Capitulo 66

621 60 8
                                    

A minha frente estava todos os seguranças do hospital, quando eu falo pra nunca duvidar da capacidade de uma mulher ainda tem quem discorde.

- imbecil como que você se entregou fácil assim - um dos seguranças briga com o outro que está do seu lado.

- você é idiota, ela tem uma lista com cada parente nosso - o outro responde com raiva.

- escuta oque ele tá falando, sei que não gostaria de chegar em casa e encontrar sua querida Rute amarrada a uma cadeira com um tiro na testa - digo calmamente verificando se não tem como nenhum se soltar ou fazer graça.

- oque você ganha com isso em ? - me olha com nojo.

- muitas coisas sabe, principalmente o respeito... acho que não me respeitam mais como antigamente! - arrumo meu cabelo pegando minha arma - não vou fazer nada com nenhum de vocês, não pretendo né, meu alvo é outro então se não reagirem não irá acontecer nada, se comportem viu crianças mamãe ama vocês - saio da sala indo até os meninos.

- já ia invadir aquela porra - brutamonte me olha sério.

Ele é tão preocupado comigo, nem eu tenho esse cuidado todo comigo mesma.

- já podemos entrar? - João me encara.

- sim! - saio na frente caminhando até a porta principal do hospital, assim que as pessoas nos veem o alvoroço começa.

O alarme é acionado e nenhum segurança aparece, pessoas correndo de um lado pro outro, gritando pelos corredores, os meninos me escoltam até o balcão da recepcionista.

- Débora cadê você, vim te fazer uma visita E S P E C I A L - digo calmamente dando um sorrisinho ao ver o caos que eu formei.

A regra é clara e bem simples: "nunca deixe pra trás aqueles que lhe passaram pra trás", algo que o inútil do meu pai sempre falava e faz parte das poucas palavras ditas com a mais pura razão. Meus homens estavam por todo lugar, em cada perímetro ao redor desse hospital armados até os dentes, enquanto isso, outra equipe ia de sala em sala procurando a Débora.

Paro assim que vejo uma garrafa de café em uma mesa no corredor, pego um copo e me sirvo.

- não sei aonde essa filha da puta se meteu - brutamonte chega do nada me assustando.

- acho que eu sei aonde ela pode estar - caminho até a sala do Henrique e olho pro brutamonte, ele abre a porta e eu entro logo em seguida cobrindo toda a sala, há um quadro com uma foto minha e da Nicole em cima da mesa, uma bem antiga e outra só dos gêmeos.

Fico um tempo olhando e vou até a gaveta da mesa do Henrique, abro mais por curiosidade mesmo, a primeira só tinha um monte de papel, abro a segunda e também só papel, passo a mão bagunçando pra vê se não tinha nada interessante até vê uma foto minha e dele em um jantar que fizemos lá em casa.

Fico parada por um bom tempo olhando, eu estava feliz com uma panela entre as pernas e uma colher enorme de pau.

- já vimos que não está aqui - Matheus me encara e um dos vapores chama por ele no rádio e ele sai da sala.

- olha Débora acho melhor você aparecer porque minha raiva só aumenta com esse joguinho de gato e rato - dou uma última olhada e me viro caminhando até a saída.

Matheus volta com um sorriso maroto nos lábios e não preciso nem perguntar pra saber oque é.

Narradora on

Seis horas já tinha se passado, em todo o Rio de Janeiro ninguém nunca tinha feito tantas pessoas reféns, a cada minuto que passava mais policiais e jornalistas chegavam ao local.

Um silêncio assustador toma de conta, não se escuta gritos ou até tiros.. parentes dos reféns implorando por misericórdia sem saber oque se passa com seus entes queridos.

A pergunta que todo mundo se faz e quer saber é quem esta por trás de tudo isso, quem foi sútil ao ponto de atravessar a cidade e não levantar suspeita..

- pelo amor de Deus Sarah você pirou da cabeça - Henrique chora no chão.

- Henrique minha briga não é contigo - Sarah da mais um tapa na Débora.

Sua pele branca já via de longe os hematomas.

- sua puta, traficantezinha de merda... foi por essa mulher que você se apaixonou Henrique ? - Débora cospe sangue.

- Matheus tira o Henrique daqui - Sarah pega uma adaga grande e afiada.

- Sarah por favor - Henrique implora.

- ela foi responsável pelo meu sequestro Henrique, a única dos três que ainda tá viva, responsável pelos seus pais apanharem até sua mãe cair no chão inconsciente, responsável pelo aborto que eu ia tendo, responsável por me deixar em coma POR CINCO MESES - Sarah enfia a adaga na coxa da Débora puxando pra baixo fazendo um corte profundo, seus olhos vermelhos e seus lábios cerrados demostra uma Sarah no qual Henrique jamais tinha visto.

Débora desmaia entre os grunhidos de tamanha dor, Henrique fica paralisado processando tudo ele acabou de escutar, um misto de sensações entre a culpa, a raiva e o desprezo que ele olhava pra mulher a sua frente.

- acorda vagabunda - Henrique da um tapa na cara da Débora.

- vai.. se.. fuder... Henrique - se engasga com seu próprio sangue.

- vá você!

Ele vai até a Sarah pegando a glock da sua cintura e da um tiro na cabeça dela, Sarah olha surpresa e ele sai da sala chorando.

Alguns minutos depois os portões do hospital é aberto e a polícia fica em posição, Sarah aparece segurando apenas a cabeça da Débora e as pessoas a olham pasmas com tamanha brutalidade.

- CONHECIDA COMO FLOR DE LIZ NO MUNDO DO TRÁFICO PRAZER, SARAH MONTENEGRO, E É ISSO QUE EU FAÇO COM QUEM SE METE NO MEU CAMINHO! - Sarah levanta a cabeça da Débora e logo os carros estacionam atrás pra poder meter fuga - vocês tem menos de cinco minutos pra deixar eu sair com meus homens, isso se não quiserem levar o fardo de matar 527 pessoas - fala tranquila olhando a multidão a sua frente.

A polícia recusa a princípio mais logo abre caminho, a contra gosto, sem opção, exatamente como a Sarah havia planejado...e como ela mesma fala: quem perdoa é Deus.

Votem
Comentem
Já me segue ?
Estou de olho em tudo 👀

A Dona Do Morro Onde histórias criam vida. Descubra agora