Capítulo 24

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O menino, assim que fechou a porta do banheiro, se encostou no batente e cerrou os olhos, antes de deixar escapar um suspiro profundo de seus lábios. Ele estava frustrado e confuso ao mesmo tempo.

Merda! Merda! Merda! Três vezes Merda!

Leo estava perdido no que fazer, o rapaz sentia que toda vez que o Max colocava as mãos sobre seu corpo ele perdia a cabeça e só pensava em ter o outro, sem refletir nas consequências. Era um sentimento violento de dependência, mas ao contrário do que alguns poderiam achar não era uma coisa ruim, o ômega gostava desses sentimentos.

Droga.

Ele esperou seu coração se estabilizar para depois sair de perto da porta. Um enorme espelho localizado de frente a entrada chamou sua atenção, o objeto mostrava uma figura com as bochechas coradas e olhos brilhantes, uma visão que denunciava claramente o que foi feito lá atrás.

Não aguentando mais acompanhar as revelações do seu reflexo, Leo passou pelo instrumento e entrou diretamente no box do banheiro, tirando em seguida a cueca. Ele sentiu o cheiro do alfa impregnado em seu corpo e se arrependeu em ter que deixar todo aquele perfume ir embora.

Seu corpo não queria se livrar da essência, na verdade ele queria se envenenar em toda ela, e grudar o mais profundo que fosse possível o aroma do alfa. Leo realmente queria ser marcado por Max, seu sangue ômega clamava por isso, tanto que o mesmo estava quase cogitando arrancar aquele colar anti-marca e voltar para o quarto, para ser mordido na nuca.

Maldita constituição de ômega.

Ignorando o quão profundos eram aqueles sentimentos, o menino entrou embaixo do chuveiro gelado e deixou a água lavar suas emoções. Alheio a tudo o que se passava no banheiro, Max foi até o closet e retirou algumas peças de roupas suas, para que o menino pudesse usar. Ele escolheu aquelas que mais tinham seu cheiro grudado, as que o homem mais usava no seu dia a dia. Uma camisa com mangas grandes, calça moletom e uma cueca, todas em cores neutras.

"Estou com uma muda de roupas para você utilizar, venha pegá-la na porta Leo".

O alfa estendeu suas mãos para a porta do banheiro, com as peças nelas. O menino, que ouviu suas palavras, abriu uma pequena fresta da porta e as pegou. Max não pode deixar de rir de sua atitude, pois tudo o que tinha para ser ver ali já foi visto, até mais do que a normalidade permitiria.

"Obrigado".

A voz dentro do banheiro agradeceu ao homem, o tom envergonhado e tímido foi percebido no meio da fala. Assim que Max ouviu o barulho de tecido do outro lado da porta, percebeu que o garoto já tinha terminado o banho e estava colocando as peças dadas a ele. Nada podia impedir o homem de deixar que sua mente passeasse por ideias mais aventureiras ao imaginar o pequeno ômega utilizando suas roupas largas. Porém, nenhuma dessas imaginações poderia preparar o alfa para a imagem real à sua frente.

Leo saiu do banheiro extremamente acanhado com suas vestes, que eram longas demais para seu corpo. Ele sentia que parecia uma criança usando as roupas de seus pais, e isso o irritava.

"Você não tem algo mais apertado?".

O ômega tentou questionar o homem, mas só que este estava perdido em seus próprios desejos. Ao ver Leo vestindo suas roupas, utilizando o seu cheiro na pele dele, o alfa não conseguiu se impedir de se movimentar, ao sentir a necessidade de marcar o menino. Ele caminhou a passos largos na direção do outro e arrancou um beijo rude e exigente, enfiando sua língua sem pedir sequer a passagem. Aquele era um beijo totalmente irracional, querendo subjugar a outra parte, arrancando gemidos de prazer e dor no percurso.

Leo sentiu o homem segurar sua cintura e o apertar em seus peitorais, enquanto a língua petulante cavava em sua boca, engolindo e exigindo tudo o que o ômega podia dar e até mais. A carne de todos os lugares da cavidade bucal do rapaz foi tocada pelo órgão sensorial do alfa, e suas salivas misturadas escorreram pela boca do garoto que não conseguia engolir tudo de uma vez.

With Love LeoOnde histórias criam vida. Descubra agora