Capítulo 2

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Parado na frente do grande portão de metal, o corpo do menino se recusava a passar daquela linha da frente. As recordações eram ainda muito fortes e faziam muita influência, o medo que ele sentia e a vergonha eram muito grandes.

Depois que sua mãe tinha morrido por conta da sua tia por parte materna, ele odiou todas aquelas pessoas, e preferiu se mudar com seu pai. Outro fato que assegurou o distanciamento de ambos, foi que sua mãe se casou escondida com o desgracado que ele chamava de pai. Essa desobediência provinha do fato de que seu "pai" não tinha condições financeiras para sustentar sua falecida mãe, além de uma reputação não favorável.

Na época em que Merida se casou, estava encantada pelo seu lado livre e animado, já que em seu círculo social restrito ela nunca tinha conhecido alguém com aquele aspecto. Resultado, largou tudo para se ir com o bosta do seu pai, até sua irmã ir atrás dela uns anos mais tarde, depois da morte do avô materno do Leo e culminar naquele horrível acidente.

"Unnh...".

Nos primeiros anos, até atingir a idade de 13, a vida de Leo estava indo bem, mas depois de seu décimo terceiro aniversário, seu pai conheceu a sua madrasta atual e sua vida se tornou um inferno. A víbora desgraçada fez de tudo para atacar o pequeno ômega, acabando com todas as oportunidades que ele tinha de se dar bem com seu pai, além de transformar suas relações sociais em cinzas.

Um cenário que já estava horrível, ficou ainda pior quando ela descobriu que estava grávida, minando ainda mais o menino, e adicionando violência física também no garoto indefeso. O corpo do Leo tremia de ódio ao lembrar desses acontecimentos.

Eu vou transformar a vida dessas pessoas em uma coisa pior do que o inferno.

Voltando ao relato atual, as violências continuam escalando, até culminar na sua expulsão atual. Naquele exato momento, Leo percebeu que essa rejeição era nada mais do que uma libertação do seu estado reprimido, e agradeceu secretamente ao destino por isso. Sendo assim, ele precisava reagir agora e deixar os velhos traumas de lado, aquela não era a memória dele, e nem as suas decisões, então ele não deveria ficar tão afetado assim.

Com essa nova resolução, o jovem deu um tapa forte no seu rosto, forçando com que sua consciência entumecida acordasse, e deu um passo em direção ao portão, batendo nas grades.

"Tia Cecília!".

O menino desesperado para ser notado, agarrou na grade como se sua vida dependesse disso e gritou a todos os pulmões, chamando atenção dos guardas do local. Ao mesmo tempo, um par de sentinelas ouviram uma figura ao longe, gritando o nome de sua contratadora, enquanto balançavam as grades. Automaticamente eles correram em direção ao indivíduo não identificado, tentando expulsar o mesmo.

"Senhor, você precisa se retirar"

Porém ao se aproximarem do portão, o guarda mais velho percebeu assim que bateu os olhos naqueles cabelos brilhantes como as folhas secas do trigo.

"Jovem mestre!".

Assustado com aquele avanço, o menino Leo ficou assustado.

"É o jovem mestre, chame a senhora Cecília agora!".

O guarda afobado pela nova presença abriu o portão rapidamente, e puxou a figura magra com medo de que o mesmo desaparecesse assim que virasse de costas.

"Entre aqui jovem mestre, vamos, a senhora Cecília vai ter uma surpresa quando te ver".

Sendo empurrado pelo mais velho, Leo não conseguia controlar as suas ações e quando menos esperava estava em frente a uma enorme porta de madeira, bem elegante, quase parecida ao que ele possuía em seu apartamento, na sua vida anterior, criando um sentimento de nostalgia.

With Love LeoOnde histórias criam vida. Descubra agora