𝐩𝐡𝐲𝐬𝐢𝐜𝐚𝐥

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─✧ n a r r a d o r a '-

| NO FUTURO |

Alerta: gatilhos no capítulo. Tentativa de suicídio, alto mutilação,  tortura psicológica, consumo de bebida alcoólicas e droga.

Kyuubi se inclinou na mesa de centro, tampou um lado nariz e com o outro respirou fundo a carreirinha do pó branco. Se afastou ao sentir o efeito imediato da droga dominar seu corpo, ela riu sozinha e pegou o copo de whiskey, ingerindo o líquido todo de uma vez. Seu nariz queimava e agora a garganta também.

A mulher deu um pulo, sentindo seu coração disparar, ela riu quando sua cabeça girou e limpou o sangue que escorreu do seu nariz, já tinha consumido muito daquela droga. Seu cabelo estava bagunçado, sua maquiagem estava borrada, seu nariz estava sujo de sangue e droga. Com as mãos trêmulas a albina pegou o cigarro que repousava no cinzeiro.

Tragando o cigarro seus olhos fitava a figura do seu marido parado na varanda parecendo uma estátua. As palavras de Kisaki martelavam em sua cabeça "Ele não se importa com você", o homem fazia questão de lembrar a ela todo santo dia e ela estava começando a sentir que o filho da puta do Tetta estava certo.

Fazia pouco mais de alguns dias que Mitsuya e as irmãs tinham sido executados, Mikey voltou e quando ela contou, o homem sequer reagiu a isso. Kiyuubi ficou ressentida com aquilo, porque ela queria que Mikey tivesse tomado alguma atitude, mas não foi o que aconteceu.

"Ele não se importa com você"

Kyuubi apagou o cigarro no proprio braço, se sentindo aliviada por sentir uma dor fisica, e jogou a bituca no cinzeiro. Segurou a garrafa da bebida alcoólica, uma ideia veio a sua mente perturbada e enevoada pela droga. Enquanto caminhava até o quarto que dividia com Mikey, ela ia tomando a bebida e ao entrar no quarto o whiskey tinha acabado, sem se importar jogou a garrafa no chão que quebrou em vários pedaços.

Na mesinha ao lado da cama estava sua arma. Ela iria acabar com aquilo. Pegou a arma e pisando no vidro, que perfurou seu pé, ela voltou para sala fazendo um rastro de sangue, pouco se incomodando com a dor, nada poderia doer mais do que seu coração morto dentro de si.

Quando chegou na sala, Mikey estava sentado na mesa de centro cheirando a carreirinha que ele tinha feito para si. Kyuubi parou na frente dele e apontou a arma para cabeça dele, podia ter o corpo trêmulo e coração acelerado, mas sua mão segurava a arma com firmeza.

— O que pensa que está fazendo? — o homem perguntou e calmamente se sentou no sofá, apoiando os cotovelos no joelho.

— Matando você, acho que se você morrer as coisas vão se resolver — Kyuubi respondeu sem hesitar.

— Vá em frente então — Mikey cantarolou com o rosto sem expressão — Se livre de mim, Kyuubi. Aperto o gatilho e suje a sala com meus miolos, vai ser um favor que vai fazer pra mim.

Naquele momento os lábios dela tremeram e ela destravou a arma, sua visão ficou embaçada pelas lágrimas. Queria atirar, queria matar ele. Mas sua mente gritava o quão errado era aquilo, seu corpo todo parecia lutar contra aquilo, mas seu dedo estava pronto no gatilho e queria tanto matá-lo.

— Você não consegue não é mesmo? — Mikey disse em um murmuro — Se sente tão dependente de mim que virou uma covarde.

— Não sou covarde — Kyuubi gritou — E-eu não sou.