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Cassian.

Passamos a tarde no jogo, ganhei uma camisa e um boné novo e tive a maior sorte do mundo ao me deparar com Josh Mackenzie no estacionamento, ele autografou uma camiseta dele e me deu.

—Vou mandar enquadrar pra você.

—Obrigado pai.

Ele sorriu ligando o som e fomos a uma hamburgueria para jantar. Na saída fui ao banheiro e encontrei aquela garota amiga de Lili sentada atrás do balcão com um livro enterrado na cara. Posso descobrir algo com ela.

—Oi. . . eu acho que vi você na escola, é nova aqui?

Ela me olhou e então olhou pros lados pra saber se eu realmente estava falando com ela.

—Sou nova . . . sim.

—Eu acho que te vi conversando com meus amigos Ravi e Riller.

—Sim, eles são uns amores, você é o famoso Cass?

—Eu mesmo, qual seu nome?

—Mariana, mas prefiro Mari.

—É um prazer te conhecer Mari.—Estendi a mão e ela aceitou com um sorriso tímido. —Trabalha aqui?

—Ah, não, eu só venho pra ajudar meu avô quando ele precisa de mim.

—Hum. . . quer sair uma hora dessas, pra gente se conhecer melhor?

—Claro, aqui. —Disse ela anotando o número do telefone dela e me entregando. —Vamos combinar direitinho.

—Pode deixar. —Meu pai acenou. —Tenho que ir.

—Tchau Cass.

—Tchau Mari.

Meu pai passou o braço por meus ombros.

—Se deu bem heim?! —Brincou ele.

—É. . . mas meu interesse é na amiga dela.

—Ela é gata?

—É. . . Não, não, não é, eu não gosto dela, a garota é o meu inferno pessoal. —Falei indo pro carro com ele.

—Por quê?

—Ela me tira do sério com aquele sorriso sem fim dela.

—Humm. . . está me parecendo apaixonado!

—Não, eu a odeio.

—O que ela te fez?

—Não quero falar sobre isso.

—Tudo bem, vou deixar você em casa e vou pra academia, uma hora e pouco to de volta.

—Posso ir com você?

—Treinar?

—Não, ficar olhando.

—Pode. . .

Revirei os olhos por ele não ter entendido meu sarcasmo.

—Pra treinar pai!

—Ah, não sabia que tava treinando.

—Ainda não estou, mas digamos que se eu quisesse ganhar uns músculos você podia me ajudar né?!

—Claro, vamos em casa trocar de roupa, trouxe alguma calça moletom ou calção?

—Trouxe sim.

Em casa nos trocamos e o acompanhei, o coroa é bem resistente nas barras e levantamento de peso, não tinha parado pra perceber que depois que meu pai saiu de casa ganhou tanto músculo. Eu quero muito ir morar com ele independentemente de onde eu durma.

—Pai. . .

—Um minutinho filho. —Ele terminou a sequência que estava fazendo. Pegou a garrafa d'água. — Desculpa filho é que eu conto cada uma pra bater metas.

—Tudo bem, eu só queria saber se eu posso ir morar com você?

—Ow. . . hãmm, por mim tudo bem, sua mãe já sabe disso?

—Não, mas vou conversar com ela.

—É bom que você esclareça que a ideia foi sua. —Riu ele.

—Eu vou.

. . .

Pela manhã acordo com meu pai fazendo barulho com o liquidificador, levantei-me de arrasto.

—Bora correr na praia?

—Jura, domingo de manhã e você madruga?

—Aí, se quiser vir morar comigo vai ter que acordar pra correr comigo e ir pra academia.

—Não imaginei que seria assim.

—Como achou que seria?

—Sei lá, dois caras solteiro dividindo um ap...

—Opa, um cara solteiro, eu já to comprometido.

—Sério e nem conta nada?!

—Decidimos apenas namorar pra ver qual é que é.

—Ta falando igual adolescente.

Ele riu.

—É exatamente assim que me sinto. Agora termina ae e troca de roupa, seu velho ainda tem muita energia pra gastar.

—To vendo.

Bebi todo o copo de batida de que ele me alcançou. Fiz minhas necessidades, lavei o rosto, taquei uma bermuda e o acompanhei. Por mais que minhas pernas protestassem eu me sentia feliz por estar fazendo algo com meu pai, coisa que ele não fazia comigo quando era casado com minha mãe. O mar está cristalino, o céu de um azul claro que parecia uma pintura viva por conta de algumas nuvens perdidas e espalhadas. Recebemos muitos olhares de garotas lindas. . . mas, apenas uma roubou meu foco e minha paz.  Lilith caminhava em direção ao mar com um biquíni vermelho que mal se via o próprio. Seus peitos pulavam um pouco a cada passo, acho que ela pensa que ta numa passarela, só pode. Parei de correr.

—O que foi filho?

Segurei meus joelhos.

—Não sei se aguento até o fim da praia, que tal tu ir até lá e eu te espero aqui?

—Tem certeza?

—Tenho, vai lá.

Meu pai colocou o outro fone de ouvido que ele tinha deixado pendurado pra me ouvir e seguiu a corrida dele. Sai da beira do mar me sentando pra observar, ela mergulhou fazendo água saltar para todos os lados, ri com a lembrança daqueles filmes de baleias pulando pra fora d'água e caindo . . . porra esse cara é um chiclete? Seth vinha correndo pela borda da praia e entrou no mar onde ela estava conversando com uma loirinha gostosa. A beijou e a levou mais para o fundo.

—Fala sério.

Porra que força esse cara tem pra poder levantar aquela gorda nos braços com tanta facilidade. Sério vão foder na praia? Tava me dando ânsia de vomito. Saíram da água e foram a umas espreguiçadeiras, ela ainda se sentou no colo dele? Que ridículo, olha aquelas dobras que a barriga dela faz quando se senta, não acredito que aquele marombado não tenha nojo dela, como pode alguém se apaixonar por ela com esse corpo? Ele só pode estar sendo ameaçado por ela ou pagando alguma aposta, não existe explicação pra isso.

—Oi?! —Disse uma ruivinha ao meu lado.

—E ai gatinha?!

—Pode me alcançar o freesbee que caiu do seu lado?

—Nossa eu nem vi! —Falei pegando e me levantei. —Tá jogando com alguém ou jogou na minha direção pra conseguir um jogador.

Ela pegou o freesbee corando.

—Na real minha namorada é meia ruim de mira —Apontou ela pra outra garota que acenou pra mim, senti meu rosto queimar de raiva. —Mas obrigado por me alcançar, se quiser jogar conosco. . .

—Tenho que ir! —Falei saindo daquele lugar sufocante e corri de volta pro apartamento.

Deixe eu ser seu último Amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora