Capitulo 52

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Sair do hospital foi mais fácil do que eu pensei, mais foi descontado tudo no trânsito horrível a essa hora da noite. Finalmente estamos na entrada do morro, os vapores entram na frente do carro fazendo o brutamonte parar o carro.

Eles pedem pra ele abaixar o vidro e ele faz.

- olha aqui patrão, a ordem é a seguinte ninguém entra e ninguém sai até a patroa disser o contrário - diz sério e o brutamonte rir.

- a ordem continua fumaça, só libera essa agora - digo me virando pra ele e ele me olha surpreso dando um sorriso de lado.

- é pra já patroa - se afasta dando sinal pro restante liberar e nos seguimos caminho.

Ele para em frente de casa e eu desço do carro, os vapores me olham e balançam a cabeça me cumprimentando.

- eu não quero ninguém aqui em casa, se vocês deixarem seja quem for entrar nem queiram saber oque eu vou fazer com vocês, quando eu liberar eu mesma falo - digo pra todos eles e o brutamonte me segue - ah única que pode entrar é dona cida!

Abro a porta de casa e tiro a sandália deixando no canto da parede.

- antes que fale alguma coisa eu sei que minha casa é linda, só vou beber água e vamos voltar pra buscar minha filha ela já estará de férias amanhã - caminho até a cozinha, tudo está limpo e organizado como sempre.

porra, nem acredito que dormi por meses...

Tenho certeza que a dona Cida tem vindo todos os dias limpar se quer uma poeira dessa casa.

- não eu só vim deixar você mesmo, eu não sei oque vou fazer da minha vida mais pretendo recomeçar em outro lugar - diz puxando uma cadeira e se senta na mesma enquanto eu ataco as besteiras da geladeira.

- você vai ficar aqui comigo, não vou deixar você ir embora - falo com a boca cheia de uva atacando os potes de iorgute.

- Sarah por favor - me encara.

- não já disse, amanhã mesma arrumo uma casa pra você e se não quiser me ajudar, pode arrumar um emprego no asfalto mais você não vai pra longe de mim - digo firme e ele assente.

- abusada, vou ficar só porque eu quero - diz emburrado.

- não você vai ficar porque eu estou mandando - dou uma piscadela pra ele e ele me devolve me mostrando o dedo do meio - você não quer ficar e fazer alguma comida não ? - pergunto esperando que ele fale sim.

To comendo por três né, fome triplicada é outros quinhentos.

- tá vai lá que eu faço um jantar de responsa pra ti - diz se levantando e lavando as mãos na pia.

Saio de perto da geladeira e vou até a sala pegando a chave de um dos meus carros.

- ah e não vai no meu quarto, nem no da Nicole de preferência permaneça na cozinha até eu chegar - digo seria e ele me dá um legal.

Vou até a garagem e destravo o carro entrando no mesmo, abro o portão e saio em direção ao colégio da Nicole.

O caminho foi tranquilo, paro em frente ao colégio e procuro por meu celular... droga eu estou sem celular!

Saio do carro e os seguranças liberam minha passagem, vou até o quarto da Nicole e a mesma dormia agarrada a um ursinho. Como já estamos no final do ano os pais costumam vim pegar seus filhos pra curtirem as férias juntos.

Só não vem a essa hora da noite mais eu não esperaria até amanhã pra estar com minha filha.

- filha acorda - balanço ela mais ela não acorda.

Pego sua bolsa que está em cima do criado mudo e arrumo algumas roupas e brinquedos por ser os que ela mais gosta.

- filha acorda, você precisa ir com a mamãe pra casa - balanço ela outra vez e ele finalmente se mexe na cama abrindo os olhinhos.

- mamãe - diz me abraçando, que saudades que eu tava.

- vamos pra casa - ajudo ela a se levantar mais ainda tá molinha do sono.

Coloco a bolsa nas costas e pego ela no braço, meu Deus daqui uns meses eu não aguento mais.. saio do quarto fechando a porta com um pouco de dificuldade mais consigo.

Caminho até a saída e falo com os seguranças pra avisar a diretora, do jeito que é ia achar que a Nicole tinha sido sequestrada, toda perturbada.

Abro a porta detrás e com cuidado coloco Nicole na cadeirinha que já estava no tamanho certo, como ela tá crescendo rápido desse jeito.

Fecho a porta e vou pro outro lado entrando no carro, travo o mesmo e olho pra trás vê se Nicole pegou no sono de novo.

- eu te amo viu - digo antes de ligar o carro e seguir pro morro.

.......

Abro a porta detrás do carro e tirando a cadeirinha do cinto de segurança tirando a Nicole.

- filha cuidado - digo por ela que anda ainda sonolenta pra não abarcar em nada.

- ah então finalmente chegou - brutamonte diz com cara amarrada.

- se fode - digo seria.

- é se fode - Nicole diz mal humorada e eu olho feio pra ela.

- você não pode falar isso na frente dele - briga comigo.

- filha você não pode falar isso só eu - pego ela no braço.

- desculpa mamãe - diz me dando um beijo na bochecha.

- esse é o brutamonte - apresente ele pra ela que solta um sorriso sínico.

É ela puxou pra mim em todos os sentidos.

O jantar foi tranquilo, Nicole brincou muito com o feio mais logo dei um banho nela e pus pra dormir, arrumei o outro quarto pro brutamonte dormir e ele já tinha subido. Hoje o dia foi cansativo, uma hora eu estava no hospital e agora estou aqui, na minha casa e com minha filha, aliais com os meus filhos.

- quero que saiba que eu amo vocês, espero que não sejam tão estressados como eu - passo a mão em minha barriga sentindo alguns chutes devagar.

- vocês vão ser a dupla Bryan e Arizona - sento no sofá conversando com os dois.

Bryan em homenagem ao meu irmão que morreu ainda no ventre de minha mãe, e Arizona porque era um navio de guerra. Levanto do sofá apagando a luz da sala e subo as escadas indo pro meu quarto. Entro e vejo Nicole dormindo serenamente agarrada a minha camisola, deito ao seu lado com cuidado e puxo-a pra mim por mais que a barriga grande não deixe.

....

- meus filhos vão dormir caramba, mamãe tá cansada - passo a mão na barriga querendo acalmar os furacões dentro de mim.

Me recuso a se levantar pra comer a essa hora, bolo pra um lado e outro e não acho nenhuma posição confortável.

- tá bem, vamos comer então - me rendo me levantando da cama indo comer qualquer coisa que encontrar pela frente.

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