Capítulo 27 - Um Pedido de Desculpas

24 2 0
                                    

No dia seguinte, acordei com a deliciosa cantoria dos pássaros, o que me fez recordar de Riverdown. Dessa vez, pude abrir meus dois olhos. Toquei suavemente minha pálpebra esquerda, a que estava monstruosamente inchada. Sorri satisfeita. De repente, ouvi alguém bater à porta. Levantei-me e vi Nora Tanner entrando no quarto.

— Bom dia, querida — disse ela, gentilmente.

Ela andou graciosamente até mim.

— Vamos ver como estão seus dodóis?

— Hmm... claro.

Fora meu ombro latejando, eu não sentia mais dor nenhuma.

Serenamente, Nora analisou meus cortes e hematomas. Depois prosseguiu indo para meu ombro. Ela retirou o band-aid de bichinhos e passou suavemente seus dedos ossudos pelos pontos. Retirou do bolso de sua veste uma nova caixinha de band-aid, só que dessa vez era da Hello Kitty — o que me fez inevitavelmente fazer uma careta —, e então pôs um novo sobre os pontos em meu ombro.

— Prontinho, querida!

— Obrigada. Já posso ir? — perguntei.

— Claro, criança. Já pode ir para casa, sim — disse ela. — Porém deve ficar sem treinamento por alguns dias, pois poderá correr o risco de abrir os pontos. O mesmo serve para qualquer outro tipo de esforço físico. E a senhorita não iria querer isso, né?

Sem treinar? Que desastre!

Tão logo chegará a Segunda Fase do Exame Valente e eu a enfrentarei sem mesmo ter treinado antes. Que droga!

— Quanto tempo?

Ela franziu sua testa enrugada, pensativa, e então disse:

— Creio que uma ou duas semanas é o suficiente. Você se cura rápido, de qualquer forma.

— Tudo bem. A senhora sabe quando será a Segunda Fase do Exame?

— Desculpe querida, mas não tenho acesso a essas informações.

Eu assenti com a cabeça. Certo, ficar algumas semanas sem treinar talvez não me prejudicasse tanto.

Levantei-me da maca, Nora se afastou, caminhei até a porta e me virei para agradecer novamente.

— Muito obrigada, Nora.

Ela sorriu com os olhos fechados.

— Não há de quê.

Então eu saí e fechei a porta.

Não sabia exatamente para onde eu deveria ir, pois havia vários corredores, que se trançavam formando um pequeno labirinto. Antes que eu pudesse perguntar para alguém onde era a saída, acabei avistando Priam, Bonnie e Nathan caminhando por um corredor que vinha em minha direção. Suspirei, aliviada ao vê-los.

Bonnie estava usando seus cabelos ondulados em dois rabos-de-cavalo. Isso a fazia parecer uma criança de 10 anos, o que combinava com ela. Deixava-a meiga e doce, mais do que já era.

— Olha só, parece que alguém finalmente está curada! — exclamou meu irmão, animado. Ele correu com os braços abertos e então os envolveu em minha cintura.

— Oi, Nathan — murmurei. — Que saudades.

— Mana — disse ele. — Você já está melhor, né?

— Claro que sim! Você sabe como eu sou dura na queda — confirmei. — Mas então, mocinho... Se comportou ou deixou a Bonnie louca?

— Não, não — anulou Bonnie. — Ele foi um ótimo garoto!

EntidadesOnde histórias criam vida. Descubra agora