Capitulo 59

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Henrique Menezes

Todos já escutaram os gritos da Sarah no terceiro andar do hospital, sentado em uma cadeira a espera de alguma notícia aguardo pacientemente junto com toda a galera no corredor.

A médica passa pela porta preocupada e me chama indo em direção a uma outra sala e eu a sigo.

- Henrique, por você ser o pai das crianças tive que lhe informar, vai ser um parto doloroso pois as duas crianças não estão na posição correta, as enfermeiras poderia tentar ajustar os bebês no lugar mais é uma tarefa difícil pois eu não tinha a informação de que Sarah era afefobica, oque dificulta mais ainda pois ela a essa altura já não deixa ser sedada - diz preocupada.

Meu coração aperta, e eu pela primeira vez na vida não sei oque fazer ou como agir.

- você precisa dar um jeito, é a vida dos meus filhos que estão em jogo, e ter mais cuidado ainda com a mãe deles porque eles são a minha família eu não admito nenhuma falha - a encaro nervoso e trêmulo.

A médica me encara e uma enfermeira entra na sala ofegante.

- me desculpe por atrapalhar mais a paciente Sarah esta descontrolada, pelo oque parece pra ela esse é o nascimento da sua primeira filha - nos encara com seu semblante de desespero.

- sua mulher possui muitos traumas do passado Henrique, gostaria que você entrasse pra dar apoio pra ela nesse momento - aperta meu ombro em sinal de consolo.

- eu não posso - me sento na cadeira a minha frente.

Sei que por tudo que a gente passou ela não irá se sentir à vontade, minha consciência pesa por não ter estado no nascimento da Nicole, não gosto nem de pensar no sofrimento em que Sarah passou. Eu me sinto um inútil por tudo que eu fiz pra ela ou deixei de fazer.

Perdido nos meus devaneios sinto me ser sacudido pela médica à espera de alguma atitude minha.

- você vai ou não ? - me encara.

- não, mais eu sei uma pessoa que pode tranquilizar ela melhor do que eu.. - saio da sala indo em direção a galera que ainda espera no corredor.

Vou em direção ao brutamonte e ele me encara com desdém.

- Sarah precisa de você - olho em seus olhos e ele me olha sem entender.

- cara... ela precisa de você! Você é o pai dos filhos dela, pode ser um pau no cu mais é, então pela primeira vez na vida entra no caralho daquela sala e dar todo o apoio que ela merece, ela não me quer naquela sala, nem o João, nem ninguém, ela quer você.... Sei que é um bom médico, e será um ótimo pai - aperta meu ombro dando batidinhas e eu aceno seguindo a médica que já está impaciente com tudo isso.

Visto as roupas adequadas pra entrar na sala de parto e meu coração se parte quando a vejo com seus lábios roxos de tanto morder e seus punhos fechados. Corro até ela tentando acalmar a mesma e ele aperta minha mão com força.

- me perdoa por não ter estado com você na primeira vez, eu estou aqui com você agora... - beijo sua testa com meus olhos marejados.

- Henrique eu não vou conseguir, vou perder meus filhos por fraqueza minha - chora apertando minha mão.

- você vai sim, você é forte sempre foi - aperto sua mão lhe passando segurança e ela balança a cabeça - agora deixa eu colocar nossas crias no lugar - beijo sua testa e pego as luvas.

Horas depois

Cansado, estava apenas a observar meus filhos... como sou grato por tudo que me aconteceu nos últimos tempos, me arrependo demais de ter feito oque eu fiz com a Sarah.

Não lhe dou o mundo porque o mesmo não a merece, eu quero mudar, quero ser um pai melhor, mais depois de tantos vacilos quem sou eu na fila do pão, tanto tempo com a Sarah me negando uma conversa descente que já nem sei exatamente explicar tudo que aconteceu, foi tão rápido.

Sei que a culpa maior foi o rancor que guardei por saber que ela havia matado meu irmão, não me julgue mais não é fácil, por mais errado que ele fosse eu o amava e se ele não era uma pessoa que não valia a pena esse erro já não é meu.

O mundo é uma conspiração, na sua melhor fase a bomba estoura, eu seria muito convarde em falar que eu não tenho culpa na mesa, mais eu farei oque for possível pra ficar junto com a minha família.

- Henrique - Sarah me chama e eu me desperto dos meus pensamentos indo até ela.

- oii, tá com alguma dor? Se estiver eu passo algum remédio pra você - digo preocupado.

- não não, não é nada disso não - pega na minha mão.

Fico um pouco surpreso mais dou um aperto de leve retribuindo.

- que bom então, acho que os meninos estão agonizando lá fora querendo te vê - digo sem jeito.

Sarah me olha tão profundo que por um momento até me desconcerto, ela ergue uma sobrancelha e puxa minha mão dando um beijo.

- obrigado por tudo, você salvou a vida dos nossos filhos, e sobre os meninos... fala pra elas que eu acabei de parir nessa porra e estou acabada - dá um risada fraca e eu balanço a cabeça impressionado com essa mulher.

- isso foi um perdão ? - pergunto um pouco compreensivo.

- acho que você já tá pagando por tudo que fez Henrique, e eu também - responde com sinceridade.

Um choro invade o quarto e logo em seguida outro acompanha... Arizona e Bryan marcando presença.

- aí meu Deus, eu que lute pra aguentar dois fominhas me sugando - Sarah rir.

- ou melhor três - solto uma risada e ele joga um travesseiro na minha cabeça.

- não pode dar uma moralzinha que já quer abusar né filho da mãe!

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