Capítulo 20

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Assim que chegaram ao local, Max colocou o menino sentado em um dos bancos, apoiando cuidadosamente suas costas, antes de recuar alguns passos para desanuviar a sua mente da fragrância. A alta circulação de ar fez com que muitos daqueles feromônios que escureciam sua mente irem juntos com a corrente. Porém, a visão do ômega iluminado pelo luar prateado que mostrava claramente suas bochechas vermelhas além de um rosto ofegante, ainda excitava o homem.

Os lábios vermelhos, que estavam agora entreabertos, pareciam suculentos ao toque de sua boca dando ao alfa a vontade de morder aquela fruta macia. Os olhos do Max escureceram e ganharam um brilho diferente do seu frio natural, era um lampejo animalesco. A respiração do homem também se tornou áspera com o súbito aumento do desejo. Quando o ômega mexeu bruscamente seus lábios para fechar a boca, o alfa acordou de suas fantasias.

Oh céus.

Tentando escapar da visão sedutora à frente, Max virou de costas e se encostou na mureta da cabana.

Conversar. Estamos aqui para D-I-A-L-O-G-A-R.

Processo semelhante aconteceu com Leo, ele já não estava mais sentido o sufocamento por causa do aroma, mas ao mesmo tempo, sua excitação se recusava a ir embora.

Decidindo que aquele era o melhor momento para tomar sua injeção, o ômega tirou ela da calça e aproveitou o olhar distraído do alfa para inserir a agulha na veia em seu braço esquerdo. Assim que o líquido da agulha entrou na corrente sanguínea do menino, o alívio foi imediato.

Ele estava mais estável do que nunca, porém o doutor tinha avisado que a injeção seria uma coisa que com o mesmo curto período que o alívio surge, ele também vai embora. Sendo mais uma medida de urgência, do que algo a ser recomendado usualmente.

Depois de terminar de injetar todo o conteúdo, o ômega devolveu ao bolso da sua calça o objeto já inutilizável, esse movimento foi no momento certo, visto que Max voltou a olhar para Leo.

"É..., boa noite".

O alfa estava tão sem jeito, que não sabia mais o que fazer. Ele, que nunca tinha sentido vergonha antes na sua vida, estava confuso com aqueles novos sentimentos que o invadia brutalmente. O homem queria se esconder do menino que o encarava, fugir dali.

"Boa noite".

Leo respondeu, ainda desconfiado sobre o que o vilão da história queria com ele.

"Eu me chamo Maximiliano Bianchi".

O alfa continuou falando, sem se aproximar do rapaz. Ele temia que se desse mais algum passo para perto do menino, perderia o controle com a aparência lascivamente fofa do outro.

"Eu sei".

O ômega respondeu por reflexo. Ele conhecia esse homem mais do que qualquer outro personagem da história original, e sabia muito bem do que ele era capaz de fazer. Porém, as palavras ácidas que saíram da doce figura deixou o Max ainda mais desconcertado, Leo percebendo isso se sentiu inesperadamente desconfortável e culpado.

"Desculpa, é que como você se apresentou no discurso de antes, fiquei com seu nome na cabeça".

As palavras saíram sem que o menino pudesse sequer pensar no que iria dizer.

"Ahh, claro. E qual é o seu nome?".

Por que você está perguntando se já sabe?

Era o que o ômega queria falar, mas ele respondeu outra coisa completamente diferente.

"Leo Borgia".

O homem, que já sabia do nome do menino, gostou ainda mais de ouvir a voz melódica ao dizê-lo. Ele também queria que aquele pequeno rapaz pronunciasse o seu nome com a mesma entonação.

With Love LeoOnde histórias criam vida. Descubra agora