24- A dor da ausência

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- POR FAVOR POLIANA, me diga que são boas noticias - eu praticamente implorei.

Ela sentou-se na cadeira em frente minha mesa de forma elegante.

Eu já estava de saco cheio de problemas atrás de problemas. Cada hora era algo diferente, eu estava me sentindo sufocado. Meu humor andava uma bosta e estava sendo cada dia mais desagradável ficar na minha presença na empresa, eu sempre estava estressado, irritado, ou chateado com algo.

E o pior de tudo, eu sabia que Cat andava chateada comigo por eu estar sempre trabalhando. E isso estava me consumindo. Mas eu só queria resolver tudo o mais rápido possível para voltar para minha família.

Porém cada vez que eu resolvia alguma coisa, outra aparecia no lugar.

- Calma, sim tenho boas noticias - garantiu ela. Suspirei aliviado. - Bem, finalmente conseguimos algo sobre a tal empresa que vendeu o projeto para o senhor La Rue.

Sentei-me mais ereto na cadeira e apoiei os ante-braço na mesa.

- Continue por favor - pedi ansioso.

- Certo, você se lembra que ele nos contou aquele dia em São Francisco que tinha comprado o projeto de uma empresa de software - concordei. - Bem, ou o senhor La Rue é muito inocente ou ele simplesmente não se importou com as procedência dessa empresa - disse ela em tom de reprovação.

- Então tem algo ai ?

Poliana sorriu.

- Sim tem algo. Demorou um pouco, mas Thales finalmente conseguiu informações sobre a empresa. Tentamos fazer tudo dentro da lei, por isso demorou, mas Thales é um ótimo investigador - percebi o orgulho em sua voz.

Fiz uma nota mental para dar um aumento ao meu chefe de T.I que vem se dedicando na investigação sobre essa empresa desde o momento que saímos de São Francisco.

Lá, o senhor Luigi La Rue, nos disse que comprou o projeto de uma empresa terceira. Tentei argumentar e dizer que o projeto foi roubado de mim, mas de nada adiantou. Ele disse que não podia fazer nada por mim e nos dispensou.

Assim como eu, Poliana achou muito estranho essa compra e pedimos a Thales para descobrir o que pudesse sobre essa empresa. É o que ele tem feito até hoje.

- Então diga logo - insisti.

Poliana abriu uma pasta com diversos papéis e colocou sobre minha mesa. Puxei mais para perto.

- É o seguinte, aparentemente, assim que se olha, parece estar tudo certo com a empresa. Seria o suficiente para quem não está muito interessado. Mas Thales começou checando possíveis fraudes e não achou nada. Ele entrou em contato com diversas possíveis clientes da empresa e nenhuma delas pareceu conhecê-la, então ele foi mais fundo, e não me pergunte como, mas ele conseguiu descobrir que essa é uma empresa fantasma - concluiu ela, triunfante.

Estalei os dedos. Isso é perfeito.

- Mas é claro, isso ajuda muito - concordei.

- A empresa não atua no mercado, nem mesmo está registrada como o nome que ele nos passou. É apenas um nome fantasia - ela indicou um nome no papel a minha frente. - Esse é o nome original. Eles estão registrados como empresa de importação e exportação.

- Lavagem de dinheiro ? - supus.

- Provavelmente. Como La Rue não percebeu isso ?

Dei uma risada de escárnio.

- Poliana, nós dois concordamos que ele sabia, certo ?

Ela revirou os olhos e concordou.

- Ele não imaginava talvez que fosse um roubo, ou que o dono do programa iria atrás. Bem, azar o dele - acrescentei.

Agora eu já te conheçoOnde histórias criam vida. Descubra agora