4- Novas amizades

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Catarina 

Acordei com pequenas mãos no meu rosto. Abri os olhos e pisquei algumas vezes por conta da claridade. A primeira coisa que vi foram grandes olhos azuis e um rosto rechonchudo com sorriso sem dentes. Jane dava tapinhas de leve na meu rosto. De pé ao meu lado Tomas mantinha um sorriso preguiçoso no rosto.

- Não encontramos você lá em cima quando acordamos - constatou ele.

Segurei Jane pela cintura e tentei me sentar.

- Estava aqui conversando com Sara e adormeci - expliquei. Esfreguei os olhos e estiquei o corpo. - Onde está Sara ?

- Ela está fazendo o café para nós.

- Que horas são ? - perguntei sobressaltada.

Tomas sentou ao meu lado no sofá e pegou Jane no colo.

- Ainda é cedo não se preocupe.

Só então notei que ele ainda vestia a calça do pijama e estava descalço e sem camisa. Uma ótima visão para começar o dia.

- Tem algo te incomodando ? - indagou ele, me lançando um olhar cauteloso.

Sacudi a cabeça de leve antes de responder.

- Um sonho ruim - tentei sorrir.

- Você pode me contar meu amor - pediu ele com delicadeza.

Soltei um suspiro contido. Eu não gostava de ficar repetindo meus horrores. Mas ele merecia saber. Então contei sobre o sonho. Ele escutou atentamente e me deu sorrisos reconfortantes.

- Não se preocupe, eu vou manter vocês seguras - Tomas prometeu.

Eu acreditava nele. Sabia que ele faria o possível para nada de ruim nos acontecer, mas ainda sim nós nunca teríamos certeza de nada. Tomas me deu um beijo na testa antes de levar Jane para a cadeira de bebê na cozinha.

- Você pode dar o café da manhã dela enquanto Cat e eu nos arrumamos ? - escutei ele pedindo a Sara.

- Claro querido - ela respondeu.

Ele foi até mim, pegou minha mão e me levou pro quarto.

- Eu entendo seus medos, eu também tenho. Mas isso é um processo, pode ser lento mas vamos superar juntos - disse ele, quando entramos no nosso quarto.

- Eu sei. Eu sei.

Ele beijou minha boca de leve. Com aquela graciosidade que só Tomas era capaz ele foi até o closet.

- Preto ou vinho ? - perguntou ele lá de dentro.

Eu sabia a quê ele se referia. Ele sempre pedia minha ajuda para escolher a cor do terno do dia. Pensei por alguns instantes.

- Preto, eu acho - parei no batente da porta que dava acesso ao closet.

- Certo, preto então - falou, pegando o terno preto e uma camisa igualmente preta. - acho que a gravata pode ser vinho então - murmurou ele.

Entrei de vez e parei olhando minhas roupas penduradas tentando decidir qual eu ia colocar. Optei por um vestido de lã todo preto com um casaco azul escuro, porque o frio castigava lá fora, e botas.

Levei tudo para o quarto e coloquei sobre a cama. Tirei a camiseta e o short do pijama que eu estava. Um segundo depois senti um corpo grande e forte colando junto ao meu e sorri.

- Você não deveria estar se vestindo ? - provoquei.

- Não quando você tira a roupa na minha frente - murmurou ele no meu ouvido.

Agora eu já te conheçoOnde histórias criam vida. Descubra agora