Victims Of Authority [afi/lrh] Terminada

Passo 2: tempo sozinha com ele

A 4 sentia todo o seu corpo pisado e o seu tempo tem sido passado no quarto, na cama. Ela comenta com Fleur:

-Bem, a boa notícia é que tenho a atenção do instrutor Irwin. A má notícia é que aparentemente tenho um novo inimigo: Luke.

Fleur revira os olhos. Não compreendia como raio é que a 4 ainda estava viva com esta personalidade, naquele lugar tão violento. A 4 tinha agora o pior inimigo que podia ter e bastantes hematomas na cara.

Mas a 4 tinha mais em que pensar: Mr. Irwin ainda não tinha sido conquistado por ela. A rapariga sabe que tem de se esforçar a sério, pois o castigo de qualquer instrutor que se envolva com um instruendo é severo. E Mr. Irwin não parecia assim tão idiota.

A rapariga caminha até ao gabinete médico e um instrutor passa o seu cartão, permitindo a sua entrada. A vontade de o roubar e de fugir para longe era sempre enorme.

Ao sentar-se na cama de hospital, o seu olhar cruza-se com o de Mr. Irwin. A 4 não quebra o contacto ocular e esboça até um pequeno sorriso atrevido.

-A tua cara está roxa.-ela ouve, perto dela.

A 4 segue a voz e encontra um rapaz mais novo sentado na cama de hospital a seu lado. O braço dele estava partido e tinha um computador portátil a seu lado. Ela reconhece-o como o nerd que dava uma coça a todos os instruendos mais velhos em informática.

-Provavelmente não estavas a tentar ser útil, mas foste. Não tenho espelho no quarto para ver como está.-ela observa.-Estou a falar com...?

-Michael. Perguntava-te o mesmo mas "suicida" fica no ouvido. É fácil de decorar.-ele ironiza.-Todos aqui estamos a tentar sobreviver, exceto tu. O que raio estavas a pensar ao lutar com Luke?

-Estava a pensar em vingança.-ela mente.- Ele escondeu droga no meu  quarto. Podiam ter descoberto e eu já nem estar aqui.

-Que bem que correu.

A 4 ignora o comentário de Michael e arqueia-se de dor ao sentir a enfermeira a tratar os seus cortes e hematomas. Ela não costumava fazer conversa ou esforçar-se socialmente, mas Michael cativava, de alguma forma.

-Que idade tens?-ela pergunta e repara no número do casaco de Michael. 100. Tinha sido o último colocado aqui.

-16. E tu?

-19.-a 4 responde.

-És velha.

-Obrigada.-ela ironiza.-Estás preso aqui e tens ordens a obedecer, mas não deves nada a não ser a Mr. Marshall. Se se meterem contigo tens todo o direito de ripostar. É a única maneira de sobreviveres. Como partiste o braço?

Michael olha o chão e mente:

-Caí.

-Faz a vida negra a esses miúdos. Tenta parecer o mais louco possível, eles vão deixar-te em paz. Não confies em ninguém. Tens-te a ti e isso é suficiente.

Michael sorri um pouco. Ele perde o sorriso de imediato e comenta:

-Não sou como tu. Ninguém perde dois minutos comigo. Como é suposto aprender a lutar?

A 4 não o olha. Não queria perder tempo com Michael; tudo o que ele sabia sobre informática não lhe era minimamente útil. Era fraco e duvidava que conseguisse ajudá-lo, e.. ela tinha tanto mais com que se preocupar. No entanto, ela já foi assim. Ninguém dava um dólar por ela.

-Quando tirares o gesso falamos.-ela decide e os olhos de Michael brilham. Talvez ele entretanto se esquecesse da promessa.-Tenta sarar e manter-te pacífico. Não incomodes nenhum dos teus colegas por enquanto.

Michael assente e a 4 finalmente está livre para regressar aos dormitórios. No entanto, no caminho, avista Mr. Irwin ao longe. Ele parecia claramente deslocado naquele lugar, mas tentava escondê-lo. Irwin repara na 4 automaticamente, dados os eventos recentes: ela era atraente e misteriosa, e o homem sabia que a rapariga significava problemas.

A 4 encosta-se à parede onde Fleur atirava facas. Fleur era incrível com elas. A 4 sente uma faca roçar o topo da sua cabeça, agora presa na parede. Ela comenta:

-Vá lá. Se me quisesses morta já o terias feito. Pronta para a fase 2 do plano? Preciso de tempo sozinha com Mr. Irwin. Já tenho a atenção dele: está a observar-nos agora.

A 4 recolhe as facas da parede e trocam de lugar. Ela atira as facas e repara que provoca um corte no braço de Fleur. A 4 comenta, limpando o braço ensanguentado da colega:

-Merda. Desculpa. Sabes que a minha cena são as armas. Então... amanhã preciso que te mantenhas afastada da piscina. Vou causar alguns estragos e preferia que não te associassem a isso. Sabes que Hemmings ficaria com o teu beliche e detestaria isso.

O gesto discreto e carinhoso de 4 para com Fleur não passou despercebido a Mr. Irwin. Nunca viu algo assim na sua vida, no bunker. Talvez a número 4 fosse muito mais do que uma cara bonita e problemas...