Capítulo 14

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Não revisado.

–Aqui estamos, reunidos para celebrar a união concedida pelos deuses entre essas duas almas – o rei nem mesmo havia começado a falar direito e eu e já estava louca para sentar e me desgrudar de Ezra. Seu toque firme e gelado contra a pele da minha mão era excepcionalmente desagradável. –Essas duas almas que dispõem de grandes particularidades – eu tive realmente que respirar profundamente diante de suas palavras arrastadas e lentas.

Comecei a balançar a perna freneticamente, eu esperava que ninguém percebesse, ou que o rei se desse conta e começasse a acelerar isso. Mas eu parecia ser a única em agonia ali, Ezra parecia impecavelmente tranquilo, tanto quanto a rainha, os príncipes e as gêmeas princesas. Todas em pé a direita de Ezra.

–Mas que foram unidas pela vontade dos céus – na verdade era só pela vontade do Ezra mesmo. Os deuses nada tinham com isso, e se tivessem, eu sabia que eles estavam tentando me torturar. –Usando de nosso costumes e rituais mais antigos, eu agora celebro a união entre Ezra Nix, meu filho e terceiro príncipe do nosso Clã do Inverno, e Zoe Bellum, a filha do grande General Richard Bellum – céus, eu já estava irritada com essa merda de cerimônia.

Sejam piedosos e me deixem sair daqui bem rápido, por favor grandes deuses.

–Agora, a suma sacerdotisa irá fazer a oração para obter a total permissão para continuarmos com esse casamento – ah merda, a oração. Apesar de eu saber que os deuses quase nunca se opõem a um casamento no alto vale, eu ainda tinha o mínimo de medo de que talvez eles resolvessem ser contra o meu.

Sabe, só porque meu marido era gay.

Eu não tive muito tempo para me preparar quando ela se aproximou em passos rápidos e largos, mas sua roupa e a forma como seu cabelo estavam presos me deixou tão amedrontada que eu não conseguir desviar o olhar dela, temendo perder algum movimento estranho. Fui incapaz de não absorver completamente suas roupas vermelhas. Um vestido longo coberto por uma camada de renda preta, ele marcava excessivamente em sua cintura, que estava envolvida em um sinto preto cheio de pedrarias. Sobre seus ombros havia um adereço de ferro que encontrava–se preso em seus braços. E seus cabelos, estavam impecavelmente capturados em um coque frouxo, segurado por um prendedor de cabelo com penas de pavão invernal.

Eu não queria ter ficado tão afetava por sua imagem quanto fiquei. E de repente me dei conta de que teria que começar a ter uma vida com aquela mulher, me mostrar mais solícita e imitar as ideias e pensamentos que os nascidos naquele bendito clã tinham.

Ela estendeu as mãos na nossa direção, e quando Ezra me soltou eu puder ter um segundo de alívio, que não durou muito tempo, já que minha mão foi totalmente arrebatada pela dela, que era tão mais fria do que a de Ezra.

–Majestosos e misericordiosos deuses – ela começou, eu vi Ezra fechar os olhos e se concentrar na oração dela, mas meu primeiro pensamento foi permanecer em alerta. –Eu os apresento este casal – senti o quanto estava nervosa quando minha respiração tremulou. Dei algumas piscada e encarei o chão em uma prece silenciosa para que ela fosse rápida. –Conheces a todos nós seus filhos tão bem, e por assim ser, eu os peço que me mostre sua vontade para esses dois, que se for por tua vontade, que eles permaneçam atentos um ao outro, e que jamais deixem de amar e respeitar um ao outro, segundos as leis antigas para os ... – ela parou de repente. Apertou minha mão tão forte que eu temi que ela pudesse estar vendo algo que não deveria.

Eu me virei para ela, pronta para enfrentar qualquer situação, mas a suma sacerdotisa ainda tinha os olhos fechados, suas pálpebras se mexiam rápidas de um lado para o outro em uma inquietação estranha. Eu tentei puxar minha mão de seu aperto, mas quando o fiz, ela agarrou-me com ainda mais força.

Cetro de Gelo - O Canto do Lobo BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora