Deixe eu ser seu último Amor.

57

Por Deus como eu fui burro e idiota.

— Desculpe Lili, mas magoá-lo não ia resolver o que ele sente por você.

— Ele acha que sente Mary, ele só ficou apegado a mim por eu estar ao lado dele quando ele precisou, eu sei que fui uma idiota, mas eu . . . Eu não aguentei vê-lo sofrer e acabei fazendo ele confundir os sentimentos por mim.

—Amiga, acho que você está é cega.

—Cassian tem muitos preconceitos dentro dele pra poder ser verdade.

—Aff. . .

Voltei pro meu quarto, droga, é claro que ela estava com medo, eu insisti na hora errada, poderia ter ido mais devagar e . . . Ah, mas eu não vou desistir assim tão fácil Bruxinha.  Desci fazendo barulho para que não achasse que eu estava ouvindo algo. Sorri assim que coloquei os olhos nela que corou fortemente. Mary correu pra me abraçar.

—Seu irmão desnaturado, podia pelo menos ter me mandado mensagem.

—Desculpe maninha, eu precisava de um tempo.

—Tudo bem, estás perdoado. Ham. . . Eu vou ajudar a tia com a mesa. — Apontou ela quando percebeu que eu não tirava os olhos de Lili.

Mary saiu da sala e eu caminhei até Lili ficando a centímetros dela. Havia uma nítida perda de peso, mas eu só queria saber de seu sorriso que ainda não apareceu em seu rosto corado. . .  Seus olhos encantadores. . . Aquela covinha no queixo, Deus como eu sou apaixonado por ela. Passei os dedos por seu rosto quente e macio.

—Oi?! —Sussurrei e ela apertou a boca pra tentar esconder meu sorriso preferido.

—Oi —Disse ela revelando finalmente o sorriso que eu procurava.

—Você segue tão linda quanto em meus sonhos.

Agora ela sorriu mais e a puxei para um abraço que foi retribuído na hora. Meu coração acelerou. Ela levantou o rosto para me olhar e lhe beijei a testa.

—Senti sua falta! —Sussurrei.

Nessa hora Lia nos chama e eu me obrigo a soltá-la meio relutante é claro. Eu não estava menos apaixonado, eu estava mais apaixonado do que nunca. Sentei-me ao seu lado. Lia nos enchia de perguntas sobre a viagem de ambos. 

—Filha, sabe que não sou dessas, mas a curiosidade me pegou, por que perdeu peso?

—Tá tão na cara assim? Eu nem percebi muito. —Sorriu ela. —Tay me torrou a paciência pra fazer uma das quinhentas aulas que ela faz, a menos desagradável pra mim foi natação.

—Desagradável? —Brincou Mary.

—Sabe como é, ver sungas recheadas e corpos sarados. 

Sorri com a tentativa falha dela de me magoar. Olhei para Mary que encheu a boca para não se manifestar. 

—E você Cass, veio mais malhado e bronzeado! —Brincou Lia. 

—Olha! —Brinquei levantando a camiseta para mostrar meu tanquinho, deu tempo de ver Lili engolindo em seco. — Vovô não brinca em serviço, Antes de entrar pro mar eu tinha que fazer muito exercício isso e mais academia a noite, fora as corridas antes do sol nascer. 

—Estava surfando? —Perguntou Mary incrédula. 

—Não só isso, mas eu também vou participar de uma competição e eu quero que vocês estejam lá pra me apoiar. Lia ainda não falei com o papai sobre isso, mas eu preciso de vocês lá, da minha família e . . . meu avô sente falta dele e meus tios. 

Lia pegou minha mão.

—Daremos um jeito! —Disse Lia me sorrindo. —Quando é?

—Dia 3 de janeiro.

—Podemos ir depois do yule, o que acha Lili, Mary posso ver com seu avô se ele permite você ir conosco. 

—Vou ficar muito feliz em ver meu irmãozinho ganhando alguma coisa. —Disse Mary

—Lili? —Insisti.

—Eu vou, vou te apoiar. 

—Obrigado, isso é muito importante pra mim e passar o ano novo com o vovô vai ser demais.

—Pode ser, e se fizermos uma surpresa pra ele, vamos no Natal! —Saltou Lia.

—Nossa ia ser fantástico, mas o Natal não é o Yule? 

Lia riu.

—Não, mas quase isso, o Yule é amanhã dia 21, comemoramos o sabbat, se quiser participar ou observar será bem vindo.

—Quero participar! 

Lili me olhou diferente. Como se eu fosse outra pessoa, talvez eu tenha me tornado, assim como ela também.   

. . .

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Lilith

Durante o ritual sentia o olhar de Cass em mim como se fosse algo físico. 

Minha G. abriu o circulo magico, acendemos as velas, oramos aos deuses em voz alta para que quem não conhecesse ouvisse a palavra. As honras aos Deuses, elementais e a criança prometida, em seguida nossos votos, o que fomos, quem somos e quem queremos , Minhas mães começaram, depois Eva e Ron, Tarin, Ângelo e Morgana e chegou minha vez.

Acendi minhas velas e a canela.

—Agradeço por quem fui, por quem sou e me tornarei, que este ciclo se feche e que um novo se abra, que eu tenha sempre paciência e mais compaixão, e que meu caminho seja finalmente descoberto pois nele estou perdida, que meus olhos se abram com o nascimento da criança prometida, que o Deus sol mostre meu caminho e que a Deusa me guie por ele. 

Cassian que jurei que não se pronunciaria me sorriu, pegou o acendedor e acendeu suas velas pegando as chamas da minha.

—Eu . . . —Cassian respirou fundo.

—Não precisa falar em voz alta. —Murmurou minha mãe. —Pode ser só na sua mente.

—Eu quero falar.

—Tudo bem então!

—Eu não queria agradecer porque perdi muito, perdi o que tinha de mais caro, mas esse fui eu antes, fui mal agradecido, preconceituoso, mal intencionado, mal caráter e hoje eu to tentando mudar e eu tenho sim a agradecer, tenho que agradecer as pessoas que entraram em minha vida e —Ele virou de frente pra mim e senti minhas bochechas queimarem —eu acendi minhas velas com a sua chama Lilith porque é assim que me sinto, você me acendeu, me fez querer viver e mudar, me deu força e . . . eu sei que quer ser livre e acha que não tem uma escolha, mas se ser livre é não ter escolha então você está presa minha bruxinha, esta presa a uma não escolha e não há nada no mundo que vá me fazer mudar o que sinto aqui dentro por você.

Deuses.