17- Um marco importante

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Catarina 


- O QUE FAZ aqui ? - perguntei mesmo sabendo a resposta.

Tomas entrou e se aproximou de mim, pegou minha mão e me fez levantar.

Ele me abraçou forte, inalei seu cheiro de perfume cítrico e roupa limpa, uma vontade enorme de chorar me tomou. Então foi o que eu fiz.

O peso do dia veio com tudo. O peso de todas aquelas palavras. Tudo o que Luciana dissera. Como Paul agira comigo, sem nenhum motivo.

Eu estava aliviada dele estar ali, mas também não queria que estivesse. Não queria que ele resolvesse os meus problemas. Só ia confirmar tudo que disseram mais cedo, mesmo que não fosse verdade.

- Eu vim resolver um problema que aconteceu nesta empresa - contou.

Me afastei para olhar em seus olhos.

- Você não precisava fazer isso.

- Sim, eu precisava. Eu sou associado, o que acontece aqui é problema meu - insistiu ele.

- Eu sei.

Ele alisou meus cabelos, em seguida secou meus olhos com o polegar. O simples toque de sua pele na minha me trouxe um pouco de calma.

- Não vou mentir que vim por você também, aquele porco nojento... - ele respirou fundo. - Ele não tinha o direito de falar daquela forma com você. Mas como eu disse, os problemas da empresa também são meus problemas. E Cooper se envolver daquela forma é inadmissível.

- Você tem razão.

- Quer me contar o que aconteceu ?

Fiz que sim com a cabeça. E contei tudo detalhadamente. Tomas ficou ainda mais tenso quando eu disse como me senti. Ele trincou o maxilar com força, mas ficou calado escutando.

- Certo, vamos lá - disse, quando terminei.

Passamos na sala do meu chefe e ele se juntou a nós. Chegamos na porta da sala de Cooper e a assistente dele, uma moça bonita e miúda, nos olhou curiosa.

- Posso ajudá-los ?

- Estou aqui para falar com Cooper - Tomas respondeu.

Ela deu uma olhada por cima do ombro, para a porta fechada e pareceu ponderar o que fazer.

- Acho que ele está ocupado.

Tomas apontou para o telefone na mesa dela.

- Avise que estou aqui, e que isso não é um pedido - disse ele, com gentileza, mas com autoridade.

A moça fez o que ele pediu. A conversa foi breve, mas enfim ele disse a ela que nos deixasse entrar. O quê ao meu ver foi a atitude mais sensata.

Quando passamos pela porta ele estava sentado em sua mesa, recostado na cadeira, parecia que estávamos ali só para uma visita.

- Harrington - disse ele com polidez. - Quanto tempo não te vejo. Veio fiscalizar o meu trabalho ?

- Não tenho tempo para cinismo Cooper - censurou-o Tomas. - Vim aqui conversar com você sobre o que aconteceu mais cedo.

Cooper assumiu uma carranca.

Tomas sentou-se na cadeira a frente, cruzou as pernas e enfiou a mão nos bolsos. O retrato da elegância em pessoa.

Dalton e eu sentamos nas cadeiras ao lado.

- Veio defender sua mulher ? - sibilou Cooper.

- Isso aqui é uma conversa profissional - avisou Tomas.

Agora eu já te conheçoOnde histórias criam vida. Descubra agora