Choi Sooyoung - ou Kim - morreu na noite de trinta de agosto após se despedir de sua filha, de seus pais e de todos os entes queridos que apareceram para se despedir. Para trás ela também deixou mais uma coisa, toda dor que estava sentindo há algum tempo e desta foram se libertando de algo que tanto a incomodava, encontrando o descanso em algum lugar onde sua alma seria bem vinda.
Como tradição coreana a cerimônia fúnebre teria duração de três dias e no terceiro ela seria sepultada, fazendo com que agora seu corpo também descansasse, já que sua alma já havia ido embora.
Durante aqueles três dias, Jisoo chorou sempre que teve oportunidade e sempre que o lugar estava um pouco mais vazio, recebendo apoio de seus amigos e de seus avós naquele momento difícil, também não ousando sair de perto da namorada, já que apenas ela sabia como acalmá-la e só o seu abraço parecia acolhedor e seguro.
2 de setembro de 2016. - Cemitério nacional de Seul.
No cemitério não havia mais do que vinte pessoas presentes, fora o padre e os dois coveiros que também estavam ali, porém mesmo não havendo muitas pessoas nenhuma daquelas era Thomas ou Jungkook, mostrando com suas ausências que eles pouco se importavam com ela.
O padre era um velho conhecido da família Choi e por isso foi chamado para guiar a celebração do enterro, dizendo lindas palavras a respeito de Sooyoung e até contando uma história a respeito da mulher que um dia teve o prazer de conhecer.
O avô de Jisoo conseguiu falar um pouco diante de todos, mas sua avó chorava o suficiente para não conseguir fazer isso, dando vez a neta, que até estava um pouco calma.
— Oi, mãe, aqui é a Kim Jisoo. - Falou olhando para o caixão e não para as pessoas que estavam ali, algo bem diferente do que o seu avô fez. - Eu nunca soube o que deveria falar em enterros, porque em toda vida desejei só ir ao meu e o engraçado é que tentei várias vezes estar em seu lugar, mas só que dessa vez a dor da alma não foi mais forte que a dor do corpo. - Se permitiu dar uma leve risada anasalada, algo apenas para impedir que chorasse. - Eu queria te agradecer pelos últimos meses, você com toda certeza está perdoada, eu iria te dizer isso antes, mas nunca achei a oportunidade certa, então aqui está, eu te perdoo por tudo, menos por me deixar aqui sozinha, mãe, menos por partir tão cedo. - Deu um passo a frente, colocando a rosa branca que segurava sobre o seu caixão - Eu te amo e espero que descanse bem aí em cima, também espero que sinta orgulho das coisas que vou fazer e da mulher que irei me tornar, mas espero de coração continuar me lembrando da sua voz, dos seus abraços, da forma como brigava comigo só me olhando e de toda as coisas ligadas a você. Eu vou sentir muita saudade, mas espero que descanse em paz.
Olhou por alguns segundos para o caixão e depois seguiu para perto da namorada, sendo recebida com um abraço rápido, porém necessário.
A cerimônia seguiu por alguns minutos e ao fim de tantas palavras ditas pelo padre o caixão foi descendo lentamente, recebendo uma chuva de terra quando chegou ao fundo. Os amigos de Sooyoung acabaram jogando ou um punhado de terra ou uma flor a qual seguravam, os amigos de Jisoo apenas jogaram terra, já os pais de Chaeyoung uma rosa branca assim como a de Jisoo.
(...)
As pessoas começaram a ir embora aos poucos, sempre trocando alguma palavra com Jisoo ou com seus avós, algo confortável e repleto de sinceridade, pelo era isso que Jisoo sentia quando conversava com cada um deles.
Os avós de Jisoo estavam de frente ao carro e prestes a partir, porque já não aguentavam mais toda aquela correria de Seul e como tudo já havia sido resolvido podiam ir para casa descansar.
— Não quer mesmo vir conosco? A casa é grande, você vai ficar confortável. - Disse a avó de Jisoo, enquanto segurava em suas mãos.
— Eu prefiro ficar, vovó, também preciso resolver algumas coisas e terminar a escola.
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Confidentes - Chaesoo
FanficUm passado morto e enterrado, ou não, já que para Kim Jisoo, o passado estava mais do que presente em sua vida. Pois por completa culpa do passado, foi mandada para estudar longe de casa. E apenas após dois longos anos longe, a sua volta enfim receb...