Capítulo 33

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Não revisado.

Empurrei a porta do quarto de Ezra com a perna. Do outro lado do cômodo, ele estava sentado atrás de uma mesa, lendo algum documento sobre alguma coisa que no momento não era nenhum pouco interessante ou importante. A porta bateu com força na parede, e depois de um segundo ele elevou os olhos dos papéis e os pôs em mim, parecendo quase surpreso com minha interrupção repentina.

É, eu estava surpresa comigo mesma, mas eu ainda era uma ótima amiga.

–Preciso de você imprestável – ele abriu um sorriso divertido. Eu não pretendia olhar para a cara dele de novo naquele dia, principalmente porque eu não conseguiria esquecer a situação do banheiro, mas eu não podia simplesmente deixar passar o estado da minha best.

–Assim você me seduz querida – havia um brilho rastejando nos seus olhos, eu odiava isso, e a cada dia parecia haver mais disso nele. Eu não entendia que tipo de coisas se passavam pela mente dele, mas estava certa de que não deviam ser boas. Quando eu achava que estávamos nos entendendo, de repente ele voltava a parecer mais como antes. Um imbecil.

Revirei os olhos. –Prefiro beijar um lobo errante – Ezra se recostou na cadeira enquanto me observava, ainda parada na porta, seu sorriso apenas ficou maior.

–Você não tem medo das consequências que isso pode trazer? – é sério que estamos mesmo falando sobre isso? E que tipo de consequências isso poderia me trazer, doenças e a morte? Eu não ficaria surpresa nem um minuto, e isso me deixaria até feliz, me livrar dele para sempre.

–Se for a morte então eu aceito de bom grado – ele estreitou os olhos para mim, virando a cabeça de lado. A visão até poderia ser considerada bem divina, mas eu não podia me dar ao luxo de achar isso dele. Ezra sorriu e enquanto negava com um balançar de cabeça.

Então ele não estava falando de morte. Então o que mais poderia ser?

Eu jamais entenderia a mente de um pervertido. E nem queria.

–Não querida, se você beijar um lobo, então isso significa que você é a destinada dele – eu pisquei algumas vezes tentando entender do que ele estava falando. Me lembrei do dia do nosso casamento, a suma sacerdotisa e sua visão sobre mim e o lobo branco. A ideia parecia divertir mais que assustar o idiota, que agora esperava pela minha resposta.

–Então você devia estar assustado, querido – ele não pareceu abalado nem por um minuto. Esse homem é estranho. –Se sou a destinada de um lobo disposta a ir com ele, isso significa que você só está no caminho – pensativo, foi o que ele me pareceu estar assim que ouviu o que eu disse, mas seus olhos ainda estavam sobre mim, principalmente quando ele apoiou a mão na mesa e segurou o queixo.

–Não tenho medo de lobos – havia convicção ali, mas eu pretendia tirá-la dele.

–Eu acho que deveria.

–Por quê?

–Você sabe bem.

–Eu não sei – ele deu ombros. –Me explique – eu estava começando a formular a frase contendo a mais assustadora das verdades conhecidas sobre lobos, quando me lembrei do motivo pelo qual eu estava parada na porta do pateta do meu "marido".

–Tenho coisas mais importantes a fazer do que discutir com você sobre lobos – e o fato de que eu não me via como sendo uma conhecedora do assunto também me dava toda a certeza de que eu devia parar de enrolar e ir direto ao que realmente importa. –Preciso que descubra uma coisa – troquei a fita dentro da minha mente. Varri as imagens que havia começado a se formar sobre a morte dele sangrenta ou a minha luta constante com um ser transmorfo. Comecei a imaginar que tipo de coisas faria com o cretino que havia posto as mãos em Alice, e não duvidava do dedo de Mara nisso, mas eu tinha que ter certeza, não podia usar meu poder deliberadamente.

Cetro de Gelo - O Canto do Lobo BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora