Capítulo 31

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Não revisado.

Na manhã seguinte, Yeda entrou no meu quarto me avisando que Eike havia aparecido para uma pequena visitinha. Eu não o via há alguns dias, mas eu estava decepcionada com ele por conta da ocasião na mesa um dia antes nos mudarmos, e o fato dele ter me procurado naquele momento para pedir desculpas, não mudava muita coisa, eu ainda não tinha o perdoado.

Uma mulher tem o direito de amar e odiar qualquer pessoa, mesmo que essa pessoa seja o irmão mais velho do seu "marido" e ainda seja um príncipe. Soltei um suspiro ao pensar nisso.

Terminei meu chá com um único gole, e coloquei a xícara sobre a cama um momento antes de encarar a parede a minha frente, eu tinha que ir vê-lo, mesmo que eu não quisesse e mesmo que eu não tivesse nenhuma vontade de sair da cama, principalmente porque eu ainda estava menstruada, e isso levaria alguns dias.

Infelizmente para mim, Ezra estava no palácio, ele precisava voltar a ter uma vida política, não que ele tivesse alguma chance como príncipe herdeiro, e eu acreditava que se não fosse o cetro de gelo ter acendido, o rei teria deixado ele mais um tempo em casa.

Me arrastei na cama até meus pés tocarem o chão, eu realmente estava se sentindo grata a Ezra por antes de sair ter tido a consideração de lançar um encantamento no meu quarto, e quando meus pés tocaram as sandálias quentinhas, eu quase suspirei de felicidade. Eu tinha certeza de que assim que passasse pela porta, eu seria atingida por uma onda de frio chocante – que não devia em nada ser comparada a temperatura do lado de fora da mansão –, mas eu ainda precisava ver o príncipe de qualquer jeito.

Eu nunca desejei tanto a presença do Ezra.

Eu tentei conter o arrepio na minha pele quando passei para fora do quarto, eu tinha certeza de que a temperatura estava pelo menos quinze graus mais fria do que no meu quarto. Droga de inverno!

Avistei Eike em pé no meio da sala com as mãos nas costas, em uma postura nada irritadiça pela minha demora, na verdade, assim que ele me viu, abriu um sorriso encantador, que eu só pude considerar como sendo de pura felicidade e júbilo.

Estranho, muito estranho.

Eu não saberia dizer se aquele sorriso era por me ver, ou quem sabe por algum pensamento que se passava pela sua cabeça, que eu tinha certeza que se sentia pelo menos minimamente preocupado com a escolha do cetro, e torcendo por ele mesmo.

Mas mesmo com o título de príncipe herdeiro, eu ainda não teria o mínimo de rancor por ele.

–Zoe – ele se aproximou estendendo os braços na minha direção. –Como você está? – pensei em dizer a verdade, mas do que adiantava dizer a verdade? Ele não iria entender mesmo.

–Estou ótima Eike – suas mãos agarram meus braços caídos ao lado do meu corpo, e ele me puxou na sua direção com força, eu diria força até demais. Esses mortais, ou esquecem que são o cacete de fortes demais, ou fazem de propósito, porque sabem que nós humanos não podemos impedir.

Meus pés deram alguns tropeços antes dele me envolver em um abraço apertado e gelado, extremamente gelado. Eu havia me esquecido como os imortais do clã eram frios, Ezra não parecia tão frio assim quando me tocava, mas talvez fosse cuidado da parte dele, magia.

Ele deslizou as mãos pelas minhas costas e me manteve em seus braços, eu tive que abraçá-lo, mesmo que minimamente falando. Eu senti o frio da sua roupa sobre os meus dedos, contra pele do meu pescoço, aquele maldito frio estava começando a atravessar minhas roupas, que se resumiam a apenas uma naquela manhã.

–É bom vê-lo também Eike – segurei sua cintura para afastá-lo, meus dedos frio estavam começando a adormecer, o toque só piorou tudo, eu estava tentando ser educada, mas ele só me apertou mais contra ele.

Cetro de Gelo - O Canto do Lobo BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora