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Na escola corri até Lili quando ela desceu do carro e deu tempo de cumprimentar minha sogra. A acompanhei com a mão no bolso e frustrado por não conseguir fazer o mesmo com a mão engessada.

—Sonhei com algo que pode nos ajudar na história. — Comentou ela.

—Pode me contar?

—No intervalo posso. —Ela sorriu sabendo que me deixaria curioso por horas.

—Você é muito má bruxinha.

Lili dobrou pra sala dela rindo. Droga ela sabe mesmo mexer comigo, passei as três primeiras aulas disperso. Sai correndo pra encontrá-la e Riller me encontrou quando entrei no refeitório, passou o braço pelo meu pescoço.

—E aí Cass?

—Soube que tomou um toco?!—Brinquei.

—Cara não sei mais o que fazer pra conseguir um encontro com ela. —Choramingou—Eu quero me casar com ela.

—Eh vai com calma, vocês são jovens ainda.

—Ta bem papai! —Riller esfregou meu cabelo e não consegui empurrá-lo por culpa do gesso.

—Tua sorte é que meu pulso ainda dói.

—Fracote!

Fomos brincando até a mesa e por fim o empurrei com o ombro. Lili virou os olhos pra nós. Peguei uma mexa de seu cabelo macio e o enrosquei no dedo, Lili ganhou um pouco de rubor nas bochechas a deixando linda, eu queria beijá-la ali mesmo.

—Vai me contar?

—Quando nos sentarmos pra comer eu conto.

—Contar o quê? —Intrometeu Riller.

—Também quero saber. —Disse Mary.

—Um sonho que eu tive.

Por fim todos queriam saber, então pegamos nossa comida o mais rápido possível e nos sentamos pra ouvi-la.

—Sonhei com um reino, era uma mistura do moderno com o antigo, mas tinha um rei e uma rainha vampiros e um príncipe e uma princesa lobisomem, mas a princesa não tinha muita força, talvez fosse humana não lembro.

—Ela pode ser nossa bruxinha.

—Pode ser, bom os lobisomens foram pro reino dos vampiros em busca de algo que até agora não sei o que é ou quem era, sonhei mais com a ação. Ia ter algum festival nessa civilização que talvez eles fossem precisar de um lobisomem pra sacrifício, então os príncipes lobisomens tentaram algo civilizado como se estivessem tentando algum acordo de paz, só sabia que se um lobisomem arranhasse um vampiro ele morreria e se um vampiro mordesse um lobisomem era ele que morria. Ai depois me vi numa cela ai uma espécie de guarda tentava passar a unha no rapaz que tava na maca algemado e dizia "um arranhão e a infecção começa a se espalhar" ai não lembro o que ele disse, mas lembro dele tentando se esquivar o máximo possível, nisso chegou a princesa dos lobisomens do outro lado das grades e tentou pegar o carcereiro do pescoço o batendo contra as grades e ela não teve força o suficiente pra machuca-lo. Depois me lembro da rainha dos vampiros ensinando a princesa dos lobisomens a estripar um vampiro. Lembro dela com uma espada explicando "pescoço, barriga, peito" ai a princesa perguntou por que a barriga e ela respondeu algo de que se eles segurassem as entranhas dava tempo de acertar o coração, algo assim, ai lembro no final o Príncipe dos lobisomens conversando com o rei dos vampiros na entrada do festival e ele deu a dica de onde tava o que eles procuravam. Ai acordei.

-"U.A.U "-dissemos em uníssono.

Lili riu.

-Caramba que imaginação!- comentou Ravi que eu nem tinha percebido que estava do outro lado de Mari.

-Valeu, mas e ai Cass o que achou?

-Perfeito, eu não conseguiria ter uma imaginação tão perfeita assim.

-Consegue sim.

Terminamos de comer com os guris dando pitaco na nossa história. Dali fomos pra casa dela, a senhora G. Não estava, subimos direto pro quarto dela, eu queria fazer inúmeras coisas que eu sabia que não teria o consentimento dela no momento. Ela começou a escrever enquanto conversávamos como colocar as palavras e começamos o livro.

. . .

As semanas corriam e nossa história fantasiosa ganhava mais vida do que nossa própria história, eu queria muito que boa parte do que acontecia ali fosse verdade entre nós, muitas vezes tentei chegar mais perto, mas Lili fugia. Não vou desistir dela. Principalmente com aquele Tarin rondando ela.

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Lilith

Todo os dias Cassian tem investido em mim e eu to por um fio do meu autocontrole, já tem três meses que estou na seca, não consigo ficar com mais ninguém, tentei ficar com o gatinho da outra turma, mas sabe quando tu não tem vontade de beijar a pessoa e ela vem com aqueles beijos babados, nossa quase vomitei, fingi uma ligação urgente e fugi, o garoto encarnou em mim até eu ter que pegar o garoto e explicar que eu não tava afim dele. Toda a vez que eu penso em pegar alguém Cassian me vem a mente e isso me da um ódio. O único momento que me permito com Cass é quando vamos andar de patins e quando estamos escrevendo nosso livro que está cada vez mais perfeito, sempre temos mais idéias e terminei abandonando o meu e me dedicando ao nosso. Vou passar o final de semana com minha mãe Lia porque minha mãe G. precisou viajar com a Eva e eu to bem numa semana de prova e minha cabeça vai explodir de tanto estudar. Fui pra casa com Cass, mamãe me esmagou.

-Mês que vem estaremos na nossa casa nova e não vão mais precisar dividir o quarto.

-Essa obra tá cada vez mais atrasada.

-Eu sei, mas eles me prometeram que mês que vem entregam. . . 

-Alguém pediu pizza?! -disse meu padrasto entrando com duas caixas de pizza na mão.

Estamos jantando minha mãe contava sobre a decoração da casa nova pro meu padrasto, olho em direção a Cass e ele está com o olhar perdido. Encostei meu pé na perna dele e seu sorriso se alargou muito antes de seus olhos encontrarem os meus. Daria um doce pelos seus pensamento.

-Quer andar de patins amanhã?-perguntei.

-Claro, sabe que não perco a chance de fic. . . ganhar de você. -Cass corrigiu-se assim que percebeu que nossos pais pararam de falar e depositaram a atenção em nós. Eu sei o que ele ia dizer e eu sei também que é verdade, Cassian não perdia nenhuma oportunidade de ficar comigo.

Deixe eu ser seu último Amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora