38. O outro lado de Kim Jisoo.

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Por conta da mensagem que recebeu, Jisoo não voltou para casa na noite anterior e nem mesmo na manhã do dia seguinte, o que era preocupante para seus amigos, mas não para Lalisa e seus funcionários, porque seus sumiços eram frequentes e quando algo dava errado a notícia não demorava muito para chegar.

15 de novembro de 2022. - Porto de Busan.

No rosto de Jisoo havia um pequeno corte sobre sua sobrancelha esquerda, já suas mãos estavam marcadas, como se ela tivesse socado várias vezes alguma coisa. E essa alguma coisa tinha nome, sobrenome e um rosto marcado, quer dizer, eram quatro rostos, quatro sobrenomes e quatro rostos bem marcados.

Naquele galpão pequeno havia quatro homens sentados em cadeiras e com suas mãos amarradas nas costas, além deles e de Jisoo haviam três seguranças, que não estavam ali para proteger a jovem mulher, mas sim para cuidar da bagunça depois que ela fizesse o que deveria ser feito.

Na frente de Jisoo tinha uma pequena mesa, e sobre ela uma pistola completamente carregada e pronta para ser usada. Antes de pegá-la, Kim olhou para cada um deles se perguntando se aquilo de fato iria valer a pena, mas logo decidiu que sim, afinal essa não seria a primeira vez que ela sujaria suas mãos com pessoas como eles.

— Sabem, eu amo jogar. Quando eu era criança ganhei um desses videogames e acabei detonando o jogo em três dias, mas hoje eu não tenho tanto tempo para jogar, sabem porque? - Nenhum deles ousou responder, pois suas cordas vocais e seus corpos estavam completamente travados - Porque imbecis feito vocês roubam o pouco tempo livre que tenho, então sempre gosto de jogar quando tenho oportunidade.

Ela foi para mais perto deles, mirando a pistola assim que ficou a dois passos de onde estavam.

— Vamos brincar de morto-vivo, eu tenho quatro balas e vocês são quatro, o que é maravilhoso.

Não eram quatro balas e ela sabia disso, mas queria dar uma chance de fazê-los pensar se era melhor falar ou ter um fim ali mesmo.

— Vamos lá, vivo. - Mirou para o primeiro - Vivo. - Falou olhando para o terceiro - Morto. - Um único disparo certeiro foi feito, atravessando a cabeça do quarto homem e assustando todos os outros que duvidavam da capacidade de Jisoo de fazer aquilo. - Vivo. - Falou olhando para o segundo.

Kim esperou que eles falassem alguma coisa, nem que fosse um xingamento ou choro de desespero, mas aquela motivação pareceu não servir de nada, pois eles apenas observavam em desespero o sangue escorrendo pelo chão.

— Eu quero que me expliquem o que está acontecendo, quem são os compradores, quem está investindo e para quais países estão mandando, se me responderem a brincadeira acaba. - O homem da primeira cadeira olhou para o terceiro, que ainda olhava para o sangue no chão. - Bom, se é assim podemos continuar brincando. - Mirou a pistola para o segundo homem. - Vivo. - Seguiu para o primeiro, mas antes de dar seu veredito final um deles decidiu abrir a boca.

— Eu... eu não sei de nada. - Disse o primeiro homem com uma expressão de desespero, temendo muito ser o primeiro. - Apenas me mandam entregar essas coisas.

— Estamos vigiando vocês há mais de três meses, quer mesmo mentir sabendo que pode morrer agora? - Perguntou Jisoo colocando a pistola em contato com a testa dele.

— Eu juro que não sei de nada, eu juro.

Para dar uma motivação maior a ele, Kim abaixou a arma, não dando qualquer indício de que iria atirar, mas ela só tinha feito aquilo para mirar em seu novo alvo, o pé esquerdo dele.

Se o galpão não tivesse revestimento a prova de barulho, os tiros já seriam escutados, assim como os gritos do homem, que por conta de sua dor estava se contorcendo na cadeira.

Confidentes - ChaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora