11. Ninguém sai ileso

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11 de abril de 2016. - Escola Contact.

Medo, foi isso que circulou pela cabeça de Kai quando recebeu a notícia da festa, pois apesar de ter sido convidado e avisado de que será bem vindo, estava com medo de encontrar Jungkook e de ser encarado pela mãe de Jisoo, uma das poucas pessoas que ele tem medo na vida.

Ainda mexida com o que Jisung havia lhe falado, Jisoo voltou ao seu comportamento normal com Chaeyoung, que se resumia a pequenos cumprimentos e alguns poucos olhares. Park sabia que tinha algo de errado com ela, pois ainda na sexta Jisoo tinha lhe tratado muitíssimo bem e agora todo seu progresso se resumia a zero.

(...)

A mais nova sempre soube que era ciumenta, mas apesar disso nunca entendeu ao certo porque sentia ciúmes de homens e em especial de Park Jisung, seu colega de sala e atual rival na disputa para o coração de Kim Jisoo. Ela simplesmente odiava sua aproximação, o jeito como conversavam, os olhares que ele dava em sua direção, a forma com que respirava e o jeito com que tratava Jisoo.

— É engraçado te ver nessa situação. - Disse Jennie, caçoando da amiga.

— Porque acha isso engraçado?

— Ela não gosta de garotos.

— Não gosta? E porque está dando moral para aquele mané? Eu deveria ir até lá e acabar com as expectativas dele.

— Deixa de ser possessiva. Vocês não estão juntas e você nem sabe se ela gosta ou não de você.

— Jennie, eu posso ser burra, uma verdadeira tapada, mas eu tenho absoluta certeza de que ela gosta de mim. Só não gosto do jeito que trata aquele imbecil metido a alguma coisa.

Por um instante Jennie recorreu a atenção para os Jisoo e Jisung, que já conversavam há muito tempo naquele almoço, poderia até dizer que ele tinha muitas chances com ela, mas lembrou de algo que Kai lhe disse: ela trata bem, quem a trata bem e nada além disso.

— A Jisoo é gentil, trata todo mundo do mesmo modo que é tratada e ele não faz o tipo dela. - Disse Jennie, tentando acalmar a amiga.

— Então minha mãe estava certa, não sou como todo mundo, porque ela só me trata mal, vive me dando patadas e fecha a cara toda vez que estou por perto, nem depois do desmaio ela me deu trégua, pensei que as coisas iriam melhorar entre nós duas.

— A Jisoo nunca dá trégua.

Aquilo era uma mentira, uma completa mentira e a loira sabia disso, tinha tanta certeza que até presenciou sua trégua instantes antes de desmaiar e minutos depois que acordou. Aquela lembrança lhe fez sorrir bobamente, ficando séria ao perceber que estava sendo encarada por sua amiga.

— Sinto que está me escondendo alguma coisa.

— Nós... meio... que...

— Fala logo, Chae.

— Ela quase me beijou antes de desmaiar, pediu para que eu ficasse no quarto quando a enfermeira foi fazer curativos e até brincou um pouco comigo. - Disse rapidamente, para que não acabasse se arrependendo na metade.

— Uau, uau.

— Isso, uau mesmo, mas naquela tarde ela nem me olhou direito, no outro dia nem me respondeu, já na sexta-feira foi educada comigo e até fez uma piadinha com o desmaio, mas hoje cedo ela ficou fria e distante.

Aquela conversa tinha se dado por encerrada, já que o assunto da conversa se aproximou das duas, fazendo o humor de Chaeyoung mudar drasticamente e transformar aquela cara de mau humor em um belo sorriso sincero.

Confidentes - ChaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora