32 - Alivio.

161 21 124
                                    

Catarina 



QUANDO MEUS OLHOS  se abriram novamente vi pelo menos cinco rostos me olhando de cima. Não reconheci nenhum deles.

- Moça, você está bem ? - perguntou alguém.

Tentei me sentar mas o mundo começou a girar. Não, minha cabeça começou a girar. Levei os dedos até a lateral da cabeça e percebi que um pequeno local estava latejando.

E como uma onda furiosa as lembranças me atingiram. Tomas, hospital, Amara me apontando uma arma. Sim. Ela me acertara na cabeça.

Olhei ao redor, e como não era surpresa para ninguém ela havia sumido.

- Ela precisa que algum médico a examine - sugeriu uma outra voz.

- Não. Eu estou bem. Só desmaiei.

Estendi a mão para frente e um homem alto a segurou. Consegui ficar de pé. Mas minha cabeça ainda doida muito.

Por que diabos ela tinha feito isso ? Por que simplesmente não atirou e acabou com tudo logo ?

- Acho que você deveria consultar um médico - disse o homem que me ajudou a levantar.

Fiz que sim com a cabeça e me arrependi na mesma hora. Isso só piorou a dor.

- Vou fazer isso - apontei para as portas de entrada.

Com passos vacilantes e ainda meio tonta consegui passar pelas portas de entrada. A luz dentro do hospital estava tão clara que quase ofuscou minha visão.

Eu não sabia por quanto tempo fiquei desmaiada, mas supus que não fosse muito pois ainda estava escuro.

Me esgueirei pelos corredores, apoiando nas paredes de vez em quando até que cheguei na sala de espera.

- Cat - disse Clarissa quando me viu. - Eu estava ficando preocupada. Já ia te procurar.

Ela me olhou com as sobrancelhas franzidas.

- Está tudo bem ?

- Não - respondi. - Cadê James ? Preciso dele, agora.

- Estou aqui senhora - disse ele, entrando em meu campo de visão.

Eu cambaleei um pouco e me apoiei na parede ao meu lado.

- James, você precisa ligar para os policias Ackles e Collins. Eu sei quem atirou em Tomas - e minha declaração pegou todos de surpresa.

Todos me olharam alarmados. Com olhos arregalados.

- Como assim ? - Elisa praticamente gritou.

- Não tenho forças para explicar agora - engoli em seco. - Agora James.

Ele obedeceu e fez a ligação.

- Temos informações - disse ele para a pessoa do outro lado da linha. - A senhora Harrington tem algo a lhes dizer... Mas se apressem... Sim. Obrigado.

James me encarou com um olhar sombrio e penetrante depois de desligar o telefone. Mas eu sabia que esse olhar não era direcionado a mim. Ele estava com raiva. Estava se culpado. Era para estar lá. Mas eu não via dessa forma. Tudo era culpa de Amara.

- Eles chegarão em alguns minutos. Estão aqui perto - ele soltou o ar com força. - Cat, por favor o que você está nos dizendo ?

Balancei a cabeça. Então contei exatamente como descobri tudo.

Agora eu já te conheçoOnde histórias criam vida. Descubra agora