Kyuubi era conhecida por ser a raposa da Toman, ou como sua própria patente na gangue dizia, consigliere. Mesmo parecendo inquebrável, ela sempre esteve afundando dentro da sua própria escuridão de traumas. Tudo piora quando começa a perder aqueles...
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— Ei, Kei! — chamei em um tom moderado enquanto batia na janela do quarto.
Demorou quase uma eternidade e várias outras batidas na janela aberta para meu amigo de presinhas aparecer.
— Kyuubi? — ele bocejou coçando os olhos e totalmente perdido — É de madrugada.
— Eu sei! — sorri para ele — Feliz aniversário!
Pulei para dentro do quarto dele com agilidade e o abracei com força.
— Eu queria ser a primeira a te dá parabéns — me afastei do abraço dele e se não fosse pela luz que entrava pela janela não teria visto suas bochechas completamente coradas — O bocó do Kazutora queria ser o primeiro, mas todos os anos sou eu — fiz um bico.
— Puxa, obrigado kyuubi-chan! — o menino me abraçou de novo — Mas você não vai receber reclamação do seu pai? Não quero que arrume problemas por causa de mim.
Seu tom de voz era quase desesperado e eu ri pela preocupação do meu amigo, ele era fofo quando queria.
— Eu tava na casa da minha mãe — murmurei — Meu irmão também tava lá e ficou me cobrindo para que pudesse vim aqui, às vezes ele é o irmão que conheci na infância — encolhi os ombros e suspirei — Mas chega de falar disso, eu te trouxe presente.
— Presente? — perguntou animado e pude ver que nem mais existia sono naquele ser.
— Presente, Kei! — sorri para ele.
Tirei minha mochila das costas e abri a mesma, dela tirei um embrulho. Entreguei ao meu amigo uma caixa pequena e ele se adiantou em abrir, dela tirou um chaveiro que tinha a cara de um gatinho preto.
— É um chaveiro combinando com o meu! — mostrei para ele o chaveiro que tinha pendurado na minha bolsa e diferente do dele era um gatinho branco — Não é muita coisa, Kei, mas prometo te dá um presente melhor depois — fui surpreendida por braços rodeando meu pescoço.
— É perfeito, Kyuubi! Vou levar pra todo canto — se afastou e sorriu mostrando as presinhas. Fofo.
Mesmo com tão pouca idade, Baji era um suporte na minha vida e até mesmo já enfrentou meu pai várias vezes para me defender. Nada nunca seria suficiente para demonstrar minha gratidão a ele.
Nos conhecemos no dojo do avô de Mikey, eu tinha acertado um chute com tudo na cara dele e depois ele comprou briga comigo, eu recusei e ele ficou mais irritado ainda. Mas depois eu e o Baji entramos em uma briga na rua para defender um gatinho.
Desde então defendemos um ao outro
— Ah! Tem mais duas coisas — tirei um pacotinho do bolso pequeno da minha bolsa — Você me disse que tinha medo do escuro...
— Ei, eu nunca disse isso! — inflou as bochechas e virou a cara.
— Então devo jogar fora essas estrelinhas que brilham no escuro? — perguntei com ironia e ele bufou.
— Não! — falou bravo.
— Então vamos colar juntos, tá bem? — sorri pra ele.
Nós dois começamos o processo de colar as estrelinhas no teto dele sem fazer barulho, afinal não podíamos acordar a mãe dele, foi trabalhoso e eu fiz quase tudo sozinha me equilibrando nos móveis do quarto do Kei, mas conseguimos.
Baji desligou o abajur e todo quarto ficou iluminado com aquela luz neon. Tinha ficado muito bonito. Nos sentamos no chão do quarto dele e ficamos admirando as "estrelas".
Naquele momento dois gatinhos entraram pela janela e nós dois sorrimos quando os felinos vieram até a gente, por pura coincidência era um gatinho preto e outro branco.
Quando Baji estava distraído, puxei um pote da minha mochila e tirei de lá um cupcake com a cara de um gatinho, coloquei uma pequena vela.
— Feliz aniversário, Kei! — falei chamando a atenção dele pra mim e vi seus olhinhos brilharem, acendi a vela com um isqueiro que carregava no bolso da minha jaqueta — Obrigado por ser meu amigo e sempre me proteger de tudo, gosto até de colocar fogo em carros na sua companhia, eu amo você. Agora assopre e faça um pedido.
Kei se aproximou do bolinho e soprou a vela de olhos fechados.
— Eu quero ser seu amigo para sempre, Kyuubi-chan! — ele falou com um sorriso enorme e eu devolvi o sorriso.
— Nunca saia do meu lado, tá legal? Você é meu irmão, Baji! Sempre e para sempre.
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| Notas da autora:
Não podia deixar o aniversário do nosso menino Baji Keisuke passar em branco não é mesmo? Escrevi esse capítulo com o coração na mão e olhos cheios de lágrimas, é muito simples, eu sei, mas é só pra marcar essa data mesmo.
Não lembro com que idade Kazutora e Baji se conhecem, mas na minha história vai ser assim, ok? Até porque na minha história os anos são diferentes.
