8- Um sonho de quem já se foi

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Tomas 


A SEGUNDA FEIRA  chegou carregada de trabalho. Como se todos os problemas resolvessem dar as caras durante o final de semana só para tornar minha segunda mais interessante.

Depois de algumas horas mandando e-mails e pendurado no telefone enfim consegui resolver o problema de um carregamento que foi barrado em uma das fronteiras para a África e ficou detida pelo final de semana todo. Um engano terrível que custou dois dias de atrasado para e entrega de suprimentos.

Recostei na cadeira e estiquei os braços acima da cabeça, alongando-os. Estava sentindo a orelha dormente de tanto tempo que fiquei no telefone.

Levantei para esticar as pernas. Lembrei-me que fazia dias que eu não treinava luta.

Fui até a porta e coloquei a cabeça para fora.

- Jared - chamei.

Meu assistente estava concentrado no trabalho e se sobressaltou. Não consegui evitar de rir. Ele virou a cadeira com uma expressão irritada, geralmente eu ligo no telefone dele, não me surpreendeu que ele tenha se assustado.

- Pode, por favor, me trazer um café ?

- Claro.

- E ligue para Dean. Se ele tiver algum horário para hoje - sugeri.

- Vou verificar com ele senhor - disse ele, prontamente.

- Obrigado.

Fechei a porta e fui até a janela. Observei a cidade com interesse. Minha cidade. A cidade que minha vida mudou. A cidade que eu conheci as melhores coisas da vida. O que era ter amigos e onde o destino me presenteou com pessoas importantes. Eu sempre tiro um momento do dia para admira-la.

Suspirei e voltei ao trabalho.

Não demorou muito e Jared entrou na sala carregando uma caneca e o cheiro de café preencheu a sala. Peguei a caneca e dei um gole. Estava precisando disso.

Quando a coloquei de volta na mesa que notei que a caneca era personalizada.

Levantei na altura dos olhos. Estava estampada com uma foto de Catarina, Jane e eu. E do outro lado estava escrito, ao papai e marido mais fofo do mundo. E reconheci a letra, era de Catarina. De alguma forma ela conseguira estampar aquela mensagem na caneca com a letra dela.

Não consegui evitar o sorriso bobo nos meus lábios e percebi que Jared estava me observando.

- Acho que eu sou fofo - falei.

- Suponho que sim - Jared continha um sorriso brincalhão. Levantei uma sobrancelha. - Isso chegou ainda mais cedo, eu já ia lhe entregar quando o senhor pediu o café. Imaginei que ia gostar da surpresa.

- Eu amei, na verdade - falei baixinho, mais para mim do que para ele.

Era tão simples. Tão singelo, mais tão cheio de significado e carinho. Me perguntei o que de tão bom eu fiz para merecer uma mulher tão maravilhosa, e uma filha linda e perfeita.

- Senhor - disse Jared. - Aqui estão os relatórios mensais dos gestores e lideres sobre o desempenho de produção - Jared esticou a mão com uma dúzia de pastas pretas e finas e colocou sobre a mesa.

- Certo. Obrigado Jared. Por favor, ligue no ramal da senhora Goldstein e passe a ligação para mim - ele fez que sim com a cabeça e saiu da sala.

Menos de dois minutos depois meu telefone tocou.

- Poliana.

- Sim ?

Agora eu já te conheçoOnde histórias criam vida. Descubra agora