34 - Um felizes para sempre

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Pessoal, o capitulo ficou bem mais longo que os outros. Mas relevem por favor, afinal esse é o ultimo capitulo. 

Boa leitura. 

Tomas 

ERA INICIO DA primavera e as flores amareladas e rosas enchiam e desabrochavam na campina de grama muito verde. Era tão colorido que meus olhos quase chegavam a arder.

Eu estava sentado confortavelmente na varanda, numa cadeira acolchoada, observando Jane e Benjamin correr pela campina florida. Eles riam e eu também não consegui deixar de sorrir.

Jane conseguiu alcançar Ben e o derrubou na grama. Por um segundo meu coração acelerou, mas então Ben caiu na gargalhada e meu corpo relaxou.

- Dessa vez não valeu, eu estava distraído - disse ele.

- Ah não, você sempre diz isso - retrucou Jane.

Ben fez beicinho e Jane sorriu para ele.

- Tudo bem, então vamos de novo - cedeu ela.

Ben sempre conseguia o que queria de Jane. Ele sabia exatamente o quê fazer para convencê-la.

Eles voltaram a correr, brincando de pega. Os cabelos negros e muito compridos de Jane, agora eles já alcançavam a cintura, voavam ao redor dela, se destacando em meio a tantas cores. Jane aos seus oito anos ficava cada vez mais parecida comigo. Seus olhos eram tão azuis quanto o céu de verão. As feição eram delicadas, mas também exibiam um ar de inteligência e perspicácia. Porém ela era doce como Catarina. Era bondosa e cheia de luz.

- Sua vez Benji - gritou Jane a alguns metros do irmão.

- Certo, você pode ficar mais afastada que eu te alcanço rapidinho - recomendou Ben.

Ele estava ofegante e com os cabelos castanhos cacheados úmidos. O rosto levemente redondo era travesso. Mamãe sempre dizia que ele tinha o mesmo ar de quem está pronto para fazer travessuras que eu nesta idade. Benjamin tinha acabado de completar seis anos, e não dava um minuto de sossego para Catarina e eu. Ele não conseguia ficar parado por muito tempo, e a única coisa que distraia e o acalmava era estar com Jane. Ela por sua vez era doida pelo irmão desde que ele nascera.

Os dois pararam de correr e sentaram na grama próximo a casa, embaixo de uma grande arvore que lhes oferecia um pouco de sombra.

- Olha Benji, essa flor esta desabrochando - disse Jane, acariciando um botão rosado quase todo aberto.

Benjamin analisou mais de perto.

- Humm, o que é desabrochando ?

- É quando a flor está nascendo - explicou ela com paciência.

- Como os bebês ? - questionou ele.

Jane franziu as sobrancelhas e ficou olhando para a flor.

- Papai - ela chamou. - Esta flor desabrochando, é como os bebês nascendo ?

O que eu poderia responder ? Entrei um pouco em pânico.

- Pode se dizer que sim querida - falei.

- É - decidiu Jane e se virou para Ben. - É como os bebês.

- Legal - disse ele deitando de bruços. Fixou os olhos intensamente verdes no botão e ficou esperando ela abrir por completo.

- Filho, acho que ela não vai terminar de nascer agora - avisei.

Mas ele não desgrudou os olhos da flor.

Ele era tão parecido com Catarina. Os mesmos grandes olhos amendoados. O mesmo nariz reto e arrebitado. O mesmo sorriso bonito.

Agora eu já te conheçoOnde histórias criam vida. Descubra agora