30- Um marcante por do sol

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Tomas 



SETE MESES SE passaram desde que recuperei meu projeto. Depois desse dia as coisas finalmente entraram nos trilhos e meu trabalho voltou a ser a correria normal de sempre.

O projeto Easy foi recuperado, reprogramado, reforçado a segurança e foi lançado para o mercado. Duas vezes melhor e mais elaborado que antes. Não podíamos correr o risco de que acontecesse com algum cliente nosso o que aconteceu conosco.

Não para minha surpresa, mas para minha alegria o lançamento foi um sucesso, com uma festa linda e muitos convidados ansiosos para adquirir nosso programa.

Sorri ao lembrar do salão grande e requintado, apinhado de gente. As pessoas aplaudindo a apresentação dos benefícios de ter nosso programa. A festa decorada com rosas brancas e vermelhas. As toalhas de linho nas meses, branca e dourada. O cheiro da comida por todo o salão. As vozes extasiadas.

Mas que isso eu gostava de lembrar a parte mais linda da festa. Minha esposa Catarina. Quando ela desceu as escadas do nosso apartamento.

- Ah Catarina - foi o que eu consegui dizer.

Seu rosto estava ainda mais belo, como o de uma rainha. As maças do rosto mais proeminentes por causa da maquiagem leve. Os lábios grossos estavam pintados de vermelho maçã. Os grandes olhos verdes brilhavam como uma constelação e o cabelo estava trançado de forma elegante.

Ela estampava um vestido preto sem mangas, que se ajustavam aos seios e aos quadris largo, enquanto fendas cuidadosamente localizadas deixavam parte das pernas e das costas exposta. Pulseiras de ouro sólido e esmeraldas reluziam nos pulsos assim como brincos e uma gargantilha. O vestido era tão sedoso que parecia ondular conforme ela andava, me dando a impressão que ela tinha tinta escorrendo dos ombros.

A imagem da minha linda esposa com seu sorriso alegre e contagiante aquecia meu coração todos os dias.

- Está sonhando acordado Tomas ? - perguntou Catarina, que estava sentada ao meu lado.

Pisquei algumas vezes e me virei para encará-la.

- Estava me lembrando como você estava linda naquele vestido, mês passado.

As bochechas dela assumiram um tom rosado lindo. E seus olhos pareciam mudar de cor na luz do sol, se tornando mais claro e mais verdes.

- Você não estava nada mal.

Me inclinei e dei um beijo na boca dela.

Estava um lindo dia de sol, por isso estávamos no parque, com Jane que se divertia chutando uma bola com Harry.

Estávamos sentados em baixo de um uma cerejeira antiga do parque. As pétalas rosa e branca da arvore caiam na grama ao nosso redor. Contrastando com o verde da grama. O cheiro de flores e arvores me agradava intensamente.

Fiquei observando minha filha e meu irmão brincarem. Como ela cresceu. Agora já andava, corria, fazia travessuras e birra também. Já aprendera a falar quase todas as palavras e a cada dia aprendia mais.

E toda vez que eu a via assim brincando, se divertindo eu me lembrava do tempo que eu fiquei ausente. E essa culpa sempre cortava meu coração. Talvez ela nunca fosse me abandonar por completo.

Mas agora ela esta ali. Linda, alegre e feliz. Como deveria ser.

Jane veio até nós. Os cabelos reluzentes, tão pretos como obsidiana, que alcançara o meio das costas, estavam grudando no rosto dela.

Agora eu já te conheçoOnde histórias criam vida. Descubra agora