Lilith
A chuva ficou forte a ponto de ficar ensurdecedor o que pra nós dois foi muito bom, pois podemos deixar as emoções a solta.
—Vamo acorda dorminhocos, hoje é dia de praiaaaaa.
—Nossa sua irmã já acorda com a corda toda. —Murmurou Cass abraçado a mim.
—Você não imagina o que é acordar todos os dias com ela.
Cass beijou minha cabeça e eu seu peito.
—Se a gente ficar quietinho será que ela esquece da gente?
—Duvido disso.
Sentei me espreguiçando. Cass beijou minhas costas e meu pescoço.
—Vamoooo gente! —Mor bateu com as mãos em toda a extensão da barraca. —Quero descer pra praia, nem parece que choveu e não esqueci que tu prometeu me ensinar a surfar Cassian!
—Já estamos indo Mor. —Resmungou Cass levantando de uma vez.
—Acho bom!
. . .
Depois de um dia agitado, quente e extrovertido Cassian sumiu.
—Se olhar para o mar vai encontrar. —Disse-me Kaha.
—Ah, eu, eu não estava procurando.
—Não mesmo? —Sorriu largo. —A água a essa hora deve tá bem morna.
—Talvez eu de um mergulho.
Kaha sacudiu a cabeça soltando fios do coque frouxo. Entrei na barraca vestindo outro biquíni e desci em direção a praia, apenas um ponto preto no mar assistindo o pôr do sol. Não levei nada para poder nadar. Mergulhei em sua direção, a água estava calma e realmente a temperatura perfeita. Mal conseguia ver seu rosto por causa do sol. Não falei nada, apenas me aproximei.
Cass estendeu a mão me puxando pra cima da prancha sentando-me entre suas pernas e passou os braços ao meu redor, suspirou perto do meu pescoço me arrepiando. Assistimos o Deus mergulhar e apenas uma faixa de luz ainda indicava o caminho para fora da água. Me contorci para lhe roubar um beijo e mergulhei.
—Onde vai?
—Pra areia, estou murcha.
—Não sabia que sereia murchava.
—Vem!
Nadei com ele ao meu lado na prancha. Sai da água com ele ao encalço e me joguei na areia com ele por cima de mim, me beijando.
. . .
Nosso natal foi perfeito, Cass me deu uma tornozeleira de búzios artesanal que eu nunca mais vou tirar na vida de tão linda que é. Me deu também um anel de coco. mas não serviu nos meus dedos então ele pegou a medida do meu dedo pra trocar com a artesã. No dia seguinte Cass foi treinar com seu avô e peguei meu sogro na varanda com um binóculos observando-os.
—Acho que ele pode estar precisando de reforços. —Comentei.
—Eu não entro no mar tem mais de 20 anos. —Confessou ele.—Não sei se conseguiria.
—Eu não sei o que houve, mais você está deixando isso afetar você a mais tempo do que deveria e não está permitindo você ter lembranças boas com seu filho.
—Eu sei. . . —Ele suspirou. —Eu perdi alguém, um amigo, eu praticamente o vi morrer na minha frente e quase morri tentando encher os pulmões dele.
—E ele amava o mar?
—Muito, éramos dois idiotas —Sorriu ele perdido na lembrança.— não pensávamos em mais nada a não ser surfar, estratégias e manobras e catar ostras pra ver se tinha pérolas dentro.
—E garotas? —Brinquei.
—Não, não pensávamos nisso, queríamos viver do mar, eu do surf e ele de fotografar o mar e surfistas pras revistas.
—Então ele partiu no lugar que mais amava.
—Foi traído pelo amor da vida dele.
—Eu não sei muito sobre a morte, mas se eu tivesse que escolher onde morrer seria no lugar que mais amo.
—Breno me sorriu. . . quando fiquei desesperado, ele sorriu.
—Ele foi em paz, e você deveria encontrar a sua também, pra isso faça as pazes com o mar e crie novas memórias, com seu filho e com seu pai.
—Tem Razão Lili. —Ele sorriu largo beijou minha cabeça e ao nos virar Kaha estava com uma prancha de pé.
—Toma, Seu pai tinha mandado fazer ela pra você e acabou dando ela pra mim quando ele percebeu que você não voltaria.
—Obrigado cunhado! —Ron o abraçou e pegou a prancha e saiu correndo. Kaha me sorriu com malícia.
—E ai, tá afim de pescar?
—Nunca pesquei antes.
—Deixa que o tio aqui te ensina, vem comigo. —Ele passou o braço por meus ombros e o acompanhei até o galpão de pranchas.
O ajudei a carregar uma prancha enorme e pesada com um remo e ele ainda carregava uma maleta grande.
—Como que se pesca sem aqueles canos de pescar?
—Temos tudo que precisamos aqui! —levantou a maleta.
—Essa prancha não vai afundar?
—Não mesmo. —Riu ele.
Colocamos a prancha na água e ele colocou a Maleta numa ponta subiu no meio e estendeu a mão pra mim subir, fiquei sentada na outra ponta enquanto ele remava mar a dentro pela encosta do morro, depois de estar atrás das ondas remou em direção ao meio, onde sentou e me mostrou como fazer uma linha de fundo. Eu estava com um rolo de cano segurando minha linha e ele outra sentados ali em cima conversando sobre pescaria até o assunto mudar.
—Achei incrível como mudou a cabeça do meu cunhado. —Comentou.
—As vezes eu nem penso muito no que falo.
—Você fala com o coração.
—Ei ta puxando aqui na minha mão.
—Segura. —Ele virou pro meu lado. —Agora vai enrolando assim.
—Ok! —Fui enrolando a linha no cano até que eu consegui ver o peixe. —Que demais!
—Peguei outro! — Disse ele puxando a linha.
—Isso é tão empolgante! —Falei animada.
—Você precisa ver o que é pescar no fundo do mar com arpão, mas ai você tem que treinar bastante antes.
—Isso me dá inspirações pra mais livros.
—Pode escrever um sobre sereias, ou até sobre mim, como foi que o grosseiro ogro conquistou o príncipe do vento kkkkkk
—Se continuar assim não vou querer mais ir embora.
—É o que pretendo! —Disse ele rindo.
Ele tinha uma câmera aquática que estava no pulso dele numa munhequeira e tirou fotos minhas com o peixe e filmou boa parte das coisas. Voltamos com oito peixes bem grandes pra casa, mal podíamos carregar tudo, mas Kaha é tão forte que carregou a maioria dos peixes mais a mala eu trouxe três, e mais a prancha junto dele. Conversamos muito no caminho de volta, ele me contou como foi com o tio Hau que realmente da uma linda história de amor e se percebe no falar dele o amor que sente.
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Deixe eu ser seu último Amor.
ChickLitSer gorda não é uma coisa ruim, pensa comigo, você prefere abraçar uma barbie e dormir com ela ou prefere abraçar um unicórnio de pelúcia e dormir com ele? Uma barbie te machuca enquanto você dorme, o unicórnio de pelúcia jamais. Agora vou contar um...