𝐩𝐡𝐲𝐬𝐢𝐜𝐚𝐥

30

─✧ n a r r a d o r a '-

| NO PASSADO |

Kyuubi se sentou de forma brusca na cama e puxava o ar com força. Seu estômago embrulhou com as cenas do sangue de Draken acumulado no corpo quase inerte dele, ela se levantou rapidamente da cama ao sentir o gosto de bile em sua boca e correu para o banheiro, vomitando tudo o que tinha comido no vaso sanitário.

As lágrimas banhavam seu rosto e rapidamente mãos grandes e ágeis seguraram seu cabelo para trás. Seu coração parecia que iria parar a qualquer momento, sua respiração falha e o corpo trêmulo trouxe mais imagens em sua mente. Ela tornou a vomitar até o que não tinha no estômago quando tornou a lembrar e um soluço escapou dos seus lábios quando o sonho mais recente veio à sua mente. Os corpos de todos os seus amigos estavam estirados no chão e a única que estava viva era ela, parada no banho de sangue.

— Tudo bem, amor. Foi só um pesadelo— Draken acariciava as costas dela com uma mão e com a outra ainda segurava os fios brancos — estou aqui.

Já tinham passado alguns dias desde que Draken saiu do hospital e estava se recuperando muito bem, mas ela continuava tendo pesadelos com a morte dele e sempre acordava tendo uma crise de pânico.

— Me desculpa — ela sussurrou com a voz rouca abaixando a cabeça para se livrar dos olhos preocupados dele, não queria o preocupar mais do que já tinha feito nos últimos dias.

Draken negou com a cabeça e puxou o rosto dela para cima com cuidado: — Tá tudo bem, você não precisa passar por isso sozinha.

Ele lentamente puxou o corpo trêmulo e pequeno para cima, com toda delicadeza que tinha, e a ajudou a entrar na banheira. Ken rapidamente ligou o registro para encher a banheira com água quente e entrou atrás dela, não se importando de molhar as próprias roupas. À medida que a banheira ia enchendo ele abraçava Kyuubi de forma protetora e deixava alguns beijos pelo rosto dela, sempre murmurando que estava tudo bem.

Era assim que ambos passavam suas madrugadas e logo depois da mulher se acalmar, Drake lhe dava um copo de chá e um remédio para dormir. Então ambos dormiam abraçados até o meio dia. A gangue sequer era mencionada e os dois estavam apenas aproveitando as férias que lhe foi dada.

Os olhos de kyuubi passaram pelas costas tonificadas de Draken e mordeu o lábio inferior. O loiro estava encostado no fogão cozinhando algo que cheirava muito bem e quando ele virou de frente para ela, foi impossível conter um suspiro de satisfação pela visão do tronco nu e nem mesmo o curativo, onde Ken levou a facada, tirava a beleza do corpo escultural dele.

— Devo colocar uma camisa? — Draken perguntou debochado.

— Não, acho que você deveria tirar a calça também — ela sugeriu levantando as sobrancelhas de maneira sugestiva.

— Sua pervertida — ele acusou colocando os omeletes que tinha feito no prato em cima do balcão.

Ela riu baixinho e se aproximou dele; Com cuidado, para não bater no ferimento, rodeou a cintura dele com os braços e deixou alguns beijos pelas costas nua.

— Quais os planos para hoje? — perguntou baixinho e tirou a frigideira da mão dele.

— Hoje vamos sair — Draken afirmou

— Vamos? — perguntou confusa

— Vamos e não aceito um não como resposta — ele se virou de frente para ela e segurou o rosto da menor — Precisamos sair um pouco dessa casa e tomar um ar.

— Tem certeza? Você está realmente bem? Para onde vamos? Tem que ser um lugar com pouca gente, Draken. A Valhalla deve tá espreitando a gente e... — lágrimas se acumularam nos olhos dela.