Tomas
O SÁBADO CHEGOU e foi no mínimo interessante, para não dizer infinitamente estressante.
Mesmo sem muita vontade Catarina decidiu visitar os avós.
- Preciso ir, eu me sentira mal se lhes acontecesse algo e meu avô não tivesse tido a oportunidade de conhecer Jane - admitiu ela. - Ainda mais sendo ele a única pessoa que me tratava bem de verdade.
Pensar em Catarina no meio daquelas pessoas que lhe fizeram mal não me agradava. Eu ainda via os olhos tristes dela quando me contou sobre as maldades que a avó lhe falara. A magoa na voz. Eu não sabia como poderia aguentar estar na presença dela.
- Eu vou estar lá com você - frisei.
- Agradeço por isso meu amor - ela me abraçou.
Estávamos deitados em nossa cama, depois do banho relaxante e fazer amor sem pressa. Catarina ainda estava nua e uma de suas pernas estava por cima da minha cintura, na qual eu acariciava distraidamente.
Eu nunca a deixaria ir lá sozinha. Mesmo sabendo que ela sabia se defender, mesmo assim eu tinha que estar junto com ela. Estar ao lado dela.
- Já não vejo eles há muito tempo - acrescentou. - Vamos ver no que vai dar.
Nada de bom, eu pensei. Mas não falaria isso para ela.
Na manhã de sábado enquanto eu dirigia na avenida principal, pelo canto do olho percebi que Catarina mastigava a pontinha da unha, como ela sempre fazia quando estava nervosa.
Coloquei uma mão na coxa dela, para tranquiliza-la.
- Bem, vou avisar que talvez tenhamos que aguentar alguns comentários digamos, inapropriados e inconvenientes da minha avó, então só ignore - avisou.
Não me agradava alguém falando algo que pudesse chatear minha esposa. Mas eu seguiria o conselho dela.
- Tudo bem. Não se preocupe, espero que seja uma visita rápida, certo ?
- O mais rápido que pudermos - garantiu.
Olhei no retrovisor e Jane dormia tranquilamente na cadeirinha. A rodovia estava movimentada com pessoas aproveitando o final de semana para viajar. Já estávamos andando há 1 hora, faltava apenas alguns quilômetros para chegarmos em Olimpya, onde os avós de Catarina moravam.
Faltavam apenas alguns dias para o inicio do inverno, mas o frio já castigava a cidade. As arvores na beira da estradas estavam com galhos secos e vazios. Uma leve garoa fina caia sobre o carro embaçando os vidros. As pessoas já não ficavam nas ruas mais que o necessário e voltavam as pressas para o aconchego quente de suas casas.
Catarina esticou as costas e se inclinou para frente.
- Ah, chegamos - disse e gesticulou com a mão delicada para o lado de fora.
Ela sorriu olhando para fora da janela. A cidade de Olimpya estava lá, linda e hospitaleira como sempre. Rodeada por pinheiros altos, colinas e cercada pelo oceano. O carro deslizava pela avenida que ladeava a orla, com centenas de embarcações ancorada.
Confesso que me animei, eu sempre amara barcos e veleiros. E vê-los me trazia uma energia boa. Lembranças boas.
- Eu sempre gostei desta cidade, sabe - admitiu Catarina. - Eles moram bem pertinho daqui.
Ela adicionou o endereço no maps e a rota se formou.
- É uma bela cidade - concordei.
Virei a direita e entramos em uma bairro com grandes casas antigas. As ruas eram largas e limpas, exceto pelas folhas amareladas que caiam das arvores em frente as casas.
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Agora eu já te conheço
Romance( Livro II ) Depois dos acontecimentos que abalaram suas vidas, Catarina e Tomas conseguiram se casar e ter a vida que sonharam. Eles almejavam paz e tranquilidade, trabalhar e cuidar de sua nova família. Mas Nem tudo é um mar de rosas, a vida n...