54. Seis bilhões e alguns trocados.

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10 de dezembro de 2022 - Yangpyeong, Gyeonggi

Kim não falou a hora que chegaria e nem se voltaria com Kai ou se ele ficaria no hotel por enquanto, então Chaeyoung não fazia a mínima ideia se deveria esperar ou simplesmente ir dormir mais uma vez sem a companhia dela. Antes de ir tomar banho ela mandou mensagem para Kim, pedindo para que ela não fosse dormir muito tarde e que ao menos comesse alguma coisa antes de deitar. Só que sem nem mesmo esperar, Jisoo surgiu mais uma vez em sua frente, exatamente no momento em que iria abrir a porta do banheiro para ir ao quarto.

— Oi. - Disse Jisoo.

— Chegou agora?

— Mais ou menos, passei na cozinha para comer alguma coisa, como você pediu.

— Isso significa que veio dormir agora? - Jisoo confirmou. - Assim tão cedo?

— Sim, só preciso de um banho.

Antes de entrar embaixo do chuveiro e deixar toda a sujeira para trás, ela roubou um rápido beijo da namorada, deixando em seus lábios um gostinho de: continuamos depois.

Quando retornou ao quarto, Chaeyoung já estava acomodada na cama e em uma ligação com a irmã, então Jisoo trocou de roupa silenciosamente, sem nem fazer gracinhas ou provocar a namorada, coisa que normalmente acontecia quando não tinha um dia corrido.

Jiwoo normalmente ligava para saber como as coisas estavam indo, sendo ela a irmã mais próxima de Chaeyoung, apesar de ter sido a primeira a sair de casa e ter menos tempo de convivência com ela. Mas através de mensagens e ligações elas conseguiram criar e manter um vínculo.

Aquela altura Jiwoo já sabia sobre a reconciliação das duas e aquilo com toda certeza era algo que a Park mais nova não conseguiria esconder por muito tempo dela. A irmã mais velha de Chaeyoung não... ela não....

Creio que odiar é uma palavra muito forte, embora fosse isso que ela sentisse, mas Jiwoo não gostava de Jisoo, tinha um profundo rancor por ela e mesmo sabendo que ela fazia a irmã feliz, não aprovava a volta. Se ela tinha um motivo? Todos têm, Jisoo havia a magoado profundamente quando decidiu sumir e foi Jiwoo que escutou a irmã chorando e que enxugou algumas de suas lágrimas. Foi Park Jiwoo que teve que consolar a irmã mais nova, mesmo não fazendo a mínima ideia de que o "término" na verdade era outra coisa.

— Eu vou desligar, estou com sono. - Fingiu bocejar. - Jiwoo, você não vai bater nela. Não. Te explico tudo depois, tipo daqui há um ano. Se você ousar bater nela eu conto aos seus filhos que o Papai Noel na verdade não existe. Sim, muito malvada. Tchau.

Park tinha um sorriso de serviço cumprido em seus lábios e mesmo não falando a verdade a irmã não sabia disso, sendo esse o lado bom de sua ameaça.

— Pelo visto ela me odeia. - Disse Jisoo.

— Só um pouquinho.

— Corro risco?

— De morrer pelas mãos dela? Não. De ter alguma parte do corpo decepada? Com toda certeza.

Kim desligou a luz do quarto, deixando o trabalho de iluminar o quanto para o abajur.

— Ela não arrancando a minha língua e nem os meus olhos, tudo bem.

— Só vai sentir falta disso?

— Preciso dos olhos para ver seu rosto e da língua para...

Kim levantou a sobrancelha algumas vezes e deu um sorrisinho malicioso, não havendo necessidade de completar o que estava dizendo e a namorada também havia entendido muito bem o que ela queria dizer.

Confidentes - ChaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora