33. Um dia difícil

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30 de agosto de 2016. - Hospital de Gangnam-gu, Seul.

Ainda que morassem longe, os avós de Jisoo conseguiram chegar na noite de vinte e sete de agosto, sendo aqueles os únicos rostos familiares que a garota viu nos últimos dois dias, já que as pessoas que chegavam ali para visitá-la não passavam de amigos ou colegas de trabalho, pessoas que ainda não teve o prazer de conhecer e que só chegou a isso nesse estado, quando sua mãe já não estava em uma situação muito boa.

Apesar de muitas pessoas terem aparecido para ver Sooyoung, nenhuma delas foi Jungkook ou Thomas, causando ainda mais raiva em Jisoo, porque eles ao menos poderiam ter um pingo de compaixão com ela, com a mulher que conheciam por quase uma vida inteira, pela mulher que colocou um deles no mundo, mas não, eles não ousaram das as caras por ali.

Por outro lado os amigos de Jisoo apareceram, Jin, Jennie, Kai e até mesmo Jisung, que ficou por pouco tempo, porque as aulas haviam começado no dia anterior, já os outros queriam ficar ali e dar apoia a amiga, pois naquele momento nada mais importava e eles também sabiam que ela faria o mesmo, caso estivessem na mesma situação.

Kim estava dentro do quarto da mãe junto com os avós, deixando sua namorada e seus amigos do lado de fora os olhando, porque naquele momento apenas três pessoas - fora o paciente - poderiam ficar dentro do local, para que não houvesse tumulto.

— Como a Jisoo está? - Perguntou Jin, já que a amiga só havia trocado algumas palavras com ele.

— Ela me disse que está bem e que até já aceitou a morte da mãe, mas eu sei que está mentindo, ela anda fazendo muito isso ultimamente. Ontem a noite eu escutei ela chorando e ela sempre volta com os olhos vermelhos depois que vai ao banheiro.

— Ela... ela já falou sobre o que aconteceu naquela noite? - Perguntou Jennie, se referindo a única coisa que descobriu até o momento, que Jisoo estava passando um tempo na casa de Chaeyoung.

— Não. - Mentiu. - Ela não disse nada, mas a Sooyoung me disse para ter paciência e esperar um pouco.

— E em relação àquela outra coisa, ela falou algo? - Perguntou Kai.

— Acho melhor você falar com ela, mas por favor espera isso passar e até lá não toca nesse assunto, okay?

— Okay, não vou abrir a boca.

Ele sabia que tocar no nome de Lisa perto de Jisoo sempre a trazia péssimas memórias, apesar das recentes conversas que tiveram tivessem fluido naturalmente, mas naquele momento e com todos os acontecimentos falar dela não era algo confortável.

(...)

Como acontecia em toda manhã os avós de Jisoo sempre saiam para descansar no hotel mais próximo a qual estavam hospedados, porque dormir no sofá na idade deles não era algo bom para suas costas, já Kim conseguia aguentar muito bem, apesar de dividi-lo com a namorada em alguns momento.

Enquanto os avos de Jisoo estavam fora, mais ninguém ousou entrar no quarto, exceto por alguns enfermeiros e médicos, que às vezes vinham conferir seus sinais. Porém naquela manhã e após quase três dias desacordada o médico responsável chegou a conclusão que seria bom tirar o tubo que estava em sua garganta, que naquele momento era a única coisa que a impedia de abrir os olhos e sair do estado vegetativo a qual se encontrava.

— Porque... - Antes mesmo que Jisoo pudesse pudesse perguntar o que estava acontecendo o doutor a interrompeu para explicar a situação.

— Achamos que gostariam de se despedir, essa pode ser a melhor chance que podem ter no momento e não podemos desperdiçá-la. - Disse o doutor.

No quarto haviam dois enfermeiros fora o doutor, a única mulher anotava algumas coisas em uma prancheta, o outro enfermeiro se preparava para fazer a retirada do tubo e o doutor iria guiar aquele procedimento, para que não houvesse erro.

Confidentes - ChaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora