Capítulo 19

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Não revisado.

–Aí está você – meu sorriso morreu ao ouvir a voz de Ezra. Quando você acha que pode ter um delicioso momento de paz, tudo muda. Ele só podia ter sido enviado pelos deuses para me provarem antes da verdadeira felicidade. E eu estava disposta a fazer de tudo para passar por isso bem rápido.

–Meu bem – disse em um tom amargo.

Ezra ficou em pé ao meu lado, e eu tive que evitar olhar para sua cara, eu não queria que as lembranças daquela manhã invadissem meus pensamentos com tanta força assim. Afastei as imagens e tentei me focar em algo mais sólido. Como o rosto amigável de Eike, eu via potencial nele para ser meu aliado. Mas eu ainda não havia tido a oportunidade de conversar com as gêmeas, e estava ansiosa por não fazer isso, eu tinha medo de que acabasse com mais uma inimiga, que sempre iria expor meus segredos para me envergonhar. E com as gêmeas, eu teria que lidar em muitos eventos, diferente de Mara.

–Eu estava mesmo questionando sua esposa o motivo que a levou a ficar sozinha aqui no frio – sua voz era suave e tranquila, me passava uma sensação de paz. Mas eu não gostei por ele ter acrescentado a parte do frio. Aposto que se eu fosse uma imortal, isso seria totalmente irrelevante.

Esses imortais. Deviam se achar a última neve do inverno.

–Meu amor – Ezra apertou meu ombro com força. –Quando acordei você já havia saído, aconteceu alguma coisa? – então ele iria ignorar os acontecimentos daquela manhã. Eu estava gostando disso. Apesar de ter achado incrível como sua pele era perfeita, ele nunca iria me ver falando a respeito de seu peito musculoso perfeito, era como uma maravilhoso travesseiro. Espantei essa ideia bem rápido. Eu tinha que me concentrar em algo mais inteligente e certo, não no peito de Ezra.

Caramba, eu estava pensando muito naquele peito.

Respirei fundo e apenas neguei com a cabeça me sentindo realmente incomodada. Ezra apertou meu ombro com mais força um momento antes de se abaixar e rodear meu pescoço com seu braço gigante e forte. Eu pude sentir a pele do seu rosto contra a do meu. –Aposto que você ainda não tomou café – eu tentei sorrir ao ser atingida pelas ondas sonoras que eram suas palavras, principalmente quando ele esfregou seu rosto contra o meu, prendendo meu pescoço em um aperto firme e gélido, como um aviso silencioso.

–Ainda não – levei minhas mãos até seu braço, apertando com firmeza e enfiando os poucos centímetros de unha que eu tinha em sua pele, com uma súplica silenciosa de que ele me soltasse antes que eu surtasse ali mesmo. Mas eu duvidava que ele fosse sentir a dor que eu queria passar.

Aquela porra de aperto estava me sufocando.

–Então eu devo levá-la para comer meu amor – seu braço se fechou ainda mais ao redor do meu pescoço. Eu nem queria saber o porquê daquela reação da parte dele, ou teríamos uma discussão realmente séria e eu já conseguia imaginar o que todos no palácio iriam dizer. Porque eu iria quebrar a merda do quarto inteiro nele.

–Ótimo – eu bati de leve em sua mão, pedindo com educação e de forma tácita para que ele me soltasse de uma vez. E fiquei feliz quando seu aperto se foi de mim, me deixando uma sensação estranha ao redor do pescoço. Eu tive que conter a vontade de passar a mão ali, para aliviar a pressão.

–Com licença irmão – eu dei um sorriso para Eike antes de aceitar a mão estendida de Ezra bem na minha frente. Ele me puxou de maneira um pouco brusca demais na direção do palácio, apertando minha mão com força, sem me deixar escapatória. Eu acreditava que jamais fosse compreender como a mente dele funcionava, já algumas de suas ações eram anormais, se fosse considerar seu histórico e fama.

Cetro de Gelo - O Canto do Lobo BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora