Capítulo 18

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Não revisado.

Antes mesmo de abrir os olhos eu conseguir sentir a maciez do tecido abaixo de mim. Uma adorável mistura de frio e sedoso. A sensação mais agradável que eu já havia tido. Passei a mão pela extensão da colcha, sentindo a pele dos meus dedos em uma colisão mágica de sentimentos.

As colchas do palácio deviam ser feitas com o melhor material encontrado nos clãs, eu não duvidava que eles fossem conseguir tamanha proeza em algo que havia sido feito para os mais nobres membros da família real.

Eu me senti subir e descer lentamente, mas como uma respiração calma e calculada. Mas as colchas não respiram. De repente eu estava bem acordada. Percebi tarde demais que estava deitada no peito desnudo de Ezra, que era totalmente pálido, talvez mais do que seu rosto.

Eu queria morrer. De novo.

Me afastei com rapidez, esperando que ele não estivesse acordado, torcendo por isso. Mas quando me sentei na cama ao seu lado, percebi que eu não usava pijama, estava apenas de calcinha e sutiã. Por um segundo eu entrei em pavor com a ideia de que eu houvesse sido tão idiota para dormir com ele.

Se bem que, eu estava dormindo com ele um segundo atrás.

Ah, eu não podia ter tido relações sexuais com o Ezra, seria minha perdição.

Mas eu não conseguia me lembrar de nada muito concreto, apenas o banheiro, muitas pessoas atrás de mim tarde da noite, o pesadelo, que eu não me lembrava mais – novidade – e beber muito. Vasculhei dentro da minha mente as respostas para as minhas perguntas, mas a única lembrança que veio à minha mente foi eu arrancando minhas roupas como uma louca.

Tapei o rosto com raiva de mim mesma e dessa droga de casamento. E fosse parar par pensar, eu estava com raiva dele mesmo, porque a culpa era toda dele e se minha pureza não mais existisse, eu cometeria um assassinato naquela manhã.

–Que cara é essa? – eu travei diante de sua voz. Merda, ele estava acordado. –Não vai me dizer que você não se lembra de ter tirado a roupa e tentando me seduzir? – eu nunca faria isso. Ou faria? Só se fosse enfeitiçada, e eu não duvidava nem um segundo que ele poderia ter feito isso. –Mas eu fui um cavalheiro se você quer saber – afastei meus dedos para olhar a cara de cínico dele.

Ezra tinha um sorriso sacana no rosto, com uma diversão que eu jamais entenderia estampada nos olhos. Pelo menos eu ainda era virgem, preferia enfiar uma espada no meu próprio coração a deixar que ele tivesse o mínimo de satisfação por ser meu primeiro.

–Eu nunca faria isso? – minha voz talvez tenha saído com uma incerteza assustadora, fazendo o que era para ser uma afirmação, sair mais como uma pergunta.

Droga!

–Se você não tem certeza querida, então eu só posso dizer que é verdade – eu juro que nunca mais vou encher a cara com ele por perto. Eu não poderia confiar em uma palavra que saísse de sua boca tanto quanto não poderia confiar em seus atos. Ele havia me atacado no dia anterior. O que me levou a pensar que ele havia aproveitado o fato de que eu estava noiada demais para contestar sua aproximação na noite passada.

–Eu vou comer – engatinhei pela cama para sair pelo outro lado, louca por deixar aquele maldito quarto. Eu não havia parado para pensar no que aquilo significava, estar quase pelada na frente dele, mas quando pisei no chão e vi a cinta caída ao pé da cama, eu percebi que na verdade, minhas curvas estranhas estavam expostas diante dos olhos do homem que deveria ser meu inimigo.

Eu não tinha planos para me tornar sua esposa, pelo menos de verdade. E ainda precisava aparentemente ter cuidado com o bendito lobo branco, que segundo a suma sacerdotisa, estava muito próximo, mas sua identidade, os deuses não quiseram revelar. Eu me perguntava quem era, e tinha medo de qual resposta eu receberia.

Cetro de Gelo - O Canto do Lobo BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora