Capítulo 29

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"Não quero pessoas estranhas andando pela minha casa".

Marcus falou ao ver os dois guarda-costas querendo seguir o menino para o quarto. Ele realmente não se importava com aquilo que falou, mas aqueles homens poderiam barrar o plano do alfa, impedindo qualquer avanço que pudesse ser feito.

Filho da puta!

Leo já estava ciente de quais eram as intenções do homem, porém não podia falar nada contra a sua frase, visto que ele estava na casa de outra pessoa logo tinha que seguir as regras impostas por ela. O ômega também não se importou de não ser acompanhado porque além de ser apenas contra um oponente com quem ele deveria lutar, o rapaz também contava com suas habilidades marciais aprendidas antes da reencarnação.

"Tudo bem, qualquer coisa eu grito bem alto rapazes".

O ômega disse isso, dando uma especial ênfase na palavra gritar, para que a outra parte entendesse sobre o que o garoto estava se remetendo. Os guardas, que já sabiam sobre a inteligência e competência do menino, não contestaram suas palavras pensando que o garoto já tinha um plano em mente.

"Ótimo, vamos então. Zeck, você pode fazer sala para esses outros senhores?".

"Posso sim, tio".

"Obrigada meu menino".

Leo sentiu arrepios de nojo quando viu aquele homem acariciando a cabeça da criança que falava animada. Ele se lembrava daquelas ações utilizadas em seu passado com outro tipo de conotação e isso o irritava.

"Vamos então?".

Não querendo ver mais aquela cena, Leo se dirigiu rapidamente ao seu antigo quarto, que mais parecia um cativeiro, sem esperar qualquer declaração da outra parte. Marcus seguiu o menino, olhando atentamente para seus quadris e bunda, enquanto fantasiava coisas escrotas sobre ele.

O ômega fingiu não perceber aquele olhar odioso, e andou ainda mais rápido ao quarto. Chegando lá, algumas peças de roupas estavam dobradas e o esperavam em cima da cama, ele as pegou em seus braços e olhou em volta do lugar. As paredes semi mofadas, o pequeno buraco na esquerda da janela e o piso trincado na ponta do guarda-roupa ainda estavam do mesmo jeito que em suas memórias, e o rapaz achou bizarro esse fato.

Ele sabia que quanto mais tempo passasse ali, mais as memórias do antigo Leo entrariam em sua mente e se transformariam de fato como suas, e se isso acontecesse, para que os traumas do antigo corpo fossem absorvidos e transfigurados como seus seria coisa de tempo.

"É só isso, ou tem mais alguma coisa?".

"Eram só essas".

O menino queria perguntar a aquele imbecil do por que ele não ter só enviado aquela pequena quantidade de roupas para sua nova casa, mas decidiu não irritar a outra parte. Pois talvez ela só não soubesse onde o garoto morava.

Não pensei nisso!

Não querendo defender aquelas pessoas em sua cabeça, Leo afastou esses pensamentos.

"Ok então".

Assim que o menino estava passando por Marcus para voltar a sala principal, o homem agarrou seu antebraço com força e o puxou para trás.

"Eu não te conheço mais, o Leo antigo nunca trataria o seu querido tio desse jeito".

O homem tentou se aproximar, fazendo o ômega recuar para trás a cada passo que ele dava.

"As pessoas mudam, você não deveria ficar preso ao passado. Agora, saia da minha frente".

Apesar da cara firme, sua voz tremia de leve assim como suas mãos, que também suavam.

With Love LeoOnde histórias criam vida. Descubra agora