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Cassian

Vovô estava num pranchão pra poder ficar de pé e me mostrar coisas sobre as ondas de onde vinham, como se formavam, me ensinou a sentir a maré e agora estava me explicando uma manobra pra ganhar pontos.

—. . .Se você conseguir fazer são bons pontos pra acumul. . . 

—Antes de pensar nos pontos, pense em se divertir! —Cortou meu pai atrás de nós remando pra mais perto. 

—Filho?! —Vovô começou a chorar. —Vo-você. . .

—Estão precisando de um ajudante? 

—Sim pai, estamos, preciso muito de vocês os dois.

Meu pai sorriu e vovô estendeu a mão a apertando a de meu pai. 

—Vamos fazer isso juntos? —Disse meu pai e ele assentiu. —Agora você tá ferrado garoto!

—Que bom, quero muito vencer esse torneio.

Depois de levar muito tombo, comecei a pegar os esquemas, a coisa mais intensa que me aconteceu depois de Lilith foi pegar a última onda pra sairmos juntos, nós três na mesma onda, eu quase cai tentando ver os dois eu queria ter uma foto desse momento.  Ao chegar na casa não tinha ninguém, apenas um bilhete do tio Hau dizendo que tinha ido até a cidade com Lia, Mor e Ângelo. Tomei um banho no chuveiro da rua. Ouço a gargalhada que faz meu peito estremecer de felicidade.  Espiei pra ver e era Lili carregando uma prancha enorme com o tio Kaha;

—Querem ajuda? —Corri até eles tirando o  remo deles e trocando de lugar com a Lili. —Que bela pescaria.

—Lili pescou um a mais, teve mais sorte do que eu. 

—Sorte de principiante! —Brincou ela. 

—Humm vamos ver se é isso mesmo na próxima. 

—Quero aprender a mergulhar.

—Posso ensinar. —Disse Kaha dando de ombros após soltar a prancha, guardou a caixa que trazia e juntou os peixes pra levar pra limpar.

Roubei um beijo dela. 

—Vai virar nativa? 

—Quem sabe.

. . . 

Treinei manhã, tarde e noite, meu pai me acompanhava nas corridas matinais e Lili me buscava ao entardecer aproveitando pra nadar alguns quilômetros. Fui com meu pai e avô a praia do campeonato, as ondas eram mais agressivas e mais seguidas do que estou acostumado, Consegui fazer algumas manobras porque a velocidade da onda aqui me ajuda muito mais. Ale e Nat chegaram pela manhã pra passar o ano novo conosco e o campeonato, estou feliz por elas estarem me apoiando.

. . .

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Lilith

Estamos na beira da praia no meio de uma multidão de pessoal esperando a contagem regressiva e os fogos de artificio em meio ao mar. 

—4 . . . 3. . . 2 . . .

—Quer ser minha namorada? —Perguntou Cass com a boca em meu ouvido, meu coração deveria parecer os fogos, aceitei aquele amor, o beijei. —Isso é um sim? —Sorriu.

—Um enorme sim!

 —Pelos Deuses Liith eu amo você!

O beijei novamente.

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Cassian

Eu posso dizer que sou o cara mais feliz do mundo neste momento, não sei se é sorte, mas sei que é algo impagável.  Nossa família ficou feliz por nós e neste momento estão montando acampamento na praia enquanto meu pai e meu avô repassam os últimos ensinamentos sobre as ondas. 

—Ai hoje não tem pra nenhum de vocês esse campeonato já está no papo! —Disse um cara loiro de cabelo comprido. 

Bem na hora Lilith passou por ele rebolando e sorrindo pra mim. 

—Não se preocupe! —Disse ela passando os braços por meu pescoço. —Ele não tem um amuleto da sorte como você tem. 

—Uma Deusa a meu favor é tudo o que preciso. —A beijei. 

—Vai se divertir está bem? —Ela passou a mão no meu cabelo que estava cobrindo meus olhos, eu não o corto tem um tempo. —Se vencer é lucro, se não vencer estarei aqui também. 

Assenti e Lhe dei mais um beijo, ela tirou uma borrachinha do seu cabelo o deixando solto coisa que eu amo, passei a mão enchendo de seu cabelo o levando até sua nuca e cheirei seu pescoço com cheiro de protetor. Lili me afastou um pouco e começou a passar as mãos no meu cabelo o juntando e conseguiu prender uma parte do meu cabelo o resto ficou em volta do meu pescoço suado. 

—Eu amo o brilho do seu olhar.

—Por quê? —Sussurrou ela.

—Me acalma. —Respirei fundo. —Me da força pra me levantar.

—Eu amo quando me diz essas coisas.

—E seu sorriso. . .  Uau, seu sorriso me tira o ar, me deixa sem fôlego. 

A buzina chamando os inscritos soou.

—Vai lá bebê, me deixe orgulhosa! —Com mais um beijo a deixei. 

Nos reunimos em volta dos jurados que estavam explicando as regras. Alguns caras se apresentaram pra mim de boas, já outros me olharam com ranço, eu heim. Fomos liberados pra nos aquecer e meu avô estava dando uma entrevista enquanto eu me alongava. Apontou pra mim e eu acenei sorrindo. Ok, agora é a hora. O sinal foi dado e corri pra água esquecendo tudo e todos. A primeira rodada eliminatória me sai bem, claro que aquele mané ficou em primeiro lugar ele me empurrou pra fora de uma onda e eu ouvi quando me chamou de otário, o cara super se acha. 

 —Olha pra mim Cassian! —Disse Lili puxando meu rosto pra olhar em seus olhos e eu sorri ao ver que ela estava brava. —Esquece aquele cara, foco no que você quer.

—Eu to focado, mas . . . aquele cara me fez perder uma boa onda Lili. —Respirei fundo e ela seguiu olhando fundo em meus olhos.

—A onda não precisa ser boa, você pode deixar ela boa, só você tem o poder de fazer a onda ser boa ou não. 

—Como isso?

—Cassian  Collins você não chegou até aqui pra deixar qualquer otário te passar pra trás, se ele pegar uma onda sua, pegue uma dele, você está em terceiro na colocação, São só dois degraus.

—Está bem, ok, você tem razão, estou com você! 

—E eu estou com você! —Ela tocou meu peito e sorriu maliciosa. —Está prestes a ser o último amor de uma Deusa, posso lhe dar o mar para que o governes.

—Não há presente maior do que ser seu último amor. 

Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

—Vai lá e torne as ondas boas!

 Sorri e corri pro mar.

Deixe eu ser seu último Amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora