Capítulo 12

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Não revisado.

Capítulo narrado em terceira pessoa.


Dias mais tarde.

Estava mais perto da manhã do que ele gostava.

A neve abaixo da pata estava mais fina. Entre os dedos ele quase conseguia sentir ela se transformar em água fria. Havia apenas um leve vento que soprava naquela madrugada, mas o frio não penetrava sua pele. Os pelos balançaram.

Do outro lado, seu objeto de observação eram pequenos monstrinhos passeando além da fronteira do Clã do Inverno - quase dentro das terras da capital. Ele já havia estado em quase todas as fronteiras dos seis clãs das terras imortais, e sempre que dilacerava aquelas coisinhas feias no dente, mais delas simplesmente pareciam surgir na próxima vez em que ele cruzava o caminho com elas.

Os animais espirituais dos membros do Clã Intraterreno eram como pequenos ogros, a parte pequena de monstros enormes que assustavam qualquer um, o tamanho, os cifres, até mesmo a pele era difícil de perfurar. Mas quando estavam separados, eram pequenas criaturinhas com pernas curtas e orelhas um pouco grandes demais, que se camuflavam perfeitamente na escuridão. Quando aquela enorme criatura se deitou sobre a neve para observar com mais exatidão, ele pensou que talvez esse fosse o plano, quanto mais houvesse, maior a coisa final ficava e se fosse maior, ele teria pouca chance, a pele seria como uma couraça imperfurável até mesmo por suas garras.

Ele suspirou, a neve se agitou perto do focinho.

Do outro lado os pequenos ogros pararam quando um deles fez um sinal com a mão. O suspiro do lobo havia sido o suficiente para chamar a atenção deles. Lentamente o líder do grupo se virou procurando o autor do som, os companheiro acompanhando ele com o olhar, fazendo o mínimo de movimentos, caso nada fosse.

Ele arregalou os olhos, os companheiros tremeram sobre a pouca neve no chão.

O lobo mastigou algo invisível, mordendo no ar algumas vezes com força e violência. Ele ouviu quando eles engoliam a saliva com dificuldade, houve então um sorriso de deboche e ele rosnou.

O líder do grupo emitiu um som com a garganta, e todos começaram a se dispersar correndo em várias direções diferentes da floresta. O lobo revirou os olhos.

Como se fosse o suficiente, com as patinhas minúsculas deles. Ele sorriu, o som parecia um suspiro fantasmagórico ecoando pela noite.

Segundo mais tarde ele estava correndo pela neve atrás deles, atravessando o território do Clã do Inverno e do Verão, sua clara vantagem lhe permitia correr em uma velocidade mais contida, brincando com eles, enquanto seus corpos tentavam correr e se esconder, fazendo a adrenalina misturada ao medo emanarem deles.

A neve era jogava para trás a cada passo naquela corrida, ela avistou a pouco metros o primeiro, correndo e olhando para trás, por cima dos ombros, vendo ele se aproximar. A pequena criatura tentou seguir em zigue zague entre as árvores, as pequenas mãos deslizando pelas árvores geladas, os pés cansados, ardendo pela corrida, mas não surtiu muito efeito, a boca do lobo passou a centímetro de sua cabeça, mas ele estava só brincando com ele.

Quando ele tropeçou e deu de cara no chão, o lobo arrancou sua cabeça.

O som foi de um estampido, seguido de um suspiro de dor. O lobo soltou a cabeça do outro lado do corpo e cheirou o ar. Ainda haviam alguns a pegar, talvez ele fosse demorar ai um pouco.

Ele passou a língua nos lábios e começou a correr, de novo.

***

Já passava da hora do amanhã.

Cetro de Gelo - O Canto do Lobo BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora