Nos próximos dias foi realmente difícil chegar até Ashton pois estava constantemente no gabinete médico dado o castigo de Mr. Marshall. A boa notícia é que ele estava vivo; a má notícia é que impossibilitava a conversão à vingança. Assim, Dakota trocou de tarefa de limpeza com um instruendo, permitindo que pudesse chegar mais perto de Ashton. Ela entra no gabinete e chama nervosamente:
-Ash?...
E se ele a odiasse?...
O coração dela quebra ao vê-lo miserável. Tinha alguns cortes e parecia bastante em baixo. Ela abraça-o de imediato. Sim, eles tinham as suas diferenças mas Dakota via-o como outra vítima da autoridade. Talvez se o tivesse convidado a lutar contra Marshall há uns anos, ele teria aceitado; no entanto, Ashton estava agora no modo sobrevivência, sem esperança. Dakota podia nem sempre concordar com ele, mas toda a violência era desnecessária, aos seus olhos. O coração de Ashton parece remendar um pouco ao vê-la.
-Isto é tudo culpa minha.-ela afirma, com algumas lágrimas nos olhos.-Desculpa. Talvez devesse ter mentido, ou fingido não saber... Eu...
-Não podias fazer nada. Era mais suspeito se não confirmasses as suspeitas de Mr. Marshall.-Ashton garante, retirando o cabelo dela daqueles olhos tristes e brilhantes.
Dakota não se sente melhor com o comentário e Ashton pede que se sente a seu lado. Ele pede calmamente:
-Não chores....estou bem.
-O que te fizeram?
-Bem, desde pequeno que tenho pavor de facas por causa de bullying com instruendos mais velhos.-Ashton conta, suspirando.-Então... brincaram um bocadinho com elas. Enquanto ouvia bastante ruído. Pensei... que fosse enlouquecer, sabes?... Mas estou bem agora. A recuperar.
-Ash.-ela sussurra, agitada.-Vou trazer-te um chá. Espera.
Ela afasta-se e regressa uns minutos mais tarde, com a bebida quente. Ashton relaxa e Dakota acaricia o seu cabelo, fazendo-o fechar os olhos. Seria o momento indicado para virá-lo contra Marshall? Parecia estranhamente pacífico... Porquê?
-Amo-te.-ele finalmente diz.-Tanto. Assusta-me.
Merda. Dakota arregala os olhos e sussurra:
-Tens a certeza? Pode ser da medicação que te deram ou...
Ashton ri quando pensou ser impossível. Ele confessa de forma carinhosa:
-Não, eu sinto-o. Apenas me apercebi agora. Estava a sentir-me pessimamente mas... entraste e já me sinto melhor. Sinto-me bem por estares a cuidar de mim e mostrares preocupação comigo. Não quero que páre e pretendo fazê-lo de volta, a ti. O amor não é isso?
-Acho que sim.-Dakota confirma, com um sorriso. Talvez Ashton não fosse um caso perdido. Ele sabia o que era o amor.-Alguém apanhou o gosto por quebrar as regras.
Ashton perde o sorriso com a piada e Dakota percebe que poderá ser impossível colocá-lo contra o diretor. Ela acrescenta:
-Desculpa. Sei o quão este tema te deixa desconfortável. Não devia ter brincado com isso. Vamos falar de outra coisa.
O instrutor assente e questiona:
-O que mudou enquanto estive fora?
Dakota olha o chão, receosa, e Ashton percebe que há algo de errado. Ela confessa:
-Hm... Provavelmente não é o momento indicado para isto, mas... prefiro que o saibas por mim do que pelos outros. Mr. Marshall vai apostar em missões em duplas ou triplas.
-É um ótimo avanço.
-Sem dúvida.-ela observa, hesitante, e decide confessar.-Vou trabalhar com Luke no exterior.
-Oh.
Dakota repara que Ashton fica tenso e decide mudar de assunto:
-Então... quando é que regressas ao trabalho?
-Não vai acontecer nada entre ti e Luke, pois não?
-Não, somos apenas aliados.-Dakota mente.-Apenas quis contar-te porque já houve um ou outro beijo entre eu e ele, e...
.... e Dakota preferia que Ashton soubesse agora e amuasse do que descobrisse mais tarde e armasse um escândalo. Ashton está claramente incomodado e questiona:
-Tens sentimentos por ele?
-Não.-ela mente.-Eu gosto de ti.
Ashton assente e beija os seus lábios. Ele afirma:
-Eu confio em ti, Dakota.
Ela relaxa. Não tinha sido muito mau. Ashton volta a falar:
-Devo regressar ao trabalho amanhã. Ficas bem até lá?
-Sim. Não te preocupes.
Mas Ashton estava preocupado: não se reconhecia com tantos ciúmes. Não queria que Dakota e Luke se aproximassem enquanto ninguém estivesse a ver. Não queria que Dakota fizesse com ele tudo o que fez consigo: dançar, passear, contar coisas que só eles sabem. Ele tinha de fazer algo em relação a isso.
Assim, Dakota não foi a única a destruir alguns equipamentos: no dia da missão de Luke e Dakota, Ashton destruiu o quadro de eletricidade. Esperava que Mr. Marshall cancelasse as missões até descobrir a fonte de ameaça. No entanto, como já perceberam, Mr. Marshall tinha elevado a fasquia das missões para poder impressionar os seus superiores depois do fiasco que foi o envolvimento dos media no seu trabalho. A missão não foi cancelada.
Assim, Ashton ficou sozinho no gabinete médico, sem qualquer distração que o pudesse fazer pensar noutra coisa que não Dakota e Luke juntos. Ele tinha-se sacrificado pela rapariga e todos aqueles cortes que sofreu no castigo pareciam ter sido em vão. Aqui via-se a falta de competências emocionais e sociais de cada um dos elementos confinados naquele bunker. Ashton sentia-se sozinho e nada especial: ele queria que parasse.
Enquanto isso, Dakota e Luke aproveitavam a sua liberdade, uma vez que não poderiam propriamente apostar no plano de fuga pois estavam a ser seguidos de momento.
Já no quarto de hotel, Dakota aponta pela janela:
-A minha família vive para aquele lado. A tua vive na outra direção.
-É de doidos.
-Pesquisei-os no computador de Michael. Tens os olhos da tua mãe.-ela confessa e Luke sorri.
Ele envolve-a nos braços e admite:
-Não há um dia em que não agradeça ter visto o potencial que tinhas. Eu podia apenas tê-lo ignorado e continuar a sobreviver. Era arriscado ter-te perto mas não podia dar-me ao luxo de te deixar escapar.
Luke beija Dakota e deita-a na cama. Ela questiona:
-Não te incomoda o que estou a fazer com Ashton...?
-Incomoda. No entanto, lembro-me que estás a fazê-lo por nós e que Ashton não tem o teu coração.-Luke admite.-Eu é que tenho.
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Victims Of Authority [afi/lrh] Terminada
FanficEm que o Governo rouba sonhos de miúdos para defenderem o país. A número 4 finalmente decidiu que prefere morrer na busca pela liberdade do que ficar mais 10 anos trancada naquele buraco escuro, frio e injusto. [Há 2°temporada, é BREAKING YOU]