessoa que era para sempre.

Michael dá-lhe um beijo no rosto, aquecendo o seu coração, e afirma:

-Estás segura agora. Vamos tomar conta de ti.

-Não vais ter medo?-Dakota sorri.

-Não. Estou farto de ter medo. Já me defendeste o suficiente, e agora é a minha vez de te retribuir o favor. Agora sou muito bom em combate e com armas. Vais ver.

A rapariga assente, sentindo-se protegida pelas palavras de Michael. Samantha tinha razão: agora o percurso estava inteiramente nas suas mãos e tinha de escolher sabiamente, por muito desconforto que lhe causasse.

E isso incluía perdoar Ashton para que mantivesse o grupo informado e seguro, aparentemente. Ela caminha até ao gabinete dele, sobressaltando-o ao entrar sem permissão. Ela permanece de pé, de braços cruzados.

-D-Dakota.-ele surpreende-se e ela quase revira os olhos.

-Olá.

-Hm... Estás bem?-Ashton quer saber, inseguro.

-Ótima.

A postura dela era intimidante e fazia o coração dele bater rapidamente. Os dois já não estavam tão perto há muito tempo. O silêncio instala-se e Dakota está a divertir-se com o constrangimento dele.

-Estás aqui para dizer o quanto me odeias?-Ashton olha alguns papéis, entristecido.

-Não, estou aqui para te perdoar mas se estiveres demasiado ocupado posso vir noutro dia.

Ashton atira rapidamente os papéis para o lado, fazendo-os voar sem querer. Ele engole em seco, sem acreditar no que ouve:

-Não estou ocupado. O que te fez mudar de ideias?

Luke, Fleur e Michael. Liberdade.

-Não sei bem.-Dakota mente.- Estava a pensar em algo que te disse... sobre os pedidos de desculpa não mudarem nada. Na verdade, nada mudará o que aconteceu, é passado. Está inteiramente nas minhas mãos como vou gerir a situação tendo em conta essa informação e... decidi que chega de violência. Eu e tu passamos por muito juntos e claramente mostraste estar arrependido. Não quero olhar para ti e relembrar-me constantemente do que nos separou. Quero... avançar e esquecer.

-Isso é muito maduro, Dakota.-ele afirma, sorrindo um pouco.-Obrigado por reconsiderares. Tu ainda tens sentimentos por mim?

-Demorei algum tempo a desenvolvê-los por isso demorariam igualmente algum tempo a desaparecer.

-Então... há esperança para nós.-ele conclui, ainda hesitante.

Ashton aproxima-se dela e acaricia o seu rosto. Dakota apercebe-se de que a ia beijar e afasta-se de imediato. Ashton apressa-se a desculpar-se:

-Raios. Sou um idiota. Desculpa.

-Hm... está tudo bem. Vamos com calma.-ela força um sorriso e Ashton assente, agora mais descansado.

-Tive saudades tuas, Dakota. Agora que regressaste, cuidarei de ti e não permitirei que te levem de novo.

Poderá ser ligeiramente tarde para isso.

Victims Of Authority [afi/lrh] TerminadaOnde histórias criam vida. Descubra agora