16 - Dia difícil

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Catarina 


SEGUNDA-FEIRA FOI um turbilhão de sentimentos, e ao final do dia eu queria poder não ter saído da cama.

Quando acordei eu ainda estava ressentida pela discussão na casa dos meus avós.

Era isso então, era como muitas pessoas iriam me ver daqui em diante, como uma esposa troféu pomposa e fútil.

Eu não deveria me importar, mas meu lado que se importa com o que as pessoas dizem as vezes ainda me traia. Ainda ficava sussurrando besteiras na minha cabeça. Eu não dava ouvido na maioria das vezes. Mas tinha horas que era mais forte que eu. Por exemplo em questão a isso. Eu não queria que as pessoas duvidassem do meu potencial ou do meu caráter pelo fato de eu ser casada com Tomas Harrington.

Mas também o que eu esperava? Eu me apaixonei por um dos homens mais ricos da cidade, talvez do estado e esperava que não surgiria ninguém para dizer algo maldoso ou sem sentido ? Certamente não era assim e eu estava me esforçando para acostumar com toda a bagagem que vinha com Tomas.

Como mulheres caindo aos seus pés, dinheiro que eu não era capaz nem de contabilizar na minha cabeça, comentários e pessoas duvidando de mim.

- Deixa isso de lado Catarina - repreendi a mim mesma.

Eu me ofendi mais com o comentário da esposa troféu do que com o comentário de que eu não me encaixaria. Eu já aprendi a não me importar com essas questões.

Luciana sempre fora maldosa e inconveniente, e eu torci para não encontrá-la, pois bem, não dei sorte.

Mas as palavras dura de minha avó me lembrou de quando era criança, das ofensas e terror psicológico.

- Não, eu não vou me importar mais com isso - decidi.

- Falou alguma coisa ? - perguntou Tomas saindo do banheiro.

Virei para olhá-lo, só de toalha com os cabelos molhados e colados na testa.

- Não. Estava só pensando alto- sorri. - Acho que alguém precisa cortar o cabelo.

Ele levou uma das mãos no cabelo bagunçado.

- Você acha ? Eu poderia deixar crescer até o ombro novamente - ele ergueu uma sobrancelha sugestivamente.

Ergui os dedos na frente do rosto, simulando um porta retrato.

- Humm, não sei. Bem, acho que você fica lindo de qualquer forma.

Tomas deu risada.

- Você tem razão- disse ele presunçoso.

- Humildade é bom, sabe.

- Não acho que eu acostume ter o cabelo grande. Vou cortar assim que eu tiver algum tempo- prometeu.

Tomas seguiu para o closet se vestir. Peguei minha calça pantalona preta que estava em cima da cama e vesti. Coloquei botas de cano curto, o que não fazia muita diferença já que a calça só deixava a mostra a pontinha do meu sapato.

Coloquei uma blusa de malha, manga comprida e gola alta na cor bege. E o rolex que ganhei de presente de Tomas.

Eu estava prendendo a frente do cabelo em pequenas tranças quando Tomas parou na porta do banheiro.

- O que você acha ? - perguntou ele colocando a mão na cintura. O que me fez rir.

Fiz um gesto com a mão, indicando pra ele dar uma volta. Ele fez.

Agora eu já te conheçoOnde histórias criam vida. Descubra agora