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─✧ kyuubi n a r r a n d o '-

| NO PASSADO |

— Baji saiu da Toman e eu devia saber que tinha dedo seu nisso, Hanemiya — uma risada sem humor escapou dos meus lábios e o garoto parou de andar — Não acredito no quão baixo você é para meter o Kei nas escolhas merdas que você faz. O tempo no reformatório fritou seus neurônios?

— Tanto quanto deve ter fritado os seus Kyuubi-san, afinal você saiu da Toman — o garoto disse, vi quando ele colocou as mãos nos bolsos e se virou lentamente para mim.

— Não lembro de ter recebido uma mensagem sua informando que tinha saído do reformatório — desencostei da parede do beco, saindo da escuridão do beco e dei dois passos em direção ao menino — Está tentando fugir da sua dívida comigo?

Ele não parecia abalado por me ver e nem com minha suposta ameaça.

— O que? Claro que não, Kyuubi-san. Eu pago o que devo, ainda mais se for uma para uma mulher tão bonita quanto você — Kazutora falou com um sorriso.

Revirei os olhos e o olhei de baixo para cima, continuava o mesmo garoto de sempre.

— Não perdoei você ainda, Hanemiya. Mas...

— Você precisa de mim — ele me interrompeu e riu.

— Na verdade, você precisa de mim — cruzei os braços — E eu estou disposta a te ajudar, claro, se você seguir minhas ordens.

— O que eu ganho com isso? — Kazutora me perguntou com o mesmo sorriso cínico.

— Além de pagar o que me deve? Sua vida, você permanece vivo, Hanemiya. Afinal você quer permanecer vivo para se vingar do Mikey, não é? Toda aquela história de "é culpa do Mikey" e blá blá blá — dei uma risada — Você leva tão a sério, eu acho uma piada se quer saber. Sem ofensa. Mas acho que você quer continuar vivo para matar o Mikey.

O sorriso dele sumiu e seu rosto sério me encarava: — O que você quer de mim?

— Agora você falou certo, companheiro — estalei a língua no céu da boca e abri um sorriso para ele — Eu soube que você faz parte do comando da Valhalla. 

.˚。⋆ ༊ .˚。⋆

Fazia cerca de dez minutos que eu olhava para o teto. Eu continuava olhando para a pequena luminosidade que vinha das estrelas grudadas no teto. Um pequeno sorriso se formou no meu rosto com a lembrança do dia que dei aquilo para o Baji.

Ouvi a porta do quarto abrir e logo em seguida bater com força.

— O que porra você tá fazendo aqui, Kyuubi? — Baji gritou e eu o olhei com preguiça.

Suspirei profundamente, estava cansada, não dormia a dias. O quarto de hotel que eu estava hospedada era uma merda, já que eu não apareci no meu apartamento nos últimos dias e sequer tinha contato com algum dos meus amigos, além do Takemichi.

Eu sentia falta do Draken, da nossa rotina, dos seus beijos e de dormir abraçada com ele. O loiro me mandava mensagens e  ligava todos os dias, várias vezes por dia, e ainda deixava recados na minha caixa postal. Eu não retornei nenhuma, tinha noção que ele faria eu voltar para GANGUE.

Também sentia falta do Mikey apesar de tudo, mas ainda estava magoada com ele e não voltaria atrás na minha decisão, era necessário fazer isso. Foi a decisão que tomei, já que preciso de liberdade para fazer o que fosse preciso pra manter todos seguros, ainda mais ao saber que Baji morria no dia de Halloween.

Eu precisava manter meu amigo seguro.

Levantei da cama com calma e parei de frente para ele. Seus olhos se fixaram nos meus e eu cutuquei minha bochecha com a língua em um ato de nervosismo. Pensar que ele poderia morrer me dava ânsia de vomito e uma vontade de simplesmente manda-lo para longe, mas ele nunca aceitaria e eu tinha certeza que Kei sempre toparia me ajudar em tudo.  Ele sempre ficaria ao meu lado, independente das minhas escolhas.

Olhei atentamente para o garoto parado na minha frente. Assim como eu, Baji parecia que não dormia a dias. Soltei a respeiração que não sabia que estava prendendo e fechei a mão em um punho, rapidamente acertei um soco no rosto dele.

 Baji cambaleou para trás.

— Isso é por espancar o Chifuyu — com um movimento dei uma rasteira nele e o garoto caiu de bunda no chão — E isso é por gritar comigo e este — chutei sua costela — É por você se infiltrar na Valhalla sem me dizer nada, sem pedir ajuda, podendo morrer ou sei lá o que. Você ficou maluco Baji Keisuke?

— Você tá doida mulher? — ele gritou comigo e ficou gemendo de dor no chão.

— Você quer me ver maluca, Baji? — Me ajoelhei no chão e comecei a dar tapas nele.

— Ai, ai, ai para de me bater — Baji segurou meus braços e eu me debati contra o aperto dele — Não sei do que você tá falando, eu sou da valhalla.

Dei uma risada e o chutei com o pé fazendo-o me solta: — Mentiroso do caralho, você nunca soube mentir bem, seu merdinha. 

— Eu tô falando sério, sua doida! — ele gritou comigo e me empurrou para longe dele.

Revirei os olhos e respirei fundo tentando me acalmar: —  Então olha na minha cara e diz que você traiu seus amigos seu idiota analfabeto do caralho.

— Por que tá me ofendendo assim sua doida varrida? — ele gritou comigo e evitou me olhar

— Você não me engana, Baji — resmunguei e me sentei ao lado dele no chão — Qual é a porra do seu plano?

— Vai embora, Kyuubi — ele se afastou de mim e se escorou na parede do quarto dele — Volte para Toman e se proteja, eu vou com tudo para cima de vocês.

Dei uma risada amargurada e o encarei: — Não seja idiota, Baji. Estamos juntos nessa.

— Não sei do que está falando — ele evitou me olhar.

— Sabe sim e eu vou te ajudar, você querendo ou não. Então escolha, aceitar minha ajuda ou eu vou sair agora e falar para sua mãe tudo que está fazendo e você vai ser mandado para o internato nos Estados Unidos, onde vai tá seguro  e eu mesmo acabo com aquela gangue sozinha — falei com firmeza e lhe lancei um olhar irritado.

— Você não faria isso — ele sussurrou baixinho

Me levantei de onde eu estava e caminhei até a porta: — Ó TIA!

A porta foi fechada bruscamente e um corpo se jogou em cima de mim, nós dois caímos no chão e eu gemi de dor.

— Você é uma teimosa do caralho — Baji gritou comigo.

Ficamos em silêncio por um momento e depois nos encaramos dando risada.

— Estamos juntos nessa — fiquei séria novamente e ele me olhou atentamente — Se você morrer, eu morro junto. Então trate de permanecer vivo, Kei.

— Eu vou ficar vivo, eu prometo — falou com convicção.

— Eu vou ficar vivo, eu prometo — falou com convicção

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Notas da autora:

Quem é vivo sempre aparece. Me perdoem a demora para continuar a história, a vida tava uma repleta bagunça, mas agora eu vim pra finalizar e continuar as outras que tenho em aberto. Muita saudades de vcs! Logo vou responder todos os comentários, vocês são maravilhosos!

𝐩𝐡𝐲𝐬𝐢𝐜𝐚𝐥 Onde histórias criam vida. Descubra agora